Passar para o conteúdo principal

A evolução de Final Fantasy 7

Comparação do Remake PS4 contra versões anteriores de Midgar na PS1, PS3 e PSP.

Final Fantasy 7 está quase a celebrar vinte anos e ao longo deles, a Square Enix lançou inúmeros derivados, demonstrações tecnológicas, e filmes baseados neste épico. Os fãs continuaram à espera de algo impossível - o remake de Final Fantasy 7. Fomos surpreendidos quando o projecto foi anunciado na E3 deste ano, mas a sua revelação consistiu inteiramente de CGI pré-renderizado, não esperávamos ver vídeo com o motor de jogo tão cedo.

No entanto, foi isso que apresentaram no PlayStation Experience em São Francisco. Muita informação foi revelada, como a controversa divisória em várias partes, mas estamos interessados em ver o jogo. Tal como Kingdom Hearts 3, esta nova visão de Final Fantasy 7 usa o Unreal Engine 4 e está com bom aspecto - mas não é a primeira vez que vemos Midgar renderizada com gráficos actualizados, o que nos deixou a pensar como se compara este jogo contra os outros teasers já apresentados?

Pegámos em várias fontes e tentámos descobrir. Uma das primeiras coisas que surpreendeu é o quão aproximados estão da introdução original. Todos os personagens estão lá e com novos designs. Já imaginaste como ficariam Jesse, Bigs e Wedge no Unreal Engine 4? Já os podes ver.

Claro que existe um enorme salto de qualidade entre o original e o Remake mas existe um olhar a Midgar que não podemos ignorar - a demonstração técnica de Final Fantasy 7 para a PlayStation 3. A demonstração foi apresentada em 2005, na revelação da consola.

Nunca foi descoberta a verdade desta demonstração - foi gerada com um devkit PS3? Talvez um renderizador offline? Ou foi criada com um PC de especificações superiores? Seja de que forma for, a demonstração ainda hoje tem bom aspecto, corre a 60fps e com muito detalhe. Revê-la em 2015 mostra que não tem muitos dos efeitos mais modernos, como sombras de contacto, mas ainda é atraente.

A evolução de Final Fantasy 7. Corre ao longo de duas décadas, é um mundo que a Square Enix revisitou várias vezes e podes ver como se comparam neste vídeo.Ver no Youtube

A demo cobre a introdução do jogo, que ainda não vimos em formato remake, mas existe um momento abrangido pelas duas. A demo e trailer do remake mostram Cloud a saltar do comboio - o novo modelo UE4 tem mais detalhe, shaders e texturas mais complexos, mas ambos têm bom aspecto. O modelo da demo PS3 parece mais limpo e relembra Advent Children, enquanto no remake, Cloud está magro e parece quase doente, escolha de design intencional acreditamos nós. Também vemos que a cor está melhor no remake. Comparado com o original, a demo PS3 é cinzenta enquanto o remake está mais fiel ao original. É fascinante.

Também tivemos a oportunidade de explorar partes de Midgar em Crisis Core para a PSP. Também o incluímos apenas pela diversão e ficámos impressionados pela forma como o jogo ainda se aguenta nos dias de hoje. Apesar do mundo estar dividido em pequenas áreas, a qualidade visual impressiona. A correr em tecnologia mobile de 2004, ainda ficaria bem na Vita ou smartphones modernos.

Assim que chegas às ruas de Midgar, é interessante comparar o jogo com as breves secções de exploração vistas no trailer do remake. Com ângulos de câmara similares, temos uma ideia do objectivo da equipa de produção, apesar da escala ser muito maior na PS4. O mesmo podemos dizer dos combates, o Remake está mais virado para a acção do que o original.

A maior preocupação é a estrutura. Dividir o jogo em várias partes é algo que não esperávamos, mas compreendemos a necessidade desta abordagem. O nível de detalhe é impressionante e muitos bens não são baratos - não podem ser produzidos rapidamente. A ideia de explorar toda Midgar certamente é aliciante e algo que provavelmente não aconteceria se fosse desenhado como um só produto. Mais importante, esta estrutura provavelmente dá-nos uma data de lançamento mais razoável.

Nós ficamos mais curiosos ainda para ver se o estúdio CyberConnect2 consegue um rácio de fotogramas estável com gráficos desta qualidade. A equipa tem experiência com o Unreal Engine mas não vimos muitos exemplos de jogos UE4 com boa performance em nenhuma consola desta geração. A maioria desses projectos foram feitos por pequenas equipas independentes por isso podemos acreditar na Square Enix, que tem um orçamento muito maior, ainda assim temos incertezas - especialmente baseado em cenas do trailer, que parecem menos consistentes. Esperamos que seja o início de jogos UE4 optimizados nas consolas e que as nossas preocupações sejam sossegadas.

Quanto ao jogo em si, é uma abordagem diferente ao design. Alguns podem ficar desanimados com isto mas estamos entusiasmados com o que pode ser feito. É uma nova oportunidade para ver o mundo de Final Fantasy 7 de uma forma completamente diferente e também uma oportunidade para alcançar uma nova audiência, que pode até nem ter jogado o original. Esperamos descobrir mais do projecto em 2016.

Lê também