Dead Space
Tenham medo, muito medo!
Isaac Clarke avança lentamente pelo corredor. O frio da escuridão envolvente abate-se sobre o engenheiro espacial enquanto um barulho angustiante é ouvido ao longe. Isaac para por breves segundos, emoldurando o local em redor. De súbito um estrondo enorme; Falso alarme – era apenas uma velha lata. Ao contornar o corredor o ambiente fica ainda mais pesado. É possível sentir algo a passar por entre as condutas de ar, mesmo por cima da personagem, contendo a respiração abafada. “O que raio será aquilo?” – pensa Isaac. A resposta parece estar à distância de uma porta, ao bom estilo “survival horror”. Por fim esta abre-se. A ansiedade aumenta, e quando passa para a divisão seguinte a electricidade começa a desvanecer. Munido apenas de uma arma, avança por entre a escuridão. Os raios azuis, provenientes do curto-circuito, deixam antever uma silhueta que se aproxima a grande velocidade. É a deixa para Clarke desmembrar mais umas quantas criaturas.
Como já devem ter percebido, Dead Space não é um título para jogadores de coração fraco. A Redwood Shores, produtora do jogo, soube explorar muito bem as várias componentes sensoriais, levando aos jogadores uma experiência verdadeiramente assustadora.
Mas comecemos pelo início. A aventura arranca quando Isaac Clarke, um engenheiro espacial, assim como os seus dois companheiros, são chamados a verificar Ishimura devido a um sinal de emergência. Ishimura é uma das várias naves colossais da Concordance Extraction Corporation que tem como objectivo extrair minerais de vários planetas pequenos. Como seria de esperar, as coisas não correm como previsto, e ao fim de a nave em que seguiam se ter despenhado, a tripulação fica separada. O que antes era uma missão de rotina torna-se então numa luta pela sobrevivência.
O que teremos de fazer ao longo do jogo é explorar todos os compartimentos da colossal Ishimura, cumprindo os objectivos que nos são dados através de comunicações holográficas com Kendra e Zach, da nossa tripulação. Apesar de parecer algo monótono, não o é, e será através destas comunicações, assim como por gravações que encontramos pelos vários cenários, que nos é dado a conhecer as razões para as alterações que a colónia sofreu.
Algo que notámos desde o início de Dead Space é que Isaac é uma personagem muda, e além disso não existem “cutscenes” pré-feitas, o que tira grande profundidade à história. Para dar um exemplo, quando Isaac se volta a encontrar com Zach Hammond, da sua equipa, e apesar de este estar estendido no chão com grandes dificuldades, a nossa personagem não reage a esta situação, e nem mesmo o olhar é fixado na acção. Este é sem dúvida um dos grandes pontos fracos do jogo, mas também um dos poucos existentes no título.
O vírus “Corruption” é o grande responsável pelas transformações genéticas na população de seres humanos da colónia, e avisamos desde já que os encontros com as várias criaturas são sempre aterradores. Estas podem aparecer a partir de qualquer ponto do cenário, e não são precisos mais do que cinco segundos para ficarmos sem algumas partes do corpo. O que vale é que o contrário também é possível, aliás, no início do jogo é referido que umas das partes fracas dos monstros são os membros. Dito isto, tudo o que temos de fazer é apontar para os braços e pernas das criaturas e vê-los voar em todas as direcções.
Conforme vamos avançando no jogo, mais diversidade de monstros encontramos, e cada um deles tem um ou vários pontos fracos, como a cabeça, bolsas (à semelhança de um coração) ou costas. Assim sendo, é importante arranjar uma boa estratégia caso queiramos sobreviver às investidas inimigas, e é aqui que os poderes do fato de Isaac entram, mais propriamente aquele que consegue, durante breves segundos, parar o tempo. Numa determinada secção do jogo vamos encontrar uma criatura com poder regenerativo, ou seja, é completamente inútil alvejá-la, pois isso não surtirá efeito. Ao fazermos mira, com qualquer arma, e com um simples pressionar de “quadrado” (ou “x” na Xbox 360) accionamos este poder, que paralisa por alguns segundos o monstro, dando-nos tempo para eliminar todos os outros à sua volta. A juntar a este poder temos o da levitação e movimentação de objectos, que difere apenas do botão a pressionar, neste caso o “círculo”/”B”, também essencial para avançar na história.