Digital Foundry - Skyrim Switch comparado com a PS4
Testes mobile vs dock, análise à performance e mais.
Depois de DOOM na Switch, um motor AAA inferiorizado e adaptado para a híbrida da Nintendo, a conversão de Skyrim pode não ser tão impressionante em termos de ambição, mas tem muito mais sucesso em termos de execução. Sim, existem compromissos quando o comparas com a versão PlayStation 4, mas cumpre no que importa - e no que torna a versão Switch única - o modo portátil - é simplesmente excelente.
Apresentado no vídeo de revelação da Nintendo em Outubro de 2016, Skyrim foi claramente incluído como uma declaração da Nintendo - demonstrar o forte apoio third-party e que os jogos de topo estavam a caminho. O vídeo inicial foi promissor e o produto final cumpre. É uma versão com todas as funcionalidades, que usa as muitas opções de qualidade no Creation Engine para caber no chipset mobile da Nvidia.
Na dock, Skyrim opera a 1600x900 nativa, enquanto no modo mobile vemos o primeiro sinal de compromissos. Quando olhamos para a versão vista na Gamescom, tudo indicava 720p nativa, mas na versão final temos uma ligeira conversão de resolução para manter a performance. Quando pressionada, a resolução baixa para 896x720 - 70% da resolução nativa.
Skyrim alterna constantemente entre nativa e inferiorizada, o que pode causar um estranho efeito quando o conversor não sabe bem qual a resolução que deve usar. Em cenas com muita folhagem, olhar para o céu e movimentar ligeiramente a câmara mostra o efeito. É a única falha no que de resto é um jogo portátil perfeito. Esta capacidade para jogar Skyrim onde quiseres é o principal argumento do jogo e de longe o seu aspecto mais apelativo.
Quanto a outros compromissos a alternar entre dock e portátil, será muito difícil encontrá-los. As definições para o nível de detalhe a média longa distância foram ajustados, apresentando uma estranha perda de algumas árvores e outros detalhes, mas de resto, o jogo é o mesmo. Tal como DOOM, Skyrim aguenta-se melhor em modo portátil - os cortes e compromissos são muito mais difíceis de distinguir ao jogar no ecrã mais pequeno.
Em termos de performance - crucial num jogo destes, muito mais do que detalhe adicional - Skyrim cumpre. Pode perder um ou outro fotograma devido ao streaming, mas ao longo de seis horas de jogo, entrega 30fps sólidos. A consistência merece destaque - está a par das versões PS4 e Xbox One e a sensação é boa. Tal como DOOM, os analógicos nos Joy-Cons não são a melhor forma de jogar, mas a experiência aguenta-se bem no geral.
A versão Switch também pode ser jogada na dock, que corre a 900p, adiciona um pouco mais de detalhe e permite comparações com as versões existentes, como a da PS4 que escolhemos. É aqui que consegues ver os vários cortes necessários para converter o jogo. Além da resolução, os efeitos gráficos mais exigentes foram inferiorizados ou removidos, existindo adicionais ajustes nas definições do nível de detalhe.
As existentes Special Editions implementaram a iluminação volumétrica impressionante de Fallout 4, inferiorizada ou removida em alguns casos na Switch. A qualidade das sombras passou para uma resolução inferior (mas o filtro de arestas está bom, tornando difícil perceber a queda) enquanto a oclusão ambiental também parece ter sido reduzida. A resolução das texturas também está inferior, mas isto apenas é perceptível ao perto - mais afastados, a Switch aguenta-se bem. Em termos de compromissos inteligentes e bem pensados, todas estas mudanças são compreensíveis e apesar da versão Switch perder algum dos mais belos e subtis efeitos presentes nas versões de actual geração, ainda consegue impressionar - o impacto é ainda menor ao jogar em modo portátil.
A gestão do nível de detalhe é a chave para converter Skyrim para a Switch. Cortes bem pensados foram feitos. Ao perto, além das mudanças nas definições do entulho, esta versão mantém a maioria do detalhe nos objectos - as definições de geometria estão iguais. O detalhe a longas distâncias também está muito similar. É a média distância que os programadores fizeram os compromissos mais perceptíveis. A versão PC permite ajustar a distância para optimizar a performance e os programadores usaram esta funcionalidade do motor para o converter para a Switch.
A folhagem está muito inferior - abundante nas versões existentes, é aqui que vês os mais agressivos compromissos, deixando a média distância com um aspecto vazio. A distância para os objectos também foi reduzida imenso, resultando em pop-in óbvio na Switch, muito mais difícil de perceber nas outras plataformas. O resultado final varia de forma dramática - as aldeias repletas de detalhe estão muito, muito idênticas na Switch, enquanto as panorâmicas extensas parecem vazias em comparação.
É interessante notar na diferença entre dock e mobile. O jogo é na mesma o Skyrim que conheces quando jogas na TV, mas os compromissos visuais destacam-se. Em modo portátil, isto torna-se trivial ou quase inexistente. É a primeira experiência Skyrim mobile que já vimos e é fantástico revisitar este clássico, que corre tão bem em modo portátil.
É essa a principal diferença entre Skyrim e DOOM. Converter o id Tech 6 para a Switch resultou numa conversão que tem tanto de inspiradora como de desilusão ao mesmo tempo - o hardware foi levado além dos limites, produzindo cenários que podem comprometer o gameplay. Skyrim combina melhor com a Switch devido à consistência - apesar de não podermos assegurar uma boa performance nas 60 horas de jogo, tudo o que jogámos até agora é suave, polido e fixo a 30fps. Com vários gigas de RAM na Switch, esperamos que o jogo se aguente bem com o acumular das horas de jogo.
Resumindo, as alterações asseguram uma experiência Skyrim que encaixa bem na Switch e apesar de não sermos grandes fãs dos controlos por movimento opcionais, demonstram que a Bethesda está a tentar aproveitar as funcionalidades do sistema. Se jogaste Skyrim ou não, a capacidade de jogar em qualquer lado é mesmo fantástica. Foi muito divertido jogá-lo e é altamente recomendado.