As consolas de anterior geração aguentam com Destiny?
O Digital Foundry compara as betas PS3 e PS4.
Sem versão PC anunciada, podemos dizer que é a versão PlayStation 4 de Destiny que mostra o novo motor Destiny do Bungie no seu melhor. Produzindo alguns dos mais impressionantes efeitos pós-processamento e iluminação dinâmica vistos até à data numa consola, poderia ser dito que as consolas de anterior geração vão ter grandes problemas para oferecer uma experiência equivalente mas o Bungie construiu o seu motor com a capacidade de conversão em mente e a chegada da beta PS3 juntamente com a sua consola principal sugere um alto nível de confiança nas ofertas de anterior geração.
O motor é descrito com confiança como a fundação para todos os próximos projetos para a próxima década, é incerto quantos jogos na série Destiny vão ter suporte para a geração anterior. No entanto, temos um arranque convincente com o que já foi apresentado. Com um tamanho de 5.6GB para a beta (contra 13.2GB da PS4), a versão PS3 mostra a firmeza com que o Bungie pretende otimizar todas as suas versões para o dia de lançamento.
Existe cortes óbvios comparado com a PS4. Colocados lado a lado em câmara lenta, cortesia do nosso vídeo de comparação em baixo, o detalhe do mundo está inferior. A densidade da folhagem, rocha e destroços é menor - e muitos destes detalhes surgem numa distância muito mais curta na PS3 através de uma cascata. Os elementos geométricos na parede, nos arredores de Old Russia, foram removidos na PS3. Ainda assim, a geometria na cena é de resto igual entre as duas - e mesmo o número de inimigos mantém-se na consola mais antiga.
No geral, a PS3 oferece um mundo de jogo surpreendentemente aproximado do da PS4. A diferença principal aqui está na visibilidade, a conversão do nível de detalhe e pop-in provaram ser um problema maior - especialmente ao viajar num Sparrow a altas velocidades pela área Steppes. Correndo a 1024x624 e apoiado por uma pesada FXAA pós-processamento, a qualidade de imagem sofre uma esperada queda comparada com a limpa 1080p na PS4. A PS3 apresenta apenas 30% do número total de pixeis - criando uma imagem mais deslavada no processo - isto destaca-se com facilidade como a maior diferença entre as duas.
É um sacrifício mas recompensa em outras áreas. A consistência do motor de iluminação, por exemplo, felizmente fica intacta na PS3. Lagos e poças de água na lama reflectem todo o mundo de forma eficaz nas duas consolas - os shaders de água estão ligeiramente melhores na PS4 e renderizam ondas mais cheias. Curiosamente, os inimigos abatidos e rastos de balas são os únicos elementos sem reflexo na água, apesar disto ser comum às duas plataformas. Entretanto, o ciclo dia/noite também está na PS3, apesar da iluminação interior estar simplificada em alguns pontos, através do corte de fontes de luz.
Depois da resolução sub-720p, o corte mais vistoso está na qualidade das sombras. Áreas iluminadas pelo sol - tais como o terreno principal em Old Russia e o segmento exterior na torre - mostram sombras suaves aceitáveis em cada pé do Guardian. Tudo muda nos interiores; os holofotes diretos criam sombras com um feio artefacto aliasing, sem qualquer filtro para ajudar.
Estas sombras a tremer são sem dúvida o maior problema para a vista na PS3 mas vê-las está, felizmente, limitado aos interiores. Entretanto, as sombras na PS4 parecem diferidas e a sua cobertura é completa por toda a paisagem. Comparativamente, a PS3 tem outro corte aqui; pedaços de sombra em troca de folhagem, mesmo em redor de cercas, são removidos para produzir uma paisagem mais clara na beta da anterior geração. Os personagens e edifícios ainda reagem à luz de forma lógica, sem grandes compromissos.
Apesar de na maioria estar inalterada a nível visual desde a versão alfa, a beta PS4 consegue melhorias impressionantes na iluminação. Os raios crepusculares estão entre as inclusões na PS3, permitindo que linhas de sombra passem por qualquer objeto - como a tua nave - ofuscando a iluminação da lua. Um reflexo de lente anisotrópico ao estilo JJ Abrams e brilho de coroa também embelezam as luzes direcionais mais pequenas - apesar da intensidade de cada ser muda quando comparado com a PS4.
O tratamento dos efeitos é estranho na PS3; alfa usado para efeitos de fumo durante multi tem uma resolução muito inferior aqui - causando uma distorção nos contornos dos objetos mais à frente. Mas pelo outro lado, efeitos de partículas e alfa produzidos por armas e granadas continuam na sua maioria como eram - apesar do conjunto de alfa estar altamente reduzido para efeitos de salpico. Entretanto, os jogadores PS4 recebem todos os mimos em termos de física, temos a presença de objetos dinâmicos, bonecos de trapos e física para roupas.
Em termos do trabalho dos bens principais, os mapas normais sofrem um golpe na resolução - apesar de isto passar despercebido a não ser que olhes para baixo. A inferiorização também afeta os céus - uma área que definiu o floreado visual do Bungie. Infelizmente, as nuvens distantes em redor da torre parecem mais bi-dimensional na PS3, foram removidas camadas do fundo e iluminação«.
Dito isto, os visuais PS3 - mesmo em versão beta - aguentam-se muito bem tendo em conta a diferença de sete anos entre as plataformas. Retoques e ajustes foram feitos - é certo - mas o aspeto de Old Russia ainda se sente consistente.
A performance na PS3 também tem um ponto do qual se orgulhar. Similar à beta na nova geração, consegue 30fps fixos com v-sync. Apenas o ocasional gaguejo no streaming ao usar um veículo rápido interrompe a nossa leitura aqui, de resto as duas consolas Sony produzem resultados iguais.
Infelizmente, a versão PS3 sofre do mesmo problema no ritmo de fotogramas visto na PS4 - um conjunto desequilibrado de fotogramas que, apesar de ter uma média de 30fps, causa uma sensação de trepidação no ecrã. Isto aponta para um erro no próprio motor e esperamos que seja corrigido em todas as versões no lançamento (um comentário no NeoGAF de um empregado do Bungie parece promissor). O uso de motion blur de ecrã completo na PS3 suaviza as rajadas de trepidação até certo ponto mas pelo bem da experiência multi - que também é afetada - o jogo deve beneficiar se for dada alguma atenção a esta área.
No geral, é difícil não ficar impressionado com a beta PS3 de Destiny. Sim, as texturas, iluminação e efeitos estão inferiores em níveis vários e a qualidade de imagem sofre um impacto perceptível ao trocar entre versões. Mas o mundo continua com um aspeto consistente - e se o foco do Bungie está na prioridade de uma experiência estável a 30fps durante a campanha e multi, isto já é um bom trabalho.
Não nos vamos esquecer que isto é uma beta. Apesar de assumirmos que é altamente representativa do jogo final, apenas pode ficar melhor de agora em diante em termos de correções e otimização. A nossa experiência com Watch Dogs sugeriu que a anterior geração estava de saída - as velhas consolas simplesmente não conseguiam acompanhar as exigências da nova era de videojogos. Destiny pode ter os seus compromissos mas a beta sugere uma experiência cross-gen sólida com todas as funcionalidades. Duas das quatro versões que jogamos até agora têm um aspeto espantoso e estamos ansiosos para testar as versões Xbox One e Xbox 360 quando chegarem no final da semana..