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Disaster: Day of Crisis

Dia de azar.

Estão a ver aqueles filmes tipicamente americanos que costumam ser transmitidos durante o fim de semana na televisão? A história é, no mínimo, ridícula e a acção varia entre o aceitável e o interessante, formando um todo que podia, é certo, ser muito melhor. Mas a verdade é que a vossa curiosidade – quase que mórbida – vos impede de deixar de assistir? É um sentimento que vos acompanhará em Disaster: Day of Crisis.

Este exagero “Hollywoodesco” transmite-se para os actores que deram a voz a este jogo, que imprimem grande intensidade às suas falas, mesmo quando tal não é necessário. Isto indica que existe uma decisão consciente de emular a falta de tacto dos típicos filmes de acção americanos. Atentando ao ridículo de muitas das cutscenes, espero que tenha sido esse o caso.

A braços com uma sucessão interminável de desastres naturais e oposição armada, o personagem principal – ex-Marine como não podia deixar de ser – faz os possíveis para tentar honrar a sua promessa a um falecido amigo de proteger a sua irmã, que é raptada pelo grupo armado.

Como já devem ter percebido, não vale a pena entrar em detalhes acerca da história; elogia-se então a variedade. Disaster é composto por três elementos essenciais em constante alternância, exploração, tiroteios e condução, ao longo das vinte e três etapas que dividem o jogo. Pouco há a dizer sobre a condução (que utiliza o Wii Remote na horizontal para imitar um volante), os controlos são aceitáveis e algumas secções estão melhor conseguidas que outras (com o ocasional desastre natural a tornar as coisas interessantes).

Os tiroteios são aquilo que seria de esperar (o pointer do Wii Remote serve de mira) de jogos como Time Crisis ou Ghost Squad. O d-pad permite trocar de arma e existe um sistema de protecção. Fora do normal é a possibilidade de fazer um zoom sobre os inimigos que, além de facilitar a pontaria, duplica o dano causado pelas balas. Ao mesmo tempo, os inimigos causam o dobro do dano ao personagem principal, num frágil equilíbrio que traz um desafio interessante a quem tentar completar o jogo nas dificuldades mais elevadas.

Muitas caixas sofrem a nossa fúria ao longo do jogo.

Mas o verdadeiro cerne do jogo é a exploração. A câmara na terceira pessoa permite-nos auscultar o que nos rodeia em busca de sobreviventes da mais recente catástrofe que tenha afectado Ridge City, que devemos curar ou ajudar da forma que pudermos.

Ray vê-se limitado por uma barra de Stamina que decresce de forma constante, e deve ser recuperada com comida. Forma eficiente e pouco opressiva de transmitir uma sensação de urgência ao jogador, especialmente porque a exploração é, regra geral, recompensada com itens que voltam a encher a barra. Abusem da disponibilidade física de Ray e vê-lo-ão desmaiado ou impossibilitado de fazer sprints.

Os sensores de movimento do Wii Remote são utilizados com frequência e para uma impressionante variedade de acções (e movimentos), e embora o motor de jogo não seja impressionante pelos padrões de hoje, cumpre a sua função de forma exemplar.

Não fosse este o produto de um estúdio conhecido pelos seus RPGs, ao longo do jogo acumula-se experiência que pode ser utilizada para melhorar as capacidades de Ray e das suas armas; ficando a escolha de que campos melhorar (aumentar a stamina, força, espaço para itens, etc.) nas mãos do jogador.

Visualmente o jogo é muito pouco consistente, com algumas texturas e modelos (nomeadamente os veículos em geral) a mancharem um computo geral positivo.

O que realmente se pode realçar é que Disaster: Day of Crisis é uma experiência divertida (e, à sua maneira, cativante) do principio ao fim, oferecendo ainda uma longevidade inesperada através das várias dificuldades e missões opcionais.

7 / 10

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