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Disney Epic Mickey: Rebrushed review - magia retocada

Novos desafios e visuais melhorados, mas podia ir mais longe.

Crédito da imagem: Purple Lamp / THQ Nordic
Rebrushed é um remake melhorado do clássico de 2010, agora disponível para PC, PS5, Xbox Series X/S e Switch. Mantém o charme original, com melhorias gráficas e novas mecânicas, mas poderia ter aproveitado mais o potencial visual e desafiado mais os jogadores.

Disney Epic Mickey: Rebrushed é uma versão melhorada e reimaginada do clássico Epic Mickey, lançado originalmente em 2010 para a Nintendo Wii. Produzido pela Purple Lamp Studios em parceria com a Disney Games, este novo lançamento chega agora a uma vasta gama de plataformas, incluindo PC, PlayStation 5, Xbox Series X/S e Nintendo Switch.

História de redenção e amizade no mundo de Wasteland

Rebrushed mantém a identidade da narrativa original, em que o jogador, no papel de Mickey, é acidentalmente transportado para Wasteland, um mundo sombrio habitado por personagens esquecidas da Disney. Utilizando um pincel mágico, capaz de criar e destruir elementos do cenário, Mickey tem de reparar o caos que provocou. Durante a aventura, Mickey conhece Oswald, a primeira personagem de Walt Disney, que guarda rancor por ter sido substituído pelo famoso rato. A história explora temas como a redenção, a responsabilidade e a amizade, enquanto Mickey lida com as consequências dos seus atos e decide que tipo de herói quer ser.

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Esta é uma aventura encantadora que transporta o jogador para o coração do universo Disney, explora as suas origens, personagens icónicas e a magia que fez da Disney um gigante do entretenimento, capaz de criar sonhos para gerações de crianças. A nostalgia é captada com mestria, tanto no jogo original como nesta nova versão retocada, que foi melhorada de forma a corresponder aos padrões atuais, sem perder o charme e o espírito que o tornaram num título de sucesso intemporal.

A magia do pincel: Mecânica e desafios

Disney Epic Mickey: Rebrushed mantém grande parte do encanto da versão original de 2010 para a Wii, ao mesmo tempo que introduz várias atualizações. A jogabilidade principal continua a girar à volta do pincel mágico do Mickey, que permite aos jogadores alternar entre pintar com tinta para restaurar ou criar partes do ambiente e utilizar diluente para as apagar.

A minha impressão inicial do jogo é positiva, mas senti que a ausência do design original da Wii, que tirava partido do sensor de movimentos do comando para movimentos precisos, faz alguma falta quando se joga com um comando tradicional. Apesar de nunca ter jogado o título original, noto que em certos momentos falta precisão, especialmente em movimentos mais delicados, onde a exatidão é essencial. Nestes casos, creio que um comando com capacidades semelhantes ao Wii Remote Plus ajudaria a compensar esta falta de precisão.

Continua a ser uma aventura delicada que convida a explorar sem a pressão de desafios extremos. O jogo adapta-se ao ritmo de cada um, o que permite desfrutar com calma. Mais do que uma corrida para ultrapassar obstáculos, é uma viagem envolvente repleta de personagens encantadoras, onde todos os pormenores foram pensados para proporcionar uma experiência calorosa e encantadora neste mundo mágico da Disney.

Em comparação com o original, a jogabilidade foi melhorada com a adição de novas mecânicas que aumentam a fluidez e o dinamismo. O sprint oferece maior agilidade, permitindo uma deslocação mais rápida pelo cenário, enquanto o ground pound introduz novas oportunidades de interação e combate. Além disso, o dash, que permite desviar de ataques, traz uma dose de estratégia à jogabilidade, dando mais opções táticas nos momentos de ação.

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No jogo original, os níveis dos projetores funcionavam como transições para novas áreas, só que agora foram redesenhados ao máximo. Estes níveis podem ser revisitados tantas vezes quantas o jogador desejar, permitindo a descoberta de segredos escondidos. Continuam a servir como uma janela nostálgica para o passado da Disney, ao recriar momentos icónicos do universo Mickey, com um novo toque que celebra a história da personagem de uma forma interativa.

Melhorias visuais, mas podia ir mais longe

Visualmente, Disney Epic Mickey: Rebrushed é um salto considerável em relação à versão original, embora não seja uma revolução completa. A qualidade gráfica foi visivelmente melhorada, com destaque para a nitidez oferecida pelas resoluções mais elevadas, algo que simplesmente não era possível na Nintendo Wii. As texturas receberam melhorias substanciais, tornando os cenários mais detalhados e cativantes. Além disso, os efeitos visuais também foram melhorados. No PC, onde o joguei, estas melhorias são especialmente evidentes, com um desempenho fluido e gráficos 4K que transformam significativamente a experiência visual.

Embora o salto visual seja considerável, esperava um pouco mais. Apesar das melhorias nas texturas e efeitos, o jogo não atinge o nível de fidelidade visual capaz de dar a sensação de estarmos a controlar um filme de animação, algo que outras produções conseguem alcançar. Faltou aquele refinamento visual final para atingir um estatuto de excelência em termos gráficos, o que é uma pena. Assim, mesmo com a nitidez e a fluidez oferecidas pelas plataformas modernas, o jogo não consegue gerar o impacto visual que poderia ter.

Um remake competente

Disney Epic Mickey: Rebrushed alarga o seu alcance ao ser lançado para plataformas para além da Nintendo Wii, mas o remake, embora competente, não consegue ser verdadeiramente impressionante. Na verdade, não aproveita a oportunidade para uma transformação mais profunda, especialmente em termos de apresentação visual. Apesar das melhorias gráficas, o potencial para uma remodelação mais ambiciosa ficou por explorar. Em termos de jogabilidade, o título também não oferece um grande desafio. A acessibilidade exagerada, com missões e mecânicas simples, torna-o demasiado fácil, o que pode desencorajar os que pretendem uma experiência mais exigente.

Prós: Contras:
  • Viagem nostálgica ao mundo encantado da Disney
  • Melhorias gráficas, com maior resolução e detalhe
  • Adição de novas mecânicas, como o sprint, o ground pound e o dash
  • Agora disponível em múltiplas plataformas
  • Alguma falta de precisão em comparação com a versão original para a Wii
  • Gráficos melhorados, mas sem conseguir uma revolução visual
  • Desafio demasiado acessível, tornando o jogo excessivamente fácil
  • Oportunidade perdida para uma transformação mais ambiciosa

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