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Devil May Cry HD Collection - Análise

O facelift de Dante deixa a desejar.

Se com o anúncio do novo Devil May Cry a cargo da Ninja Theory a Capcom desceu uns pontos na consideração dos fãs, Devil May Cry HD Collection é uma excelente oportunidade para voltar a ganhar o afeto dos fãs desta série que já conta com mais de uma década de existência.

Com o novo Devil May Cry cada vez mais perto, esta HD collection é também uma oportunidade para dar a conhecer a série a novos jogadores. Com três jogos e um preço marcado de 39.99 euros, é um produto apetecível tanto para quem queira reviver a aventura de Dante como para quem a queira conhecer pela primeira vez.

Comecemos então a escrutinar esta coletânea em alta definição. Para começar, é cometido o mesmo erro já cometido em outras coletâneas. Depois de entrarem num dos três jogos, estão presos e a única forma de iniciarem outro jogo é saírem para o XMB. Não é um pormenor que cause frustração caso pretendam completar cada Devil May Cry de cada vez, mas ainda assim, não custava nada criar um atalho para regressar para o menu principal.

O trabalho feito em adaptar os primeiros três jogos para os ecrãs de alta definição desilude, e muito. Quando se trata de jogos antigos e da geração passada, milagres não são possíveis e há que traçar um limite naquilo que podemos esperar. Mas quando se olha para Devil May Cry HD Collection, é perfeitamente notório que o resultado final poderia ser melhor. As cinemáticas CGI não receberam nenhum tratamento, estando na qualidade original. Nem houve preocupação em aumentar a resolução para encher as televisões de 1080p, tendo sido colocadas barras pretas nos limites do ecrã para encher o espaço não preenchido pela cinemática. Nos menus de qualquer um dos três jogos podem esperar também as mesmas barras pretas.

O aspeto do primeiro jogo não beneficiou da sua transição para uma maior resolução, que parece ter sido a única preocupação da produtora que esteve responsável pelo processo. As texturas estão terríveis e exageradamente esticadas, resultando numa pixelização extrema. E não parece haver qualquer tipo de anti-aliasing para suavizar o "serrilhado" resultante do aumento da resolução.

Em termos visuais, Devil May Cry 2 não está numa situação melhor que o primeiro, sofrendo dos mesmos problemas e tendo um aspeto terrível. Devil May Cry 3 é dos três jogos aquele que se destaca, não pelos esforços em melhorar a sua qualidade nesta coletânea, mas porque simplesmente é o mais recente e como tal os seus gráficos estão mais atualizados.

Tirando o novo visual em alta definição (um dos motivos mais fortes para adquirir estas coletâneas) que nenhum dos três jogos aproveita em pleno, vão encontrar o mesmo que encontram nos lançamentos originais para a PlayStation 2. E mais não é preciso. A qualidade dos três jogos, ou pelo menos dois deles, falam por si só.

Diga-se que o original Devil May Cry envelheceu muito bem e a jogabilidade ainda é digna de ser mencionada nos dias de hoje. É o título da série com um ambiente mais negro, sendo notáveis as suas influências de Resident Evil. O ritmo é o ideal, havendo uma dose perfeita de ação e exploração. E os confrontos com os bosses são únicos, embora aquela aranha gigante consiga ser chata.

O seu maior problema é a câmara que assume uma posição estática conforme a posição de Dante numa determinada área. A perspetiva dada pela câmara nem sempre é a melhor para percecionarmos o que está em nosso redor, mas com o passar do tempo acabam por aprender os seus truques e como lidar com ela.