Destiny - antevisão E3 2013
Os últimos defensores da raça humana.
Depois das maravilhas que fez com a série Halo, numa parceria exclusiva com a Microsoft, a Bungie foi à sua vida e estabeleceu um acordo com a Activision para a criação de uma nova franquia. Já sabemos que Destiny é a nova série que vai chegar para durar, mas do primeiro jogo a ser lançado para as consolas da actual e da próxima geração, pouco ainda se sabia, a não ser a partir de um evento mais recente, na divisão da companhia e só para alguns meios.
Esta E3 representava assim a oportunidade para a gigante de Seattle mostrar ao mundo uma demonstração de Destiny e desvendar o grande mistério através de um bom naco jogável (ainda que e só pelos produtores). Na minha agenda, o evento à porta fechada na E3 ficou marcado para o último dia da feira, justamente para a última meia hora antes de desligarem literalmente a energia ao LA Convention Center.
Enquanto aguardávamos no exterior, era impossível não sentir a expectativa agudizar, afinal este era um dos eventos mais procurados pelos presentes na E3. Além disso, junto à porta da sala de apresentações, no stand da Activision, acumulavam-se os autocolantes com os prémios reservados para melhor jogo da E3 pelos diversos meios jornalísticos presentes. O espaço reservado aos prémios já era pequeno.
Dentro da sala, a equipa e membros da Bungie era a mesma que tinha subido ao palco na conferência da Sony. Reinava a boa disposição, com bastantes comentários e risos da plateia, especialmente porque já contavam os minutos que faltavam para fugir de um dia (ou melhor, 3 dias) turbulento (acredito que jogar sempre a mesma demonstração e falar sobre ela pode ser mau para a cabeça), mas, dava para ver, aquela gente adora o jogo. E nós também. Porquê? Porque pela primeira vez nesta E3 havia um jogo que me levava a crer que; isto sim é da próxima geração. Talvez por estarmos mais próximos do ecrã gigante e ao vermos seis jogadores ligados ao mesmo jogo, de comando na mão, não havia como negar: a Bungie esmerou-se com Destiny e este jogo é como o algodão; não engana. Tecnicamente à frente de Halo, impressiona sobretudo pela fluidez, animações, texturas e efeitos de luz que até então mais nenhum outro jogo conseguiu mostrar. Rezo para que aquilo seja mesmo o motor gráfico de uma PS4/Xbox One a gerar tamanha demonstração em tempo real.
É certo que a equipa preparou um guião para a demonstração. Eles seguiram exactamente pelo mesmo percurso e eventos de encontros entre personagens, tal como foi mostrado na conferência da Sony, mas eles quiseram demonstrar que aquilo era real e nada estava gravado. Assim e após um olhar sobre o horizonte do planeta terra, a primeira personagem dá dois passos atrás e dispara um míssil para uma colina distante. Leva tempo a atravessar, num efeito circular, e, fica o esclarecimento: tudo aquilo é passível de ser percorrido. A descrição gráfica apocalíptica do planeta terra é a primeira coisa que ressalta aos nossos olhos. Sem efeitos sépia nas cores, nem paleta a obstruir, a luz natural do planeta, as animações, ar puro.
Instantes depois, um camarada de combate junta-se à missão no sopé da montanha, onde existe uma unidade fabril abandonada, para onde ambos se recolhem, após um breve diálogo. A ideia desta sequência passa por mostrar a articulação das campanhas. Aos desafios que estejamos a realizar, podem juntar-se outros colegas ligados on-line, pois este shooter, conforme revelou há muito a Bunguie, decorre num ambiente online persistente. Neste instante a equipa conta apenas com dois elementos, mas outros elementos nas fileiras aguardam pelo seu momento de entrada.
É dentro desta unidade fabril que decorrem os primeiros confrontos, mas também é aqui que se destacam os fenomenais efeitos de luz. À escuridão quase completa, sucedem-se as primeiras claridades artificiais e neste ponto, a sensação de profundidade causada pela luz, sem qualquer esbatimento ou perda de texturas nas partes alumiadas, é puro trabalho do motor gráfico. Isto é next gen. E quanto mais mergulham na escuridão, ao longo de uma plataforma que vai ganhando energia, mais os adversários ficam perto. O combate acontece numa mistura do que vimos em Halo com mais algumas novas manobras ofensivas, como as corridas e saltos sobre os inimigos, para terminar com um tiro certeiro e, pelo meio, o lançamento de granadas de plasma. Os efeitos das sombras, na movimentação, impressionam, e já depois de eliminados os inimigos, as personagens trocam impressões sobre as respectivas armas.
Estas podem ser melhoradas a partir de um sistema de habilidades, presumivelmente dependente da classe escolhida no começo do jogo. As variáveis ficam mais claras quando os jogadores se aproximam e combatem juntos. Misturar diferentes classes será talvez um dos pontos com mais importância relativamente à jogabilidade, até porque mais à frente e já de regresso ao exterior, novas unidades juntam-se à equipa. A equipa da Bungie que mostra a demonstração, quer deixar marca e isso mede-se no volume sonoro que praticamente faz estremecer a sala. Eles bem advertiram.
Depois de derrotado o boss no interior da fábrica abandonada, a equipa regressa ao exterior, onde são recebidos por mais quatro colegas preparados para o combate. É então que irrompe pelos céus e a baixa velocidade uma nave gigante que larga sobre o terreno mais inimigos e um enorme Fallen Devil Walker que mais se assemelha a um escaravelho gigante cheio de escudos e protecções. Esta é a sequência com mais caos e sentido de adrenalina em toda a demonstração. Existem pod racers, tal como em Halo, mas agora com uma definição e detalhe muito maior do cenário; uma zona que compreende muito verde mas também muito ferro atingido pela corrosão.
Concentrando esforços para liquidar a enorme criatura adversária, a equipa consegue, progressivamente, e por sequência, reduzir o seu índice de saúde até a exterminar por completo. É o momento mais explosivo da demonstração. No fundo, tivemos aqui uma boa apresentação da componente cooperativa e multiplayer de Destiny. A equipa parece ter seguido um guião, já que a série de acontecimentos foi a mesma que foi revelada na conferência da Sony. Mas não duvidamos. Tudo aquilo aconteceu em tempo real e por aí se encontra o mérito da Bungie, ao produzir um jogo que tecnicamente e em termos de arte, dificilmente deixará alguém indiferente. Ainda há muito para descobrir sobre Destiny, mas este jogo vai ser um shooter de outra geração.