Confronto: Batman: Arkham Knight
A Rocksteady apresenta algo surreal.
Apesar do drama em torno da versão PC, sendo até removido das lojas digitais, existe uma sensação de sucesso nas consolas pois os jogadores PlayStation 4 e Xbox One recebem uma versão soberba de Batman: Arkham Knight. A Rocksteady aproveitou as forças de cada consola no seu primeiro jogo de nova geração e recompensou num dos melhores jogos do Batman visto em vários anos. Ao jogar fica sugerido que a impressionante demo Samaritan de 2011 do Unreal Engine 3 pavimentou o caminho para muitos dos grandes feitos tecnológicos do jogo.
Dos nítidos reflexos da cidade aos fundos ao fumo e chuva cheios de cor, o teaser Samaritan não apresentou uma lista de funcionalidades mas sim algo muito perto do que seria a estética final de Arkham Knight. Provavelmente causou impacto na Rocksteady quando foi apresentada, quando terminou o trabalho em Arkham City e olhou para o futuro - aparentemente muito cedo para ir para o UE4. Olhado para a demo e o jogo final lado a lado, o resultado final é espectacularmente similar, especialmente no uso de efeitos de iluminação, reflexos e integração de simulação de roupa nos personagens.
Claro que a Rocksteady acrescenta muito mais. A escala de Gotham não tem rival em qualquer jogo que use o motor, tal como o método processual para os encontros com os inimigos - cutscenes que entram de forma dinâmica enquanto percorres a cidade (frequentemente a convidar-te para uma missão secundária nova). A natureza fluída do sistema de animação, com varrimentos da câmara para e do cockpit do Batmobile, também merecem elogios. A ausência de ecrãs de carregamento também o destaque das consolas de anterior geração, onde a RAM limitava o streaming em mundos abertos - particularmente numa Gotham tão densa quanto esta.
Mas como é que Arkham Knight encaixa tão bem nas consolas actuais? Tendo em conta que as especificações da PS4 e One eram um mistério para o estúdio no início do desenvolvimento em 2011, tiveram que arriscar. No caso da Rocksteady, parece que apostou correctamente desde o início, a recompensa foi gigante.
Dax Ginn, director de Marketing, disse em entrevista que: "o pessoal da tecnologia - e especialmente o nosso engenheiro principal de codificação, Dustin [Holm], estava a construir um motor que previa o que acreditava seria o poder das consolas. Quando finalmente deitamos as mãos às consolas, ele disse 'Sim, sem problemas, soube sempre que ia ser assim.'"
O retorno visual é fácil de ver; na PS4 corre a 1920x1080 nativa, o padrão esperado para esta geração. Talvez não seja o exemplo mais nítido de um jogo full-HD, devido ao pesad anti-aliasing pós-processamento, e filtro cinematográfico de grainha - mas a visibilidade de Gotham é muito mais clara ao correr nesta resolução. Pop-in é ocasional mas o aspecto geral é fantástico em movimento e raramente mostra o seu lado pior.
Na Xbox One, todos os efeitos e detalhes estão iguais aos da consola Sony. O mapeamento de texturas é idêntico e em termos do streaming de bens apenas existem pequenas diferenças entre as duas no pop-in de texturas. No entanto, é um cenário familiar em termos de resolução e temos 1600x900 convertidos na One causando mais pixel-crawl em edifícios à distância do que na PS4. Isto é acentuado pelos efeitos pós-processamento - o mesmo conjunto de filtros como na PS4 - onde uma passagem de aberração cromática reforça o efeito do pixel-crawl em cenas com mais iluminação.
As duas versões de resto são idênticas. A diferença na resolução é a única diferença que as separa visualmente, ambas entregam resultados perto da demo da Epic de 2011. A única inferiorização aparente da versão original está no detalhe dos reflexos; os sinais de néon de Arkham Knight raramente estão tão nítidos quanto na demo, e nem sempre as suas posições estão correctas com o cenário. Ainda assim, é um esforço que fica perto de um ideal que poucos acreditariam se materializar num jogo, quanto mais um do Batman.
Enquanto alvo de uma demo em tempo real a correr numa Nvidia de topo (três GTX 580s em SLI na altura), a demo Samaritan tinha inevitavelmente uma vantagem na performance muito cedo. Nas consolas de hoje, o alvo é bem avaliado para 30fps nas duas consolas e a v-sync adaptável activada caso algum fotograma exceda o orçamento. Encaixa com a maioria dos jogos em mundo aberto nesta geração e o motion blur por velocidade é de respeitar.
O perfil de performance na One é muito similar é muito similar ao do visual quando comparado com o da PS4; está perto mas falha em alguns pontos. As piores quedas estão nos 26fps ao conduzir o Batmobile pela primeira vez. Temos tearing que desaparece após um segundo nas duas consolas e o jogo correm sem grandes problemas daqui para a frente. Na maioria do tempo, as duas estão lado a lado a 30fps mas ambas soluçam um pouco em movimentos rápidos pela cidade.
Na balança, a One mostra mais soluços e tear quando planamos pela cidade, apesar da diferença não ser forte. Não é suficiente para reduzir a experiência de jogo em nenhuma das duas mas a PS4 é mais suave. É impressionante que com a actualização 1.02 na PS4 o jogo fica ainda mais polido do que no código de análise - e a versão One actualizada também fica acima desta versão Sony mais velha. Ambas correm a sólidos 30fps e olhando para os problemas no ritmo dos fotogramas visto em jogos recentes como The Witcher 3, é uma lufada de ar fresco.
Batman: Arkham Knight - veredicto Digital Foundry
A infeliz situação no PC afectou o lançamento mas Arkham Knight é excelente nas consolas. Diz muito da avaliação que a Rocksteady fez da PS4 e One, criando a fundação do jogo muito antes de sabes as especificações das consolas. No final, é um jogo soberbo nas duas consolas - apesar de preferirmos a imagem 1080p mais clara da PS4. A performance mais suave ao planar pelas ruas de Gotham também diz que a PS4 é a vencedora entre as duas.
Além disso, a PS4 oferece extras exclusivos como o pacote The Scarecrow Nightmare - uma selecção de três missões de corrida e skins para os personagens (incluindo uma versão do Batman dos anos 60). Difíceis de escapar aos que querem ter tudo mas não são essenciais. Na Xbox One esses extras devem chegar no final do ano.
Mesmo com o Unreal Engine 3 na sua base, Arkham Knight é um dos jogos mais avançados desta geração - tirando o máximo da PS4 e One com uma Gotham verdadeiramente aberta, soberbos efeitos e iluminação, animações suaves e fluídas. Enquanto os jogos que usam a quarta versão do motor começam a surgir, existe a sensação que este é o último grande jogo a usar o velho motor da Epic. É uma grande despedida da tecnologia que claramente tinha mais potencial do que aquele que as anteriores consolas conseguiam oferecer e com a saga Arkham aparentemente fechada, aguardamos ansiosamente para ver o que faz em seguida a Rocksteady.