Director de Hellblade pretende criar jogos usando IA
Acredita que pode aumentar a produtividade e qualidade dos videojogos
Detroit: Become Human, o último jogo de David Cage e da Quantic Dream, lançado esta semana na PlayStation 4, conta uma história sobre o futuro relacionamento da humanidade com a inteligência artificial, visando mostrar os nossos sentimentos e empatia para com aqueles que são diferentes de nós. Mas Cage não é o único produtor com pensamentos sobre IA.
Tameem Antoniades, director-chefe criativo da Ninja Theory, acha o assunto fascinante e tem uma ideia muito diferente de como os jogos poderiam explorar este tema e utilizá-lo.
“Estou muito interessado na IA porque, finalmente, estamos a fazer avanços”, revela Antoniades. “A tecnologia IA tem estado estagnada nos últimos 30 ou 40 anos, com muito pouco em termos de avanço, e finalmente estamos a obter resultados realmente bons - resultados surpreendentes. Acho que gostaria de explorar até onde a inteligência artificial pode ir e usar a tecnologia para construir essa experiência ”.
Antoniades pretender ir mais longe do que apenas criar um jogo sobre IA, no entanto. Ele quer criar um jogo usando IA.
"Num nível prático, o que podes fazer com uma máquina é bastante surpreendente", diz ele. “Acredito que tens a possibilidade de aumentar a produtividade e qualidade de forma massiva, mas precisamos descobrir como fazer isso. A ideia de usar equipas pequenas para criar jogos épicos torna-se mais viável com a IA ”.
Há já algum tempo que este tópico tem vindo a ser discutido pelas produtoras; de entre as várias coisas em que esta tecnologia poderia ser utilizada, estão NPCs que reagem de forma realista às tuas acções ou um mundo que se desenvolve de forma dinâmica e inteligente, ao invés de opções binárias. Mas Antoniades acredita que isto não funcionaria num jogo baseado em história criado pela Ninja Theory devido à importância da narrativa.
“As decisões que a IA faz precisam avançar a narrativa, e se não consegues controlar essas decisões, provavelmente irás acabar com algo muito pouco convincente”, explica.
“Eu vejo a IA não tanto como uma inteligência senciente e mais como uma ferramenta de produtividade e criação de activos”, revela. “Eu acho que o que os videojogos tendem a ser experiências moldadas onde precisas de controlar a previsibilidade dos agentes para oferecer diversão.".
Será este o futuro dos videojogos?