Confronto de nova geração: Strider
Xbox won?
Depois de mais de uma década, a Capcom decidiu finalmente ressuscitar a série Strider, colocando o pessoal no Double Helix à frente do projeto. As reações iniciais foram mistas, o currículo pouco impressionante do estúdio gerou preocupações entre os fãs na altura. Não era preciso - o jogo é um verdadeiro sucesso, sendo uma forte entrada no género e possivelmente o melhor do Double Helix até à data.
Claro, se pesquisares a história da companhia - pelo menos o lado bom - vais encontrar muitos jogos de plataformas memoráveis na era 16-bit. A esse respeito, quase se sente que para o estúdio é como um regresso a casa e uma completa realização do seu potencial. O feito é ainda mais impressionante tendo em conta que Strider chegou ao mesmo tempo a 5 plataformas diferentes. Existem diferenças profundas entre o salto de gerações, e apesar de Strider ser um jogo decente o suficiente na Xbox 360 e PlayStation 3, é nas novas consolas que o jogo realmente brilha. Muito graças à atualização super suave e comandos de baixa latência. Tanto a Xbox One como a PlayStation 4 operam a 1920x1080 e correm a completos 60fps. O anti-aliasing é de uma variedade pós-processamento - aparentemente baseado em FXAA ou numa variante. A nível geral de renderização, existe pouco a separar os jogos. A sério, à primeira vista é difícil discernir qualquer diferença de relevo entre os dois.
Efeitos, modelos, e texturas são idênticos no decorrer do jogo com apenas uma surpreendente excepção: filtro de texturas. Naomé claro quanto ao porquê do filtro aniso-trópico de texturas ser empregue na XO e estar ausente na PS4, produzindo uma diferença que assim que vista não pode ser desfeita - um distinto esborratar de detalhe em texturas em ângulos que reduz severamente o detalhe em alguns locais. A natureza do trabalho de câmara produz muitos ângulos apertados que tendem a realçar este problema.
Dito isto, devido aos corredores relativamente apertados que são aqui usados, as texturas tradicionalmente não parecem fora do normal durante o jogo, no entanto, torna-se aparente que algum detalhe das texturas está comprometido na PS4 como resultado disso. Considerando o pequeno impacto que isto teria na performance, é difícil imaginar que esta foi uma decisão intencional do estúdio, e esperamos que seja uma simples mudança que possam ajustar caso seja lançada uma atualização .
Felizmente, isto não inferioriza muito o excelente design visual de Strider. Com uma estética que frequentemente relembra ZOE2 da Konami, Strider apresenta um mundo de metal e pedra com estilo, polido com um forte recurso a linhas limpas, cores mudas, e efeitos de partículas com contraste - um design atrativo que consegue relembrar o jogo original dos salões de jogos e deixa na mesma a sua marca na série. É um exemplo de uma experiência equilibrada na perfeição que relembra os dias das 16-bits onde os jogos eram feitos para utilizar na perfeição a consola de forma a oferecer uma experiência muito concisa e polida. Este é o tipo de jogo que visualmente ainda se poderia aguentar por mais 10 ou 15 anos.
"Talvez não seja surpreendente num jogo que não quebra barreiras tecnológicas, as versões PS4 e XO de Strider são muito, muito similares."
A única queixa visual que temos envolve as poucas cutscenes com personagens. Os modelos dos personagens são bem simples e não foi feita qualquer tentativa de animar as bocas dos personagens quando falam, o que certamente é estranho. Dito isto, Strider perde pouco tempo com a exposição e consegue mover-se tão rapidamente quanto algo que possas ter jogado na MegaDrive, impedindo que estes pequenos problemas deixem qualquer impacto negativo duradouro. Outra opção visual da qual alguns podem não gostar é a inclusão de linhas de leitura finas por toda a imagem a todo o tempo. Apesar de não nos distrair, sem dúvida alguns vão procurar em vão tentar desativá-las.
Apesar de nos termos focado na comparação entre as versões PC e de nova geração para este artigo, Strider é um título para as duas gerações, disponível em cinco plataformas diferentes. Como esperado, a resolução desce para 1280x720 na Xbox 360 e PS3, enquanto o rácio de fotogramas é cortado para 30fps. Estranhamente, o problema com o filtro de texturas na PS4 não é problema aqui: as texturas no chão desfrutam de claridade adicional na PS3 e 360, sugerindo que estamos perante um erro na PS4.
Na maior parte, os bens parecem iguais aos das versões de nova geração, apenas a resolução das sombras e densidade de partículas são afetadas significativamente. A perda na resolução certamente afeta o design visual nítido mas o jogo é na mesma muito atrativo, mesmo a 720p. Tendo a escolha, é difícil recomendar a versão de anterior geração se tiveres acesso a uma consola de nova geração ou PC, mas fica descansado pois o jogo é na mesma adorável e vale a pena jogar se for a tua única opção.
No entanto, o que é impressionante é o quão aproximadas as diferentes versões estão. A paridade entre plataformas foi sempre uma espécie de Cálice Sagrado para os estúdios multi-plataformas. Ao produzir um jogo para duas, três, quatro ou mais plataformas diferentes ao mesmo tempo, conseguir isto pode ser impossível dentro das restrições de tempo e orçamento. Apesar de Strider não parecer demasiado ambicioso à superfície, oferecer um jogo com uma resposta tão boa e rápida em tantas plataformas diferentes não é feito pequeno e algo que muitos estúdios não conseguiram no passado. Existem apenas diferenças muito subtis entre as versões PS4, Xbox One, e PC enquanto a resolução do jogo é devidamente reduzida para as plataformas de anterior geração.
Em termos de performance, as versões de nova geração têm como alvo os 60fps e conseguem lá ficar 99.9% do tempo. Ao longo do jogo sentimos apenas um soluço muito pequeno no rácio de fotogramas durante uma sequência não interativa, muito provavelmente devido a um pequeno soluço no acesso aos dados causado por um rápido movimento da câmara. Horas de jogo nas duas novas máquinas deixaram-mos sem um único fotograma perdido durante gameplay normal. A latência nos comandos é mínima graças a um bom design e ao rácio de fotogramas estável. É claro que a performance foi o objetivo principal ao planear o jogo, tal como fizeram antes em Killer Instinct.
As coisas são menos ideais nas plataformas de nova geração, um rácio de fotogramas base nos 30fps é afetado por quedas na performance ao passar pelas áreas maiores. A 360 consegue manter a sua atualização de 30fps de forma consistente mas abrandamentos e tearing surgem com relativa frequência na PS3. Apesar de se poder jogar, nunca se sente completamente bem nestes sistemas devido à atualização lenta. Claro, Strider 2 corria a 30fps, mas isso não significa que também foi a escolha certa para a altura.
"Strider prospera com uma resposta precisa ao estilo arcada - e é o que oferece continuadamente na XO e PS4."
Por último, para concluir a comparação, passamos algum tempo com a versão PC. Fomos diretamente para 1920x1080 com as opções disponíveis no máximo para produzir uma imagem idêntica à que temos na XO. Existem poucas opções disponíveis incluindo oclusão ambiental, sombras, anti-aliasing (FXAA), e resolução mas existem claramente para suportar sistemas com menos poder pois os valores máximos não oferecem melhoria tangível.
Apesar do jogo aparentemente exigir DX11, não existem sinais de quaisquer funcionalidades mais avançadas implementadas aqui. Dito isto, no PC, existe sempre uma forma de melhorar a experiência e isso chega em termos de maiores resoluções. Com requisitos de sistema relativamente baixos, fomos capazes de desfrutar com facilidade de 60fps sólidos a 3200x1800 num sistema com uma Nvidia GTX680. Apesar da falta de multi-sampling anti-aliasing ser uma desilusão, é na mesma fácil conseguir uma qualidade de imagem melhorada através da força bruta com uma abordagem super-sampling.
Interessante é que a versão PC foi desenhada para operar exatamente a 60fps. A velocidade do jogo está diretamente ligada ao rácio de fotogramas e quaisquer quedas abaixo disso produzem resultados lentos na gameplay de forma proporcional. A correr Strider numa máquina menos poderosa com gráficas integradas, fomos capazes de criar momentos onde o jogo corria a metade da velocidade - algo que vale a pena considerar para jogadores com portáteis. Ajustes na resolução devem permitir a velocidade total num vasto leque de equipamentos, mas manter os 60fps é crítico neste jogo: quase que o poderíamos considerar um gesto retro pois este tipo de design reinava supremo na era 16-bit.
"É inferiorizado para 720p30 na 360 e PS3. É na mesma divertido, mas não tem a precisão extra das versões PC e de nova geração."
Ao contrário de jogos modernos, que dão prioridade à animação sobre a resposta, Strider responde assim que pressionas o botão. Esta simples mudança ajuda a diferenciar o jogo da maioria dos jogos modernos e ajuda a criar uma sensação de controlo que é mesmo especial e aditiva - Strider é um daqueles jogos que é simplesmente como deve ser. A combinação de um rácio de fotogramas alto, latência baixa, e prioridade na resposta sobre a animação criam uma combinação potente. Dito isto, a resposta fica dependente da resposta do teu ecrã. Um LCD com grande latência, por exemplo, pode inferiorizar a experiência. Pelo menos podemos estar certos que o jogo em si faz tudo para minimizar estes problemas.
Strider: o veredito Digital Foundry
Qualquer um com uma paixão pelos jogos de ação 2D da velha guarda têm simplesmente que jogar Strider. Como uma adaptação de uma série clássica para um jogo de ação ao estilo "Metroidvania", Strider é um sucesso estrondoso tendo uma ação e plataformas do mais rápido e com melhor resposta que jogamos em muito, muito tempo. Após várias tentativas mornas de ressuscitar séries centradas na narrativa, tanto Strider como Killer Instinct demonstram onde estão as forças do Double Helix. O estúdio foi recentemente comprado pela Amazon para supostamente trabalhar numa nova plataforma Android, portanto Strider poderá ser o seu último lançamento de grande perfil para consolas. Se esse for o caso, é pena só agora ter encontrado o seu chão mesmo antes de deixar o espaço das consolas tradicionais.
No que diz respeito à escolha da versão de Strider que devem jogar, teríamos que recomendar a versão Xbox One, PS4 ou PC. Apesar do jogo ter sido convertido por completo para a 360 e PS3, o rácio de fotogramas menor magoa um pouco a jogabilidade. Entre as outras três plataformas podemos dizer que vale a pena ter em conta o estranho problema com o filtro de texturas na PS4, que reduz a qualidade de imagem um pouco quando comparada com as versões XO e PC. No final, qualquer uma destas três versões providencia uma experiência altamente divertida e polida.