Dark Souls Remastered: quais as melhorias?
O Digital Foundry jogou-o na PS4 Pro.
Dark Souls é talvez o remaster mais esperado desta geração. É a oportunidade para revisitar um dos mais aclamados jogos da anterior geração, através de tecnologia actual que melhora imenso os visuais e corrige alguns dos problemas de performance. Já tivemos uma amostra da conversão Switch - baseadas no vídeo que nos deu a impressão de uma conversão conservadora na híbrida. Agora tivemos a oportunidade de o jogar na PlayStation 4 Pro e visualmente existe muito mais para falar.
Como seria de esperar, a consola mais poderosa da Sony apresenta suporte para ecrãs 4K. Em modo 4K, a actual versão corre a 3200x1800 nativa. Não é verdadeira 4K que poderias desejar, mas a densidade de pixeis é alta o suficiente para entregar uma imagem linda e nítida, mesmo que exista upscaling para a apresentar num ecrã 4K. O que mais surpreende que o design do mundo se aguenta muito bem numa resolução tão elevada, sete anos depois do lançamento original. A versão Pro entrega um aumento de 7.8x na resolução sobre a 1024x720 do original a PS3 e Xbox 360.
Veremos o que as outras consolas fazem mais perto do lançamento. Estamos especialmente curiosos com a versão Xbox One X, onde o poder GPU extra pode facilmente converter-se em 3840x2160 nativa - 4K. Por enquanto, Dark Souls corre a 1800p sem problemas na Pro, melhor ainda - faz-lo a 60fps. Também foi implementada super-sampling pelo jogo, por isso quem joga em ecrãs 1080p recebem anti-aliasing extra - uma vantagem sobre a 1080p nativa na PS4 amadora, que correrá a 1920x1080.
Além da resolução e rácio de fotogramas, até onde vai esta remasterização? Não estão garantidas melhorias na qualidade da arte: algumas texturas estão iguais, enquanto outros materiais foram ajustados. Uma boa parte dos assets que vemos no início do jogo são uma cópia directa do original Xbox 360, mas as texturas da relva estão mais nítidas e existe relva adicional no altar Firelink. Comparado com os assets menos nítidos da anterior geração, a Pro consegue uma melhoria, justificando o suporte 4K. Ainda assim e infelizmente, as melhorias não são universais, mas a melhoria no filtro de texturas ajuda a tirar mais da arte original.
Isso não significa que a From Software não tenha aplicado fortes mudanças. Apesar dos materiais estarem frequentemente similares aos do original, o modelo de iluminação foi alterado. Apesar de reutilizar algumas texturas, o remaster pode ter um aspecto diferente graças à forma como o mapeamento especular - na pedras, por exemplo, interage com a luz. O remaster calcula de forma lógica o percurso da luz das fogueiras, corrigindo a sua posição. Os resultados podem variar imenso em relação ao original - em alguns casos é mais apelativo, noutros, a Pro parece pior do que o original na Xbox 360.
Os fãs também vão reparar em grandes mudanças nos efeitos. Desde o primeiro boss em Asylum, podes ver que as transparências alpha em 2D foram trocadas por um efeito mais nítido na Pro. Existe um efeito mais rico quando o pó rodopia, ao invés da textura achatada em baixa resolução usada no original. Aplica-se a todos os inimigos que tombam no chão; incluindo o Tauru Demon e o wyvern vermelho. Em combinação com iso tens uma melhoria no efeito da esfera de almas, actualizado em linha com o de Dark Souls 3. É mais claro, mais nítido e faz sentido a From Software procurar um ponto visual comum na melhoria. Existem pequenos ajustes e melhorias em outros lados, entre elas uma revisão aos volumétricos, especialmente perceptível no nevoeiro - uma técnica que afundava a performance nas consolas de anterior geração.
O remaster amontoa várias pequenas melhorias que criam uma imagem geral diferente - mas a lógica é a mesma e tudo o que gostaste no original está intacto. Cada canto, posição de inimigo e até o retículo da mira são os mesmos - mas as imagens e texto dos itens são renderizados em alta resolução. Talvez seja a iluminação a mais significativa das mudanças visuais. Não só tem melhor aspecto como também não drena a performance.
Tal como em Dark Souls 2: Scholar of the First Sin, podes jogar mais ou menos a 60fps fixos, significando que tens uma grande melhoria sobre a performance abaixo de 30fps do original. As secções iniciais do jogo que jogamos não mostram o motor em cenas exigentes e não foi possível espreitar para Blight Town. Ainda assim, raramente a Pro desce dos 60fps Seja na luta contra o demónio que destrói pilares ou o efeito de pelo no demónio Tauros, onde o original descia para 20fps, correm agora a 60fps na Pro.
Isto resolve um dos grandes problemas da série Souls. Os títulos da From Software são frequentemente bloqueados a 30fps e depois tens o problema de mau ritmo de fotogramas. Significa que mesmo quando chega a 30fps, o rácio de fotogramas ainda tinha problemas. Ao correr a 60fps, Dark Souls Remaster não tem problemas na Pro - está espantosamente fluido. Apenas no PC, com o mod DSFix conseguias isto e é um grande feito tê-lo de base nas consolas. No entanto, esta versão não corria a 60fps perfeitos: ocasionais soluços e raras quedas na performance para meios 50s foram registados. Locais como Blight Town serão o real teste.
Como amostra do que está a caminho, Dark Souls Remastered está a ficar bom. Desde que não esperes um remake ao estilo de Shadow of the Colossus, cumprirá com as expectativas. Os ajustes gráficos podem ser pequenos, mas são numerosos. Em conjunto com a 1800p e 60fps na Pro, é uma boa desculpa se quiseres jogar o primeiro jogo. Ao criar este artigo relembramos o quão mau o rácio de fotogramas era no original. Só pelos 60fps, já se sente como a versão definitiva, mas veremos como está o jogo completo, no dia 25 de Maio.