Destruction AllStars review - Divertido e nada mais
O conteúdo poderia ser mais abudante.
Depois de algumas dúvidas sobre como a Sony ia gerir as ofertas do PlayStation Plus na PlayStation 5, eis que para surpresa de muitos esta não tem sido, à primeira vista, uma dor de cabeça para a gigante nipónica. Temos sido surpreendidos todos os meses com boas escolhas, e este mês de fevereiro foi o melhor até à data. É aqui que entra Destruction AllStars, um jogo desenvolvido já a pensar nos subscritores PlayStation Plus com uma PlayStation 5 e que figura como uma das ofertas de fevereiro.
Sendo um jogo da Sony Interactive Entertainment, é um trabalho que deve ter os padrões de qualidade que a companhia nos habituou em tantos outros jogos. É uma entrada a todo o gás por parte da produtora, a Lucid Games, que consegue entregar um jogo super divertido. Sim, é este o principal adjetivo para Destruction AllStars, também repleto de adrenalina e mecânicas que facilmente são assimiladas.
Não há aqui perda de tempo, somos logo atirados para um tutorial que nos explica em tempo real o que temos de fazer na arena, que possibilidades temos no DualSense, e respetivas funções de cada botão. E sim, as funcionalidades hápticas do comando da PlayStation 5 são utilizadas, com subtileza, desde o feedback da intensidade dos embates, ao caminhar do personagem, e os gatilhos adaptáveis ligados diretamente ao travão e acelerador (sentes feedback no acelerador sempre que o carro estiver com danos moderados). É uma curva de aprendizagem muito rápida e estamos prontos num instante para entrar nas batalhas online.
"As funcionalidades hápticas do comando da PlayStation 5 são utilizadas, com subtileza"
É apresentado de uma forma muito ao estilo de um programa de TV, com grande apoteose na entrada das partidas, e um grafismo luxuoso recheado de cores a condizer com a temática. Visualmente lembra um pouco outros títulos, à primeira vista claro, vem logo à mente Overwatch da Blizzard, mas apenas por momentos já que consegue ter um visual próprio. O primeiro impacto é mesmo a nível visual, deveras interessante e rico em pormenores. Os personagens são muito detalhados, com vestimentas coloridas, os veículos também com muitos particularidades e com imensos detalhes. De realçar também as excelentes animações dos personagens, seja durante a sua apresentação e até durante o próprio gameplay, já que nem sempre andamos dentro de um veículo.
Temos ao nosso dispor 16 personagens - sim são imensos mesmo - cada um com um veículo próprio que possui também habilidades únicas. No início de cada embate as carripanas não estão logo ao nosso dispor, mas sim outras menos poderosas e com diversas potencialidades. Umas mais velozes e outras mais robustas, tudo para servir propósitos diferenciados. O veículo de cada personagem tem de ser ganho, através de pontos que vamos conquistando ou ao apanhar fragmentos colocadas em pontos estratégicos só acessíveis quando estamos a pé. É aqui introduzida uma outra mecânica gameplay, que nos permite andar pela arena a correr, a saltar em plataformas, e claro ter sempre cuidado para não sermos abalroados pelos adversários. Mesmo quando estamos fora do veículo, cada personagem tem uma habilidade própria, que pode ser acionada sempre que estiver carregada.
Um jogo de rápido consumo, dirigido a todo o tipo de audiência, e sem grandes exigências. Não que isso signifique a não existência de alguns pequenos segredos que podem tornar o nosso desempenho melhor. Basicamente, em Destruction AllStars temos de conduzir um veículo em arenas à procura de adversários para dessa forma destruir as suas carripanas indo literalmente contra eles. Os combates são intensamente frenéticos, e por vezes originam o caos na arena. Os veículos têm destruição total, e o efeito visual desses danos coincide com a barra de energia dos mesmos, e quanto maiores forem os danos mais complicado é de o conduzir. Os danos visuais vão desde pneus furados, portas a cair, guarda-lamas arrancados, e se estiver mesmo muito danificado o embate final faz com que este seja completamente destruído com uma explosão.
São-nos atribuídos pontos sempre que embatemos contra um adversário, e quão mais forte for o embate maior será a pontuação alcançada. A decisão de quem ganha os pontos num embate é definida pela força com que se vai contra o outro carro, quem efetuar a ação com mais força/velocidade ganha o embate, quem perde é duplamente penalizado, não recebe pontos e ainda fica com o bólide danificado. São regras propositadamente simples para uma fácil assimilação.
As mecânicas de uma jogabilidade descomplicada e visuais altamente apelativos, fazem de Destruction AllStars um jogo que facilmente encanta. É logo apreciado na primeira interação, mas depois de o aprofundarmos damos conta de que é parco em conteúdos, e para piorar ainda mais, alguns deles estão bloqueados por detrás de microtransações. Temos que os adquirir com dinheiro verdadeiro, e não com os pontos que vamos ganhando nas partidas. Os modos de jogo são poucos, apenas quatro, que são explorados ao máximo pelas diferentes opções de jogo. No multiplayer temos então quatro modos disponíveis, que nos permitem jogar a solo e onde todos combatem contra todos, e depois temos dois por equipas de 8, num deles é amealhar o máximo de pontos possível num determinado tempo, e no outro temos de depositar peças que apanhamos numa determinada zona. Também existe a possibilidade de configurar combates personalizados ao nosso gosto, onde escolhemos o modo de jogo, a arena, e o grau de dificuldade.
"Mecânicas de uma jogabilidade descomplicada e visuais altamente apelativos, fazem de Destruction AllStars um jogo que facilmente encanta"
Para além dos referidos, temos um que pode ser considerado como modo história, denominado por Série de Desafios, e é jogado com um determinado personagem no qual temos de completar os desafios propostos. Alguns desses desafios são bastante irritantes, outros com algum interesse e uns simplesmente estúpidos. É aqui que se encontra uma das decisões mais polémicas por parte Lucid Games, pois o primeiro personagem é gratuito, mas para acedermos aos restantes temos de os comprar, e ao que parece será sempre dessa forma, tornando este modo história bloqueado por detrás de uma paywall. As restantes microtransações, tanto os cosméticos dos personagens e veículos, como os emotes e vozes, é-nos dada a opção de desbloquear alguns deles através de pontos ganhos nas partidas e até através da conquista de troféus.
Destruction AllStars é uma ideia simples que vai buscar elementos a outras paragens, como Overwatch, Rocket League, e até o clássico Destruction Dervy. Muito interessante e fácil de se gostar, mas que com mais tempo de jogo vai revelando as suas fraquezas, como as agressivas microtransações, poucos modos de jogo, apenas quatro arenas, e também determinados modos em que o tempo de jogo deveria ser estendido. As partidas são demasiado rápidas, e quando estamos a entrar no ritmo, o combate termina. Temos no final de tudo uma experiência divertida e intensa, com excelentes visuais, mas oca, sem grande profundidade e muito limitada em conteúdos.
Prós: | Contras: |
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