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Dead Rising Deluxe Remaster review - um recreio repleto de zombies

A Capcom mostra o seu lado mais excêntrico.

Crédito da imagem: Capcom
Este remaster melhora a jogabilidade, controlos e ainda diversas mecânicas para aumentar imenso a diversão, sem prescindir dos mecanismos de tensão e gestão. É um espetacular recreio de zombies que não conseguimos parar de jogar.

Dead Rising: Remaster Deluxe mostra mais uma vez a Capcom a vibrar com esplendor e se fazes parte dos que sente que a companhia japonesa recuperou a sua graça, tens de juntar este título à lista de esforços que mantém em alta o seu ímpeto. Apesar do elemento comum que são os zombies, Dead Rising está longe da popularidade de Resident Evil, mas esforços como este remaster mostram que merece muito mais atenção e carinho.

Ao contrário de ambientes sombrios e apertados pensados para causar constante tensão, com um forte foco na gestão de recursos, a Capcom transporta-te para locais de maior escala com ciclo de dia e noite, algo que imediatamente a diferencia de Resident Evil, mas ainda assim estão presentes elementos de gestão, seja do tempo ou recursos, para transmitir um tipo diferente de tensão ou pressão na tua atividade. Apesar destes elementos comuns, não há como negar que Dead Rising é uma espécie de “primo pateta” da série mais popular da Capcom.

Dead Rising foi lançado em 2006 para a Xbox 360 e figurou como um dos principais cabeças de cartaz na missão da Microsoft em diferenciar a sua consola, com eletricidade japonesa que não conseguias encontrar em nenhum outro lugar. Com uma nova propriedade intelectual, a Capcom conseguiu conquistar os elogios da crítica e dos jogadores, conseguiu despertar desejo por mais, mas infelizmente, as sequelas não conseguiram estar à altura.

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Após diversos esforços, a série foi colocada a dormir em 2016 e desde Dead Rising 4 não tivemos um novo jogo, mas agora, 8 anos depois, a companhia parece disposta a medir o interesse pela franquia. Se este remaster for uma indicação dos possíveis planos, então contem connosco pois o seu pulso ainda bate forte.

Apesar de ser considerado Remaster, esta nova versão do clássico de 2006 vai muito além do que esperas dessa designação, frequentemente aproximando-se do que esperas de um remake em diversos parâmetros. No entanto, como o design, estrutura do mapa, acontecimentos e inimigos permanecem inalterados, a companhia optou por o descrever como remaster. No entanto, é impossível negar que esta versão melhora o original e se torna na recomendada para quem quiser jogar Dead Rising.

Este é um olhar mais cómico e satírico ao apocalipse zombie, no qual a cultura dos Estados Unidos é gozada com imensa pimenta. No papel de Frank West, um fotojornalista, és levado até Willamete no Colorado, para descobrir o que se está a passar na cidade. No entanto, West jamais conseguiria imaginar que o governo chamou o exército para esconder que um surto de zombies despoletou na cidade, e os poucos sobreviventes correm sério perigo de vida. Para descobrir toda a verdade, West vai colaborar com diversos sobreviventes e tentar manter-se vivo durante 3 dias. Em termos da estrutura, isto significa que tens de gerir o tempo para não falhar momentos chave da narrativa. Isto é importante se quiseres ter o melhor dos finais. Em termos da jogabilidade, é a tal forma de incutir pressão na experiência.

West tem de estar presente em determinados locais numa exata hora para descobrir a verdade (prosseguir na narrativa), mas até lá podes fazer o que quiseres. Vais obter acesso a novas áreas do shopping com o decorrer da narrativa principal, mas também tens imensas atividades extra. Podes salvar sobreviventes perdidos nas várias áreas, enfrentar psicopatas que decidiram mostrar o quão depravados são, procurar por novas armas ou comida em várias lojas, e até podes fotografar pontos importantes para ganhar mais pontos de experiência e subir de nível.

Isto permite tornar Frank mais forte e adquirir novos golpes, como pontapés e joelhadas. É um grande recreio repleto de zombies que podes explorar com alguma tranquilidade, mas também sentirás tensão ao gerir o tempo quando tens a oportunidade de salvar mais pessoas, mas ficas na dúvida se o consegues fazer com tempo para também chegar ao local que avança a história.

Além disso, as armas têm durabilidade e tens de gerir quais as que vais usar, especialmente porque tens de poupar as melhores para os bosses ou psicopatas absolutamente loucos, que elevam Dead Rising para um patamar de absolutamente genialidade satírica.

dead rising comparison between original and deluxe remaster version
Image credit: Digital Foundry

Em Dead Rising: Remaster Deluxe, toda a expediência do original fica muito melhor, muito além do que tens na versão HD, pois os controlos foram altamente refinados, tal como muitas mecânicas e elementos da experiência geral. As melhorias gráficas são evidentes, mas não são o destaque. Isso vai para o refinamento dos controlos, da movimentação da personagem, ganho de XP e imensos outros parâmetros que evidenciam o quanto as coisas mudaram entre o lançamento do original e este remaster.

Dead Rising chegou num momento no qual muitas companhias ainda experimentavam com recreios totalmente 3D após o inovador GTA 3, especialmente as produtoras japonesas que demoraram a transitar para este design revolucionário. Também chegou num momento no qual os jogos eram jogados durante mais tempo e tinham de durar mais tempo. Isso é perceptível quando neste remaster a Capcom resolveu afinar o jogo e sugere que na visão original o ajustaram para prolongar artificialmente o tempo de jogo. Dead Rising: Remaster Deluxe tem controlos muito superiores, não se preocupa em desperdiçar o teu tempo e os veteranos até poderão sentir que é demasiado fácil, mesmo na dificuldade Normal.

Dead Rising: Remaster Deluxe é mais um trabalho do qual a Capcom se pode orgulhar. Além das melhorias nos gráficos, controlos e jogabilidade, praticamente todas as mecânicas principais do jogo original foram melhoradas para se adequarem aos padrões atuais. Como fã da série que sentiu algum incómodo com o original, vi todas as minhas queixas resolvidas, numa experiência que ainda hoje permanece surreal e sem igual. Dead Rising partilha os zombies com Resident Evil, mas é mais tonto, excêntrico e pensado para a diversão, mesmo com mecânicas que transmitem tensão. Se este remaster foi uma tentativa da Capcom em reiniciar o interesse pela série, apenas posso desejar que tenha enorme sucesso.

Prós: Contras:
  • Controlos refinados e diversas mecânicas otimizadas
  • Atualiza o original para a era moderna, mas respeita a sua essência
  • Melhorias gráficas de relevo
  • Ainda permanece uma série sem igual e este é provavelmente o mais equilibrado e mais divertido Dead Rising
  • Alguns problemas gráficos
  • Não existe conteúdo novo

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