Confronto: Bodycount
Um lado diferente do outro.
Como vimos recentemente em títulos como Call of Juarez: The Cartel e Homefront, existem alguns visíveis problemas de streaming em Bodycount onde as transições entre artwork de menor e superior qualidade podem claramente ser vistas pelo jogador enquanto se aproximada de partes do ambiente. Em termos gerais ambas as versões são na maioria iguais a este respeito, se bem que vemos a 360 ficar perceptivelmente para trás num par de momentos - intrigante, tendo em conta que a versão PS3 não tem instalação no disco e que a drive DVD da 360 pode ter melhor prestação que a unidade Blu-ray na consola Sony.
Análise da performance revela que Bodycount se foca na actualização a 30FPS em ambos os formatos, e utiliza o que se tornou numa espécie de padrão na maioria dos jogos nas consolas: se atinge o rácio de fotogramas alvo, a v-sync permanece. No entanto, a v-sync é desligada quando o rácio de fotogramas baixa para manter a resposta visual mais rápida. Em teoria isto deveria levar a uma sensação de resposta muito maior dos comandos, mas a latência em ambas as versões é pobre mesmo quando o motor não está sob stress.
Olhando para o vídeo é bem óbvio que ambas as versões falham constantemente em alcançar os 30FPS sem apresentar montes de fotogramas incompletos. No entanto, o tearing não é sempre altamente visível, apesar do que os resultados revelam. Fotogramas quebrados são mais percetíveis quando uma rajada de tiros é emitida pela tua arma, e em partes detalhadas dos ambientes nas quais existem maiores diferenças entre fotogramas. Em termos gerais, quanto mais há em comum entre os fotogramas quebrados, menor a probabilidade de os veres.
Dito isto, uma vez que a maior parte do teu tempo em Bodycount é gasto com o teu dedo no gatilho, o tearing é impossível de evitar. Não só isso, mas muitos fotogramas são quebrados em rápida sucessão - fazendo com que o tear permaneça no ecrã por mais tempo - e o efeito distrai bastante durante o jogo. A PS3 sai como a pior a este respeito, uma vez que o motor desliga a v-sync mais vezes para bombear quantos fotogramas puder o mais rápido, mas nenhuma plataforma realmente se aguenta particularmente bem nesta área.
Em termos da constituição gráfica do jogo, houveram alguns adicionais ajustes a ambas versões, implementados talvez com foco na redução dos requisitos da largura de banda do GPU no jogo. Apesar de Bodycount não preencher o ecrã com uma tonelada de efeitos transparentes baseados em alpha na mesma extensão que outros jogos (Killzone 3, Alan Wake e Resistance 3), existe na mesma uma larga quantidade de efeitos de fumo e partículas presentes durante acesos confrontos. Por cima disso está o uso de sombras em tempo real em certos objetos dos ambientes e iluminação para ter em conta, ambas podem ter um impacto na performance geral.
Como tal, vemos que os buffers alpha são gerados numa resolução muito mais baixa do que o framebuffer em ambos os formatos, levando a artefactos de pixelização a se manifestarem nestes efeitos intercalados com a geometria de maior resolução. As sombras também são geradas com o que parece ser uma resolução muito baixa em ambas as versões, onde um método de filtro diferido é usado para efetivamente adicionar blur às arestas, enquanto o padrão PCF (percentage closer filtering) do hardware PS3 é empregue, que pouco faz para esconder quaisquer artefactos.
Noutros pontos encontramos um forte off-set bias para a iluminação presente, no qual as sombras parecem surgir mais fortemente e mais para fora dos ambientes na consola Sony - por vezes isto tem o efeito de adicionar ligeiramente mais profundidade à cena, mas como contra, também pode parecer bem estranho por vezes.
Como conclusão, Bodycount transparece como uma espécie de dissabor. Podem ter uma sensação real que as mecânicas básicas de jogo e a I.A. não estão completas, enquanto o vibrante aspeto visual do jogo é barrado por um número de feios compromissos gráficos, e talvez da falta de otimização no motor. Em particular, a performance sob carga, durante largas sequências de ação, muitas vezes afetam os já rudes controlos e podem tirar toda a diversão dos tiroteios.
A esse respeito talvez seja difícil recomendar Bodycount como algo mais do que um aluguer, ou como um curiosidade para aqueles que ainda esperam uma bombástica sequela a Black. Mas se realmente o quiseres experimentar, é a versão Xbox 360 que deves procurar: rácio de fotogramas mais suave, melhor qualidade de imagem, e uma apresentação mais clara e mais limpa fazem com que seja aquele a ter.
Artigo por David Bierton.