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Darksiders II - Análise modo Arena

A Morte nunca foi tão boa.

Não é só em conteúdos e longevidade que Darksiders II impressiona, no combate também houve uma grande evolução em relação ao primeiro, sendo mais fluido, variado e brutal. Death ainda não faz frente a Bayonetta, mas se fosse colocado frente-a-frente com o Deus da Guerra não se saía nada mal. Com as suas habilidades evoluídas, Death é praticamente invencível pelo final do jogo. É capaz de invocar os mortos para lutar a seu favor, teletransportar-se, transformar-se num tornado, criar uma barreira para se proteger de ataques inimigos, e a melhor de todas, revelar a sua verdadeira aparência ao transformar-se num Ceifeiro.

Com um combate tão divertido e cheio de possibilidades como em Darksiders II, é difícil ficar cansado do jogo, mesmo depois de 20 horas a jogar. Depois de chegar ao fim, podem escolhe regressar ao checkpoint anterior para explorar o mundo ao vosso gosto, ou começarem de novo no modo "New Game Plus". Digo, sem receio, que Darksiders II é um dos poucos jogos de 2012 que me deixou com vontade de começar de novo e reviver a grande aventura de Death.

As engenhocas que Death encontra ao longo do seu percurso para provar a inocência de War também o podem ajudar em combate, se bem que a sua maior utilidade seja nos puzzles, que em Darksiders II aparecem de forma mais complexa. Há aqueles em que a solução é óbvia, aqueles que requerem um pouco mais de trabalho e, depois, aqueles em que ficámos a olhar para eles a coçar a cabeça sem saber o que fazer.

Os puzzles foram algo de muita importância no primeiro Darksiders, e assim continuam neste segundo jogo, estando presentes em quase todas as masmorras, quer façam parte da quest principal ou secundária. Mas como Darksiders II é muito maior, terão que alargar a vossa perspetiva e olhar bem para o vosso redor, se os quiserem resolver.

As masmorras terminam sempre com um boss à nossa espera, quase sempre muito maior que Death. Há bosses que são na realidade também um puzzle. Atacá-los e drenar a sua barra de vida não basta. Ações específicas são necessárias para acabar com eles ou para avançar para uma fase posterior do confronto. Existem confrontos mais épicos que outros, alguns ficarão na memória e outros não, mas uma coisa é garantida, todos eles são únicos e desafiantes, mesmo para uma personagem temível como Death.

Com uma maior liberdade para expor a sua visão criativa, a arte de Darksiders II expressa-se de uma forma que simplesmente não era possível anteriormente. Do princípio ao fim deixa-nos abismados com espetacularidade dos cenários que dão forma à aventura de Death. E como Darksiders II dá-se ao luxo de ter vários mundos para explorar, cada um deles tem uma direção artística diferente. E se acham que apenas os cavaleiros do Apocalipse têm um aspeto cool no universo de Darksiders, aguardem para ver os NPCs que vão encontrar nesta narrativa.

"Digo, sem receio, que Darksiders II é um dos poucos jogos de 2012 que me deixou com vontade de começar de novo e reviver a grande aventura de Death."

Quando Death se aproxima, o melhor é fugir.

No final é difícil apontar falhas a Darksiders II, a não ser aquelas que existem a nível técnico, como algumas quebras de frame-rate, os loadings que param o jogo quando queremos entrar numa nova área, e a consola bloquear por completo. Excluindo isto, que esperançosamente será corrigido numa futura atualização, não se podia pedir muito mais para esta sequela. O esforço incutido pela Vigil Games nota-se de imediato, e os resultados falam por si.

A estória é talvez onde Darksiders II desiludirá mais, apenas porque não dá continuidade aos eventos do primeiro, que terminou num cliffhanger onde no plano de fundo viam-se os outros três cavaleiros do Apocalipse a chegar à Terra. Para além disto, são deixadas perguntas por responder. Onde estavam os outros dois cavaleiros do Apocalipse enquanto Death tentava provar a inocência do seu irmão? Porque razão não ajudaram Death? São perguntas que a Vigil Games deixou para Darksiders III, que esperemos que venha a acontecer.

Darksiders II não consegue deixar para trás a ideia de que o seu conceito, tirando a arte criada por Joe Madureira, que é bastante única e cheia de personalidade, é baseado num aglomerado de jogos. Os comentários de que é parecido com Zelda e com God of War são inevitáveis, mas a evolução de Darksiders para Darksiders 2 é tanta, que é caso para dizer que o aprendiz ultrapassou os seus mestres. Se ainda restam dúvidas, volto a dizê-lo: Darksiders 2 é um dos maiores jogos de ação/aventura do ano

9 / 10

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