Sony Xperia Tablet Z - Análise
Poder e performance no mais fino fator forma do mercado, então qual a contra-partida?
O Sony Xperia Z é sem dúvida o melhor telemóvel vindo do departamento de pesquisa e desenvolvimento da companhia em anos, tem tecnologia poderosa, um ecrã vistoso e um chassis esvelto e surpreendentemente firme. A gigante eletrônica Japonesa claramente sabe isto, e usou o Xperia Z como planta para a sua próxima tentativa para entrar no manhoso - mas rentável - mercado tablet. O resultado é um aparelho atrativo de ver, com muito poder e que se sente como um genuíno desafio ao líder Apple iPad.
O Xperia Tablet Z realmente sente-se como um telemóvel Xperia Z que foi esticado em cada canto. As arestas do aparelho parecem idênticas às do telemóvel mais pequeno, apesar da traseira em vidro ter sido substituída por uma superfície de acabamento mate. Tal como o Z, é à prova de pó e água, dando-lhe uma resistência que se acreditaria impossível pelo seu enquadramento fino.
A Samsung e a Apple há muito que lutam para ver quem produz os aparelhos mais finos, portanto é surpreendente ver a Sony aparecer e bater as duas. O Tablet Z tem uma espessura de apenas 6.9mm - uma boa redução sobre os 9.4mm do iPad 4. Isto é desde logo perceptível; assim que pegam no aparelho, não deixas de apreciar as suas dimensões. Este tem um óbvio efeito direto no peso geral do Tablet Z, apenas de 495g - o iPad 4 fica no topo a 662g.
Claro que todas estas estatísticas dizem pouco se o produto em questão foi feio de ver - felizmente, isso não pode ser dito do Z. Com o ecrã desligado, parece uma intrigante fatia de material preto - não existe trabalho obstrusivo de design ou linhas plásticas cobertas de cromado aqui. Com a simplicidade chega um inegável ar de sofisticação; a resistência à água e pó do Z consequentemente sente-se contrária à natureza nobre do aparelho. A Sony quer que saques dele à chuva e o uses num site de construção, mas fazer tal sente-se difícil de conseguir e mesmo negligente .
No entanto nem todos os aspetos do Tablet Z são tão agradáveis. A já mencionada proteção contra líquidos e partículas de pó invoca coberturas de plástico em cima de todas as portas e conectores. Isto significa que atos tão simples quanto ligar um par de headphones ou recarregar o aparelho requer que procures pelo painel correto e que insiras uma unha debaixo de uma entrada quase invisível. Isto também significa que a capa é depois deixada ligada ao próprio tablet de maneira solta quando o conector está a ser usado, quase a pedir para o partir se ficar preso nalguma coisa. Dada a improbabilidade de alguém usar o tablet num ambiente de perigo, poderia ser melhor ter as entradas abertas para evitar este aborrecimento. Outro problema no design está relacionado com a traseira. A superfície mate é um completo íman para dedadas pegajosas - ao contrário do ecrã coberto em vidro - é quase impossível limpar. Como resultado, rapidamente fica coberto de marcas feias, especialmente se tens palmas que suam muito.
Dado que um ecrã de um tablet ocupa quase toda a frente do aparelho, é com pouco espanto que as companhias são tão obcecadas em oferecer ecrãs melhores que o dos rivais. Tudo o que precisas saber sobre o painel LCD retro-iluminado de 10.1 polegadas incluído no Z é que é fantástico, oferece uma claridade perfeita, contraste forte e recriação fiel de cor. Com uma resolução HD de 1900x1200 e uma densidade pixel de 224ppi, é tão nítido que é quase impossível ver pixeis individuais a não ser que encostes mesmo o nariz ao vidro - e certamente não recomendamos ver um filme ou jogar um jogo dessa forma.
"O Nexus 10 fica centímetros à frente do Tablet Z em termos de poder em bruto, mas a vantagem nos jogos é pequena pois a GPU tem que servir uma resolução maior."
Sony Xperia Tablet Z | Samsung Galaxy Note 10.1 | Google Nexus 7 | Google Nexus 10 | |
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Quadrant Standard | 7799 | 5829 | 6110 | 4551 |
AnTuTu Benchmark | 20308 | 12660 | 12726 | 8912 |
Geekbench | 2345 | 1753 | 1475 | 2475 |
GFXBench Egypt On-Screen/Off-Screen | 31fps/32fps | 16fps/15fps | 13fps/10fps | 31fps/40fps |
GFXBench T-Rex On-Screen/Off-Screen | 12fps/13fps | 6fps/4fps | 5fps/3fps | 9fps/14fps |
3D Mark Ice Storm 720p/1080p | 9936/9997 | 8983/8775 | 6629/6319 | 7990/5427 |
No coração do Tablet Z está um chipset Snapdragon S4 Pro APQ8064 da Qualcomm, feito de um quad-core 1.5GHz Krait CPU e de um processador gráfico Adreno 320 - existem 2GB de RAM para manter tudo a correr. Apesar deste poder, notamos uma pequena quantidade de latência ao navegar pela interface de utilizador do tablet.
As opções de conetividade são bem robustas, a Sony oferece o Z em variantes apenas WiFi e WiFi/4G. Em termos de armazenamento, o modelo mais barato tem 16GB de memória flash interna, enquanto o mais caro tem o dobro disso. Ambos tem entradas para cartões Micro SD que te permitem adicionar mais espaço, portanto não é o fim do mundo se optares pela opção mas barata. Isto também dá ao aparelho uma vantagem sobre o Nexus 10 feito pela Samsung, que não tem tal funcionalidade.
Com o Android 4.1.2 presente, o Tablet Z corre uma versão razoavelmente atualizado do SO da Google, mas ainda está atrás do Android padrão, que geralmente abraça primeiro os aparelhos da gama Nexus da Google. Tal como os seus rivais HTC e Samsung, a Sony criou uma interface de utilizador personalidade que fica acima do próprio Android. Similar à IU vista no smartphone Xperia Z, este programa tem todo um leque de funcionalidades únicas deste tablet que não são vistas noutro lado.
"Tendemos a preferir o Android stock sobre versões adaptadas das fabricantes, mas as adições da Sony ao SO no Tablet Z incluem algumas funcionalidades muito úteis."
Algumas destas funcionalidades são mesmo úteis; pequenas aplicações são programas pequenos que flutuam acima da IU principal, permitindo que adiciones somas complexas, tomes notas, graves uma mensagem de voz ou até controles a tua TV usando o transmissor IR embutido do aparelho - tudo sem deixar a tarefa atual. E como frequentemente se passa com programas instalados pela fabricante, existem outras menos úteis - tais como o serviço Video Unlimited da própria Sony, que compete com a loja de vídeo da própria Google. Estranhamente, a Video Unlimited não oferece de momento qualquer conteúdo HD, o que parece um enorme desperdício quando consideras o ecrã com que a Sony abençoou este tablet.
Existe também uma loja de música e a aplicação Play Now da sony, e estas ficam incomodativamente junto ao mercado Google Play. A Sony não é a única companhia a adotar esta estranha estratégia - a HTC e a Samsung também tem as suas próprias lojas que acompanham os seus aparelhos juntamente com o mercado Android padrão - e apesar destas companhias poderem ser perdoadas por quererem desviar algum do dinheiro dos consumidores da Google, sente-se estranho ter tantas lojas a chamar a tua atenção no mesmo ecrã. O que torna tudo mais bizarro é que não oferecem nem de longe a mesma variedade em conteúdos que a loja Google Play.
Dado o poder tecnológico dentro deste fino corpo, não ser surpresa saber que o Z está a correr confortavelmente todos os recentes títulos Android 3D, incluindo Real Racing 3 e After Burner Climax. Jogar num tablet pode ser uma experiência frequentemente incomodativa devido ao peso do aparelho, mas a natureza leve do Z significa que isto é raramente um problema - apesar dos cantos afiados poderem por vezes enfiarem-se nas tuas palmas. Felizmente, tal como todos os recentes produtos Android da Sony, podes facilmente ligar um comando PS3 para usar.
"Jogar num tablet pode ser uma experiência frequentemente incomodativa devido ao peso do aparelho, mas a natureza leve do Z significa que isto raramente é problema."
Como este é um produto PlayStation certificado, podes aceder à loja PlayStation Mobile. Estranhamente não está pré-instalada - tens que carregar numa app chamada Let's Start PSM, que depois abre o navegador e te apresenta a transferência do ficheiro de instalação - nessa altura, ficas a saber que o tablet bloqueou a instalação de apps de terceiros, forçando-te a a ir ao menu de definições para ativar uma opção. O mesmo processo aplica-se a todos os outros aparelhos Android da Sony, e sente-se imperdoavelmente desmazelado. Porque é que a aplicação não está instalada desde logo é algo que provavelmente nunca saberemos.
Pelo que vale, a PlayStation Mobile oferece alguns bons exclusivos, mas a libraria de programas dá para rir de tão pobre comparada ao que está disponível na App Store e Google Play. Novamente, tal como nas lojas Video e Music Unlimited da Sony, a PlayStation Mobile sente-se desnecessária. O Android já tem uma loja digital com este tipo de conteúdo, não precisa mesmo de outra.
O Xperia Tablet Z tem não uma mas duas câmaras - uma de 8.1 megapixeis na traseira e uma frontal com 2.2 megapixeis. Apesar da segunda poder ser vista como útil para chamadas de vídeo via Skype ou Google Hangouts, a câmara traseira tem dificuldades para justificar a sua existência. Resumindo, não usas um tablet para tirar fotos "apropriadas", e o facto da que está aqui nem ter um flash LED sugere que a Sony não espera mesmo que tires. Para finalizar, a qualidade das fotos é decididamente mediana, as imagens são afetadas por texturas com grainha e pobre iluminação.
"Apesar da inclusão de uma câmara traseira de 8.1 megapixeis, a fotografia do Xperia Tablet Z é medíocre, os resultados em interiores são desapontadores."
Quando tens um tablet tão fino quanto o Tablet Z, é melhor contarem com uma contra-partida algures - e essa contra-partida é a duração da bateria. O chassis leve significa que a Sony apenas conseguiu incluir uma bateria 6000mAh, que oferece cerca de metade da bateria dentro do iPad 4. Sem surpresas, isso significa que a oferta da Sony tem uma duração bem desapontante. A companhia tentou suavizar o golpe com um modo poupança, também incluído no smartphone Xperia Z. Esta funcionalidade desliga o teu sinal de dados sempre que o ecrã é desligado, poupando uma quantidade considerável de energia. Faz infinitamente mais sentido num tablet do que num telemóvel, primariamente porque não precisas estar ligado à internet todo o tempo. Com o modo poupança desligado, o Tablet Z suga a sua bateria toda dentro de cinco horas ao correr um vídeo HD sem parar. Para tornar tudo pior, parece que demora para sempre a recarregar - um aparelho que drena tão rápido e recarrega tão lento não é exatamente o que pedirias ao compilar a tua lista de funcionalidades desejadas.
Sony Xperia Tablet Z: o veredito Digital Foundry
Apesar de alguns problemas com a duração da bateria e caixa que atrair dedadas, o Xperia Tablet Z oferece basicamente o mesmo que o Xperia Z - este é o melhor esforço da Sony na arena dos tablets até à data, e representa uma alternativa viável ao Apple iPad e Samsung Nexus 10.
O preço pode ser um ponto decisivo - a variante mais baratas está nos €399, enquanto a versão 16GB 4G-ready castiga as carteiras a €519. A versão 32GB WiFi-only fica no meio, vendida a €459. Ainda assim, se não te importas com a conetividade 4G então a versão de entrada é perfeitamente decente - se sentes que 16GB não é espaço suficiente podes sempre comprar um MicroSD barato para aumentar essa quantidade.
No fim, o Xperia Z Tablet Z é significante não pelo seu enquadramento fino, vistoso ecrã ou poder impressionante - apesar de todos esses elementos contribuírem para a agradável impressão que causa - mas pelo facto que prova que a Sony é mais do que igual aos seus rivais. E isso é algo que nem sempre foi o caso nos anos recentes.
Obrigado à Vodafone por providenciar a unidade usada nesta análise.