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Darkspore

Capaz do melhor e do pior.

Voltando ao equipamento, existe uma autêntica montanha de recompensas em Darkspore nomeadamente o DNA (unidade monetária do jogo), armas e armaduras. A raridade das peças de equipamento está dividida nos tradicionais comum, incomum, raro e épico. A dificuldade do jogo aumenta progressivamente e torna-se não só indispensável maior cuidado com a equipa que escolhemos para cada planeta, mas também a manutenção dos nossos heróis atualizados com equipamento de qualidade. Existem várias formas de obter recompensas em Darkspore, seja através dos tradicionais "drops" das criaturas, destruindo obelisks espalhados pelos mapas, ou trocando por DNA na loja, no entanto, o sistema de recompensa que mais me surpreendeu pela positiva foi o "cash out system". No final de cada nível a HELIX atribui uma pontuação sob forma de medalhas de acordo com a nossa prestação no nível (matar todos os monstros do nível ou destruir todos os obelisks por exemplo), aí somos deparados com duas opções.

A primeira opção é entregar as medalhas, voltar à nave e deixar que HELIX nos recompense com uma peça de equipamento por cada planeta completado, cuja probabilidade de ser de qualidade superior varia mediante a nossa pontuação total do conjunto de desafios que terminamos. Por outro lado a segunda opção consiste em continuar para um novo nível, de dificuldade superior, colocando a nossa recompensa em risco mas aumentando a probabilidade de ser recompensados com uma peça de qualidade em caso de vitória. Se perdermos perdemos tudo, se sairmos vitoriosos a recompensa será correspondentemente maior. Este aspeto revela uma brilhante utilização da escolha entre jogar pelo seguro e correr um risco, premeia os jogadores mais ousados e promove a continuação do tempo de jogo. Sou um adepto confesso da utilização de escolhas no design de videojogos, neste caso a Maxis fez um excelente trabalho em introduzir este aspeto incluído no próprio progresso dos níveis, melhor só se a storyline por si só explicasse o motivo para a recompensa ser maior no caso de não voltar à nave.

Depois de duas horas de jogo ainda arranjam maneira de nos tentar a continuar.

O modo como a inteligência artificial em Darkspore se comporta teve inspiração em Left 4 Dead. Tal como no título da Valve o jogo reage de forma dinâmica às ações do jogador, por exemplo, se acabamos de matar um exército de inimigos a IA dá-nos tempo para recuperar o fôlego. O número e a agressividade dos inimigos também varia mediante o nível e poder dos nossos heróis, ou se estamos sozinhos ou em co-op. Neste sentido ao longo de todos os seis planetas do jogo nunca iremos defrontar o mesmo grupo de inimigos duas vezes o que traz um aspeto de imprevisibilidade muito bem conseguida. Por outro lado os cenários apesar de visualmente agradáveis, por vezes com excelentes jogos de cor, são muito iguais e principalmente demasiado lineares. Todos os níveis consistem em viajar do ponto A para o ponto B matando tudo pelo caminho nos quatro stages até chegar ao Boss.

A Maxis tinha dito que o jogo seria essencialmente para ser jogado cooperativamente e não estava a brincar. O modo campanha em singleplayer obriga o jogador a um excessivo grind, já que rapidamente se torna muito difícil ultrapassar as missões, ao ponto em que precisamos de repetir os níveis anteriores várias vezes por mais peças de equipamento. Mesmo a forma como o combate funciona leva a crer que o jogo foi desenhado principalmente para o modo cooperativo, ainda que haja mais inimigos para enfrentar em modo co-op, as missões tornam-se mais fáceis e imensamente mais divertidas.

Claro que nada faria sentido num RPG de ação sem a possibilidade de enfrentar os nossos semelhantes num frenético modo PVP. Quando atingimos o Crogenitor nível 9 temos acesso a este modo e pelo que vimos, apesar de divertido parece algo limitado e aleatório. O sistema de matchmaking do jogo é um desastre, umas vezes jogamos contra um jogador muito mais fraco do que nós, para depois apanharmos uma equipa imensamente superior, isto torna o pvp aborrecido e pouco gratificante. A nossa aposta vai para uma introdução de um sistema de rank para breve que permita estratificar melhor os combates, será uma pena se continuar assim já que o gameplay de Darkspore parece ter um grande potencial para um modo pvp.

Saltando para o juízo de valor em forma de resumo final, Darkspore é uma mistura de uma boa utilização de vários aspetos de jogos de sucesso num género diferente, e uma preguiça exagerada na estrutura de jogo. O gameplay do combate é sólido e variado, em termos gráficos os níveis são agradáveis, as criaturas também têm um aspeto bem conseguido, especialmente tendo em conta o imenso modo de personalização. No entanto a estrutura das missões é completamente estática, e quase total ausência de história não favorece a experiência singleplayer. Aconselhado para os fãs de RPGs point and click, especialmente para aqueles que, como eu, não consegue mais esperar por um certo jogo do mesmo género.

7 / 10

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