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Bloodstained é um jogo a não perder, mas precisa de trabalho na Switch

Um dos melhores jogos do ano.

Bloodstained: Ritual of the Night é um dos maiores sucessos na história do financiamento público. É um jogo que poderia nem existir sem o apoio da comunidade, mas como outros, o caminho foi longo e repleto de desafios - mas o jogo chegou e é bom. Muito bom. Pessoalmente, o resultado excede as expectativas.

Bloodstained prometia um novo jogo ao estilo de Castlevania: Symphony of the Night dos criadores do jogo. É o tipo de jogo que os fãs esperavam há anos e acerta em muita coisa. Cada área foi criada com cuidado e cada estrutura posicionada para encaixar correctamente na tua perspectiva, graças à apresentação 2.5D. A iluminação dinâmica é usado em todo o jogo, tal como as sombras em tempo real. Também adoro o uso de nuvens e nevoeiro - especialmente as nuvens que se movimentam rapidamente nos exteriores, que relembram o segmento mesmo antes de Dracula em Symphony of the Night.

O mundo de jogo está desenhado muito identicamente ao de SotN. Cada área está separada na sua própria zona, conectadas por corredores. A sequência inicial de loading é longa, mas quando entras no jogo não parecem existir interrupções. O estilo visual pode não apelar a todos, eu penso que é um dos mais belos jogos 2.5D desta geração, se o jogadores na plataforma correcta. Podemos dizer que nem tudo correu como planeado. Bloodstained chegou e começaram a surgir bugs e problemas, a maioria na Switch. Após jogar em todas as consolas, fiquei surpreendido com as diferenças entre todas.

Tudo o que precisas saber sobre Bloodstained em todas as consolas.Ver no Youtube

A primeira coisa a destacar é que a equipa de desenvolvimento está altamente focada em refinar a versão Switch e alguns dos problemas aqui mencionados vão, certamente, melhorar - a questão é até que ponto e o jogo está tão mau quanto algumas pessoas dizem? Vamos ao básico em todas as consolas. A Xbox One X fica no topo e corre a 4K nativa. Não descartamos o uso de resolução dinâmica, mas após analisar várias imagens em diferentes locais, diria que a resolução é 4K fixa ou na maioria do tempo. A qualidade de imagem é o ponto forte na Xbox One X.

A PlayStation 4 Pro difere imenso e corre apenas a 1080p. Apenas um quarto da resolução da Xbox One X, compensado um pouco pela tecnologia supersampling temporal do Unreal Engine 4. Pode parecer uma esmagadora vantagem para a Xbox One X, mas não é bem assim, como já verás. A PS4 corre a 1080p nativa e a Xbox One S corre a 900p. No entanto, a Switch corre-o a 720p, na maioria do tempo e é difícil contar os pixeis devido à anti-aliasing e falta de câmara livre, mas parece ser este o número. Em modo portátil, desde para 576p.

Sinto que um dos problemas na Switch é que a anti-aliasing não funciona bem com uma resolução tão baixa e o resultado é uma imagem pouco nítida, ao ponto de acreditar que seria melhor uma AA pós-processamento básica. Pode exibir maior cintilação, mas teria maior nitidez. Honestamente, a resolução não é o problema na Switch, em termos de qualidade imagem. A maior diferença está na qualidade dos assets da arte, a resolução das texturas é fortemente afectada na Switch, ao ponto de parecer que as superfícies não carregaram completamente. Em modo portátil, o ecrã pequeno ajuda a disfarçar a perda de detalhe, mas não é bonito em nenhum dos modos.

PS4 Pro
Switch Docked
A maior diferença entre a Switch e as outras versões são as texturas. A qualidade foi tão reduzida que o detalhe perdeu a nitidez.
Switch Docked
Switch Portable
A diferença entre dock e portátil é mínima, apenas a resolução.
Xbox One X
Switch Docked
Na Switch, a água e iluminação receberam cortes na qualidade.
Final Game (PS4 Pro)
Beta Version
A versão final oferece uma grande melhoria na qualidade visual sobre a versão beta.

Além disso, alguns efeito foram altamente inferiorizados, especialmente em termos da água e como as fontes de luz podem criar sombras (na Switch não criam). Outra contra-partida está nos diálogos. Nas outras plataformas, a cena é renderizada em 3D atrás dos modelos, mas na Switch, antes da conversa, é tirada uma imagem do ecrã de jogo e usada como fundo para o diálogo. É uma ideia que não funciona, o efeito ocasionalmente quebra e ficas com um fundo repleto de erros, algo que aconteceu diversas vezes.

Apesar disto, sinto que os cortes fazem sentido e ajudam a entregar um jogo com aspecto similar o suficiente ao do das outras versões. Infelizmente, existem diversos problemas. O jogo congela, aconteceu sempre que pegava num livro, em todas as versões, é aborrecido. Depois temos os loadings. Ao longo do jogo, os loadings entre áreas podem ser longos na Switch, mas existem algumas áreas em que são horríveis: tens de saltar para chegar a algumas áreas e o loading é longo. O problema é que se não saltares alto o suficiente, voltas a cair na área onde estavas quando saltaste. Cada loading demora tanto que isto se torna frustrante.

Existe outro problema grave na Switch, a latência nos comandos. Do que descobri, está cima de 140ms - quase o dobro das outras versões. Significa que todo o jogo se sente pesado e com pior resposta. Aparentemente, a equipa tem muita coisa para corrigir, mas sinto que este é o maior dos problemas, seguido pelos loadings. Seria bom ver melhores texturas e efeitos, mas não são um verdadeiro problema.

A grande diferença entre a PS4 e a Xbox One é a resolução, mas cada uma tem os seus problemas. Na Xbox, o jogo activa a HDR nos ecrãs compatíveis, mas não tem suporte verdadeiro - é uma imagem SDR mapeada para um invólucro HDR e não oferece vantagens. Na PS4, não tens suporte HDR sequer. Mas é a performance que o distingue. O jogo corre de forma diferente em todas as consolas e tem os seus próprios problemas em cada uma delas.

Qual a razão para este furor em torno de um sucessor espiritual para Castlevania: Symphony of the Night? O DF Retro ajuda-te a perceber!Ver no Youtube

A PS4 Pro é onde tem melhor performance. Corre a nativa 1080p e a 60fps quase a todo o tempo. É um jogo muito estável, mas não é perfeito. Existem ocasionais soluços, como quando obtens um shard. Mas o jogo corre bem e se queres a versão mais fluída, é esta.

É isto que torna a versão Xbox One X tão curiosa. Optar por 4x mais pixeis dá-lhe melhor aspecto, mas como consequência, o rácio de fotogramas não é tão estável como na Pro. Muitas cenas exibem quedas abaixo dos 60fps que podem tirar algum do brilho à experiência. A performance permanece alta o suficiente para não distrair muito. É uma questão de qualidade de imagem versus estabilidade: se não te importas com inconsistências no gameplay, opta pela Xbox One X, mas se preferes algo perto de um rácio de fotogramas fixo, a PS4 Pro é a escolha.

A versão PS4 está muito aproximada da versão Pro, mas não corre da mesma forma. A experiência aqui é muito pior e terás slowdowns regulares. No início, os resultados não são muito maus, mas ao progredir, o rácio de fotogramas começa a afundar. Muitas cenas têm dificuldades em correr a 50fps, quanto mais a 60fps. Depois temos a Xbox One S, que corre a 900p, mas oferece uma performance equivalente à da PS4 - o que deixa a Switch em último. Na verdade, já esperava o pior e o resultados não são bonitos. Um dos maiores sacrifícios para correr o jogo na Switch foi cortar para 30fps o rácio de fotogramas. A Switch não tem problemas com este nível de performance.

O rácio de fotogramas na Switch é muito estável e apesar de ocasionais soluços, é fluída, mas algo não bate certo. Acredito que o rácio de fotogramas baixo combinado com a maior latência nos comandos resulta num jogo muito pior. É o mesmo em modo portátil, corre a 30fps, mas sentirás uma grande latência.

Bloodstained é um jogo brilhante com arestas por limar, especialmente na Switch. Apesar dos problemas, é um grande sucessor de Symphony of the Night. Tem uma sensação de escala similar à do clássico PS1 ao invés das sequelas portáteis. O design da progressão também agrada pois é um jogo que não te dá a mão. Frequentemente, terás de explorar e investigar para descobrir como progredir. Parece um design vindo de 1997 e digo isso como o maior dos elogios. Os criadores percebem o que torna estes jogos tão especiais e torna-se altamente recompensador. Resumindo, o mestre voltou.

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