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Dead Space 3 - Antevisão

Isaac Clarke traz companhia.

Dead Space 3 foi dos títulos mais surpreendentes mostrados no "boot" da Electronic Arts em Los Angeles durante a E3. E isto porque foi uma apresentação bem-feita, mostrou o início (como fomos ali parar), mostrou as várias vertentes do jogo (combate e exploração dos cenários), levantou o véu sobre a caracterização das personagens (a disputa entre os dois protagonistas), e acabou com um boss absolutamente brutal.

O jogo mudou um pouco de direção em relação aos anteriores. Passado num planeta gelado, a primeira imagem que nos chegou durante a demonstração na E3, foi a de um Isaac quase congelado, pendurado de cabeça para baixo depois de se ter despenhado com a tripulação num planeta pintado de branco, e de ter perdido a sua querida Ellie Langford no processo.

Este planeta gelado poderá ser a casa dos Markers, a fonte da infeção Necromorph, e claro, está enfestado de monstros. Os ambientes mostrados durante a demonstração parecem abandonar a temática de escuridão permanente que marcou a série, mas forçam na mesma um sentimento claustrofóbico provocado por violentas tempestades de neve que nos limitam a visão enquanto caminhamos com as pernas enterradas na neve.

Este foi aliás um dos aspetos mais debatidos pelos jornalistas depois da demonstração, a clareza que existe nos cenários, assim como a sua amplitude para acomodar o combate cooperativo, mas já lá vamos. Assim que se consegue recompor, Isaac sai para explorar a zona envolvente, eliminando os monstros que lhes vão aparecendo pelo caminho, alguns completamente de surpresa, o que demonstra que os "sustos" vão continuar a ser uma constante durante a ação.

Os inimigos continuam tão disformes e assustadores como sempre, com a diferença de que desta vez, pela primeira vez na série, vamos combater humanos, ou seja, vamos ter direito a oponentes com mais de 2 cm de massa cinzenta. Estes humanos são provavelmente "unitologists" mais entusiastas que foram viver para o centro da infeção e do universo Marker.

O que estes humanos trazem de novo, é que quando morrem e viram cadáveres ficam suscetíveis à infeção. Pequenas criaturas vêm depois perfurar o seu cadáver controlando-os através de uma mutação que os transformam novamente em inimigos perigosos, quase como mortos-vivos.

O combate parece ter sofrido uma atualização para os tempos modernos, e inclusivamente algumas adaptações do gameplay para o jogo cooperativo e o combate contra inimigos mais inteligentes. A primeira diferença está na implementação de um sistema de cover, já não há shooter na terceira pessoa que não utilize este recurso. Este sistema parece funcionar de forma autónoma, se tivermos encostados a uma parede e dispararmos, o jogo determina que nos queremos manter protegidos enquanto disparamos, mais sobre isto quando pudermos experimentar.

Existem vários tipos de armas e utensílios, lembro-me de uma arma que coloca os inimigos em "stasis", imóveis e à nossa mercê. Os humanos atiram granadas por exemplo, e por isso temos o "kinesis", um brinquedo que permite apanhar a granada e enviá-la de volta. É possível também utilizar o corpo como arma durante ações baseadas no contexto, e nomeadamente como finisher quando os inimigos têm já pouca vida.

Um pormenor que lembro é a possibilidade de atingir os membros dos inimigos individualmente com os disparos. Isto pode parecer não ter importância nenhuma, mas lembram-se dos monstros minúsculos que referi utilizarem os corpos dos humanos caídos no chão para desenvolver mutações? Eles alojam-se em membros diferentes do cadáver, e acertar nesses membros será essencial para os derrotar.

Segundo os produtores, o jogo é demasiado assustador para ser jogado sozinho. É uma afirmação curiosa e que parece mais um slogan de promoção do que uma advertência, fez-me lembrar de uma proposta do género, que queria obrigar os MMO's a trazerem uma mensagem na capa dizendo, "este jogo vicia", hilariante.

A vantagem do modo cooperativo em Dead Space 3 é que o nosso "colega" John Carver poderá entrar e sair do jogo a qualquer altura, fazendo a ação regressar ao último checkpoint como contrapartida. Não temos por isso que jogar duas "playthroughs" diferentes, só porque alguém aparece para jogar connosco lá em casa. Adicionalmente, também não precisam aturar a versão IA de Carver quando estiverem sozinhos, ele apenas surge quando há outra pessoa para jogar.

"Carver não se interessa pelo bem-estar de Isaac, muito menos se importa com a obsessão deste em encontrar Ellie. Julgo que se pode mesmo afirmar com alguma segurança, que os dois "não vão com a cara" um do outro"

O jogo transforma-se claro quando Carver está presente, e não apenas nas óbvias mudanças no gameplay. Carver tem a sua própria história, as suas motivações, as suas "cut-scenes" e ainda traz um conjunto de diálogos que mantém com Isaac de forma dinâmica, que me marca o tom dos acontecimentos sempre com provocações e as regulares "bocas".

A verdade é que para equilibrar a natural perda de tensão que surge por não estarmos sozinhos, a Visceral adicionou inteligentemente um pouco de tensão à narrativa, nomeadamente numa área muito pouco comum, a relação entre os dois protagonistas. A única coisa que John Carver tem em comum com Isaac Clarke, é o objetivo de eliminar a ameaça dos Markers, nada mais.

Carver não se interessa pelo no bem-estar de Isaac, muito menos se importa com a obsessão deste em encontrar Ellie. Julgo que se pode mesmo afirmar com alguma segurança, que os dois "não vão com a cara" um do outro, pelo menos não como ponto de partida dos acontecimentos. Mais para a frente com o desenvolvimento narrativo e caracterização é provável que haja algum tipo de redenção, o entretenimento adora a redenção.

Visualmente, no início a tempestade de neve não permitia ter uma ideia da profundidade dos cenários, mas a certa altura Isaac atinge uma área mais ampla, e ai sim, vemos o motor gráfico que serve Dead Space 3 em todo o seu esplendor. Julgo que a demonstração estava a correr em PC, mas independentemente da plataforma, tinha um aspeto excelente. As animações de Isaac também têm já imensa qualidade, e em particular o momento quando ele se prepara para a batalha, formando o capacete e proteções de forma automática, dá vontade imediata de saltar logo para a ação.

Não podia terminar sem referir a melhor parte da demonstração, os últimos dois inimigos que Isaac e Carver defrontam. O primeiro é uma espécie de aranha que se assemelha com um boss mas, acaba por ser facilmente derrotada e foge covardemente. É normal as produtoras mostrarem um pouco de uma boss fight durante as apresentações, para reforçar o primeiro impacto não só para a imprensa presente, mas para vocês ai em casa a assistir pela Internet.

Mas quando eu julgava que o assunto estava arrumado, surge uma criatura gigantesca com tentáculos, e que apesar dos esforços aparentemente relevantes de Isaac, acaba por engoli-lo levando a batalha para o seu interior, provavelmente já viram o vídeo, absolutamente brutal.

Confesso que não sou um seguidor da série, e também já disse várias vezes não ser grande fã de shooters. Ainda assim, o tom de Dead Space 3 pareceu-me muito interessante, e mais do que isso, há muito espaço para desenvolver, a demonstração deixou muitas questões no ar. Eu quero pelo menos saber como vamos sair do interior daquela "coisa", em teoria só há dois caminhos para o exterior. Dead Space 3 está previsto para fevereiro de 2013.

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