Darkspore
Capaz do melhor e do pior.
Quando ouvi pela primeira vez que a Maxis estava a desenvolver um sucessor para o conhecido jogo Spore, naturalmente esperava mais um simulador de estratégia, com algumas adições e um aspeto mais negro que justificasse a palavra "Dark" no nome. Para meu espanto, Darkspore não é o "Spore 2", aliás não podia ser mais diferente do videojogo de Will Wright, nem sequer é do mesmo género. Do seu predecessor herdou alguma storyline e a personalização de criaturas (um dos melhores aspetos de Spore), fazendo uma transição para um RPG online de ação "point and click" ao estilo de Diablo, e ainda com outros aspetos de design de jogos anteriores adotados de forma inteligente pela Maxis e que discutiremos mais à frente.
O jogo parece decorrer vários anos após os acontecimentos de Spore. Uma raça conhecida como os Crogenitors, cientistas e colonizadores dedicados em viajar por toda a galáxia, e em conduzir experiências e alterações no ADN das criaturas que iam encontrando pelo caminho. No decurso das suas viagens os Crogenitors descobriram o E-ADN (exponential DNA), uma matéria particularmente poderosa mas que viria a provar-se instável, imprevisível e mais tarde incontrolável.
Este novo tipo de ADN permitia aumentar de forma exponencial os atributos dos portadores e assim, foi apenas uma questão de tempo até os Crogenitors decidirem utilizá-lo nos seus próprios soldados através de uma mutação do seu organismo utilizando o E-ADN. Claro que isto acaba por correr terrivelmente mal, os mutantes desenvolveram inteligência e de forma coordenada quase extinguiram os Crogenitors da galáxia. Estas novas criaturas geneticamente modificadas, conscientes e auto suficientes ficaram conhecidas como os Darkspore.
A única solução dos poucos Crogenitors que sobreviveram a este apocalipse foi o exílio, escondidos continuam a estudar o E-ADN de forma a reverter a mutação e a criar novas criaturas soldado que possam fazer frente aos Darkspore. É neste mote que começamos o jogo, como um Crogenitor sobrevivente com algumas criaturas à nossa disposição e a preciosa ajuda de HELIX, a inteligência artificial e base de dados genética que guiará o jogador durante a aventura.
Todos estes eventos são narrados logo no início do jogo através de uma interessante cutscene e logo no final temos acesso ao nosso primeiro herói mutante de nome Blitz saído da "linha de montagem" dos Crogenitors. Pena que no que à história diz respeito Darkspore não se torna nunca mais interessante do que isto, a AI vai narrando os acontecimentos à medida que avançamos no jogo e faz umas breves introduções dos planetas antes dos níveis, muito pouco para um RPG.
Depois de um pequeno tutorial para familiarizar o jogador com os comandos do jogo, nada particularmente inovador no estilo "point and click", clique no botão esquerdo para mover a personagem para o destino desejado, clique no botão direito para atacar e os hotkeys para as habilidades, temos acesso ao elemento que mais aproxima Darkspore do seu antecessor, a personalização das personagens (editor). O sistema editor é profundamente inspirado no sistema de criação de criaturas de Spore, para muitos a melhor parte do jogo de simulação da Maxis.
Em Darkspore apesar de não podermos criar um herói de raiz, podemos personalizar a textura básica, as cores, mas a melhor parte vem com a personalização do equipamento que vamos equipando. É possível fazer um pouco de tudo com as peças, aumentar, diminuir, esticar, rodar, tudo isto em seis espaços (slots) distintos divididos entre weapon, hand, foot, offense, defense e utility (arma, mão, pé, ofensiva, defesa e utilidade). Claro que o equipamento tem um papel fundamental para aumentar as capacidades e o nível dos nossos heróis, mas a qualidade da sua personalização é irrelevante e absolutamente opcional, ainda assim, estou certo que irá deliciar aqueles que gostam de tornar a sua experiência única personalizando tudo a seu gosto ate ao ínfimo pormenor.