Destiny - Análise
Então, corresponde às expectativas?
A experiência da Bungie nos FPS é vasta. Este foi o estúdio que criou aquele que é, desde o início da marca Xbox, o maior exclusivo: Halo. Como tal, Destiny, em termos de mecânicas associadas ao género e sensação de disparar as armas, está extremamente polido. A jogabilidade é impecável e não há falhas a apontar, para além de que existe uma variedade insana de armas (acompanhas por semelhante quantidade de armaduras) para descobrir e para melhorar.
Não podemos apontar o dedo à Bungie por falhar nos valores de produção. A nível artístico e visual é um dos jogos mais bonitos para a nova geração, a jogabilidade está afinada ao máximo e a banda sonora é excelente. O único ponto de desilusão é a história, que tinha as fundações necessárias para ser melhor, todavia, perde rapidamente o interesse e nem a voz de Peter Dinklage serviu de salvação.
De igual modo não podemos acusar a Bungie de não arriscar. Destiny é um jogo completamente online. Nem a gigante Blizzard foi capaz de obrigar a uma ligação constante à Internet quando transportou Diablo III para as consolas. O malefício é que a vossa capacidade de jogar está dependente da disponibilidade e qualidade de servidores e até agora não tem havido falhas a apontar, e o pior período, o de lançamento, já passou. De resto, só há benefícios.
Como precisam de estar sempre online, é um jogo muito mais social. Aliás, esta é a sua grande qualidade e um grande passo em frente dado pela Bungie. O sentido de comunidade é muito maior, e mesmo que não conheçam ninguém a jogar Destiny, podem interagir com os jogadores na Tower e juntarem-se a clãs no site da Bungie. Podem, se quiserem, jogar as missões da história sozinhos, mas no resto são obrigados a jogar com outras pessoas porque foi assim que o jogo foi visionado.
"É uma combinação refrescante, bem pensada e conseguida entre um dos géneros mais populares actualmente, os FPS, e os MMOs"
Obviamente, e quase inevitavelmente, que se nota alguma influência de Halo em Destiny (já nos Halo da 360 dava para jogar a campanha a quatro jogadores), mas Destiny é algo completamente novo. Não é Call of Duty, Titanfall, Battlefield ou outras comparações que queiram fazer. A evolução que Destiny traz, não só para os FPS como outros géneros, é a maior aposta no lado social, que também foi a uma das grandes novidades das novas consolas, as funcionalidades sociais e a facilidade de partilhar experiências.
Voltando ao início, a incógnita de Destiny é o futuro, mas depois deste início de sucesso com $500 milhões em receitas nas primeiras 24 horas (o que é impressionante para um jogo completamente novo), parece-nos que grandes coisas estão reservadas para Destiny no futuro. A curto prazo já estão garantidas duas expansões e eventos semanais da Bungie para satisfazer os jogadores de nível máximo.
Destiny não é perfeito, se calhar até, para alguns, nem consegue cumprir o pesado fardo das expectativas que foram geradas desde a sua revelação, mas é uma combinação refrescante, bem pensada e conseguida entre um dos géneros mais populares actualmente, os FPS, e os MMOs, que nunca ganharam força de tração nas consolas. A experiência de um jogo é sempre subjectiva por mais objectivos que tentemos ser, por isso o que vou dizer pode ser não a verdade absoluta, mas para mim não restam dúvidas que a fórmula resulta, por alguma razão que desde a semana passada não consegui parar de jogar e estava sempre pronto para partidas de longas horas, algo que já não tinha recordação de fazer.