Dead Space 2
Isaac Clarke vs aliens!
Dead Space marcou positivamente a forma como preencheu um universo de sobrevivência e horror no espaço, a bordo da gigantesca Ishimura. Abrindo desde logo um enérgico sucesso e rampa de lançamento para outras produções satélite e até uma prequela para a Wii (Extraction) - um dos melhores shooters on rails - , não tardou até que a EA confirmasse o previsto; a sequela de Dead Space. Decorrendo vários anos após os acontecimentos do original, o protagonista Isaac Clarke volta a estar encurralado diante de mais uma ameaça alienígena, sendo que desta vez o terreno dos acontecimentos passa por uma vasta cidade destacada nos anéis de Saturno.
Sem deslocalizar dos elementos que modelaram a experiência primitiva, Dead Space 2 continuará a premiar sustos, gravidade zero, criaturas sugadas para o espaço sideral, sendo que a título de novidade será de contar com a voz do protagonista, mais acção e um cliente habitual destas produções; o modo multiplayer. Ainda que a Visceral Games tenha sido alvo de algumas alterações respeitantes à chefia, o grupo actualmente em foco mantém-se determinado em garantir as melhores ideias que funcionaram no original, ao mesmo tempo que diligenciam esforços no sentido de incrementar a experiência. Aliás é própria convicção dos autores da sequela, que a adaptação do protagonista ao diálogo e interacção com outras personagens foi uma ideia avançada pelo grupo que trabalhou no primeiro jogo e, desta vez, seguiram em frente, esperando que o protagonista possa ser um herói mais capaz, sem se diluir a tensão e receio enquanto traves mestras do original.
A transição da nave espacial de prospecção Hishimura para uma vasta cidade humana – denominada The Sprawl – alarga as opções em termos de ambiente, abrindo novas motivações. Enquanto que a Hishimura fora construída por uma companhia, tendo por base um propósito, The Sprawl é o resultado de uma união de esforços de diferentes povos. Erguida no espaço, projecta aquilo que é possível encontrar numa urbe; zonas abastadas, zonas desprotegidas, blocos de apartamentos, centros comerciais, escolas e igrejas. A recuperação de Isaac Clarke para protagonista deve-se à necessidade de contar ainda mais sobre ele e também porque a experiência por que passou no original irá afectar o desenrolar dos acontecimentos em Dead Space 2.
Rejeitada estará a tese que põe algum reforço na acção e combate permanentes para esta sequela. É certo que o abate dos Necromorphs continuará em força, mas nem por isso ficarão órfãos dos momentos de tensão e horror protagonizados no jogo de estreia. A melhor perspectiva dirá que acção e tensão actuarão de forma consertada. Ainda no combate, uma das preocupações que tem merecido atenção por parte dos autores está na propensão para uma maior destruição do cenário e dos objectos que podem servir de elemento para atacar os inimigos, propondo formas distintas. Um dos propósitos para a sequela passa por garantir que à fidelidade interactiva corresponda uma fidelidade visual. Num jogo onde é possível utilizar “telekinesis” e manipular objectos, pode ser frustrante encontrar algo que pode ser movido mas na realidade não o é.
Além disso, alguns objectos passíveis de destruição irão transformar-se em pequenos destroços que podem ser utilizados em combate. Estes pedaços podem causar dano nos inimigos e nalguns casos até empalá-los. A possibilidade de combinações não sai frustrada ainda que alguns jogadores não tenham a arma Javelin. Para empalar os inimigos poderão recorrer a esses pedaços e até alguns inimigos como os Slashers podem ser de extrema utilidade para a realização dessa tarefa.
De um modo geral, os produtores pretendem tornar o combate mais perigoso e satisfatório, a expensas do mundo dinâmico. Novos inimigos, bem como um novo arsenal de armas deverão produzir interessantes efeitos, sobretudo à custa das partículas e destroços resultantes das explosões, sendo que para já não há novos dados sobre a progressão com gravidade zero. Depois de um Dead Space altamente motivador e capaz, os produtores reforçam a ideia de um compromisso total com a qualidade para a sequela. A atmosfera que caracterizou o original continuará em força e as novidades em torno do protagonista, com a capacidade para entrar em diálogo, apostam num propósito; manter a tensão e receio, mesmo que o combate seja outra das vertentes que sairá reforçada.
Dead Space 2 está previsto para PS3, Xbox 360 e PC, no começo de 2011