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Lego City Undercover na Switch aguenta-se bem comparado com a PS4

Grande melhoria sobre a Wii U, resolução superior à da Xbox One.

É fascinante ver o quão bem a Switch da Nintendo se adaptou a motores existentes. Até agora vimos a máquina lidar muito bem com o Unreal Engine 4 e o Unity, e ficamos curiosos para ver como se aguenta o motor Lego da Traveller's Tales. Lego City Undercover é na verdade um jogo da Wii U lançado há 4 anos, melhorado recentemente com a nova versão do motor Lego e agora disponível na PS4, Xbox One - e claro, Switch.

O gameplay permanece igual ao que viste em 2013 na Wii U, mas os jogos Lego parecem ser intemporais: nas novas consolas, temos a sensação de um jogo fresco e divertido com comédia fantástica. Em termos tecnológicos, a Traveller's Tales e o estúdio TT Fusion poderiam cair na tentação de apresentar uma conversão directa para a Switch - algo que parece abundar na Switch - mas na verdade, a Switch tem a maioria das funcionalidades das versões Xbox One e PS4, juntamente com algumas surpresas.

A Switch inferioriza alguns elementos visuais - como esperado de uma máquina menos poderosa. No entanto, foram misturados definições de detalhe visual, por isso apesar de no geral as versões Xbox One e PS4 serem mais ricas em termos visuais, existem surpresas - um exemplo são as misturas que surgem mais cedo na Switch. Depois temos a resolução: na Dock, a Switch corre a 1080p como na PS4 (720p em modo portátil) mas curiosamente, a Xbox One usa pixeis anamórficos, significando uma resolução horizontal sub-HD. A resolução é apenas um dos elementos da constituição visual do jogo - e no geral, a versão Xbox One é preferível sobre a da Switch - mas o facto da versão Switch apresentar mais pixeis que a versão Xbox One não é algo que esperávamos ver.

A versão actualizada de Lego City Undercover dá-nos uma boa indicação do quanto melhorou este motor. O sistema de iluminação foi totalmente remodelado, passou para renderização por físicas. O efeito transforma o jogo, e a inclusão de oclusão ambiental mais refinada adicional subtis profundidades e nuances ao jogo. A cadência de efeitos, a qualidade dos shader, o detalhe da arte e os mapas normais - tudo foi substancialmente melhorado. Lego City Undercover foi basicamente recriado para um motor mais moderno e existem outras melhorias: fora do centro da cidade, vemos a tentativa de demonstrar mais detalhe distante nas áreas do jogo.

Uma comparação entre as 4 versões de Lego City Undercover.Ver no Youtube

A boa notícia para os jogadores da Switch é que a maioria das melhorias aplicadas pelo motor mais moderno estão todas presentes. Olhando para o vídeo comparativo, é espantoso ver o quão bem se aguenta em movimento ao lado das versões Xbox One e PS4, com ajustes estratégicos. Alguma profundidade é perdida com a remoção da oclusão ambiental, enquanto o detalhe das sombras é significativamente reduzido (a Switch nisto fica mais perto da versão Wii U) mas é um problema apenas quando visto de perto. A qualidade dos reflexos também está muito inferior na Switch, ao ponto do efeito parecer pior do que na Wii U.

No entanto, as reduções na qualidade são bem geridas e não muito perceptíveis - mais dois cortes na apresentação visual preocupam mais. Primeiro, a Switch tem menos memória do que as concorrentes, o que se traduz em texturas de menor resolução. Segundo, o detalhe distante é escondido através de um campo de profundidade - é um efeito bokeh fixe na PS4 e Xbox One, inferiorizado para um subtil blur na Switch. Não ajuda nada a qualidade de imagem mas a apresentação é mais 'nítida' pois menos detalhe é misturado.

Ao remover a Switch da Dock duas coisas ficam aparentes: primeiro, podem existir ajustes no nível de detalhe mas a apresentação é na sua maioria igual à das consolas a correr com os relógios no máximo. Existe uma pequena diferença na qualidade do filtro das texturas mas provavelmente está relacionado com o menor número de amostras na resolução inferior do que um downgrade consciencioso, e é essencialmente invisível no ecrã mais pequeno. No entanto, o preço a pagar por este nível de paridade é um impacto maior na performance - algo que já se revela como quedas dos 30fps quando corres o jogo na dock.

O nível de performance da Switch a 1080p aguenta-se bem, mas existem quedas no rácio de fotogramas ao percorrer as zonas abertas. É na mesma mais suave que o original na Wii U mas ao passar para o modo portátil as coisas ficam complicadas - as quedas na performance são mais perceptíveis e apesar de não arruinarem o jogo, seria preferível um foco na suavidade da performance e não na tentativa de igualar a qualidade visual do modo dock.

A performance da PS4 e Xbox One é muito similar. O gameplay no exterior corre a 30fps fixos, mas nos interiores o jogo aumenta o rácio de fotogramas ficando perto de 60fps, com fotogramas perdidos e tearing mais perceptível na consola Microsoft. É uma ideia interessante mas preferíamos consistência - mudar de 30fps para 60fps e voltar a 30fps é estranho, e não entendemos o que o consumidor tem a ganhar com isto.

Apesar do motor Lego dificilmente puxar pelo equipamento comparado com os grandes AAA, é fascinante ver quanto da experiência de consolas permanece na híbrida da Nintendo. Com apenas alguns ajustes visuais, o jogo tem na mesma bom aspecto sem a sensação que estás a perder as grandes funcionalidades do motor. Mais do que isso, em quase todos os aspectos, tens uma grande melhoria gráfica sobre o jogo da Wii U, demonstrando mais uma vez o quanto a Switch tem para oferecer em termos de poder, comparada com a Wii U.

Em termos da experiência na sala, escolhemos a PS4, seguida muito de perto pela Xbox One. A Switch fica para trás devido à performance menos consistente e não pelos ajustes gráficos - é um jogo com bom aspecto na mesma. No entanto, o jogo na Switch dá para jogar como uma completa experiência portátil, algo que as outras não conseguem. O rácio de fotogramas sofre e existe a sensação que este aspecto poderia ser melhorado, mas é uma funcionalidade única da Switch e que vale a pena.

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