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Disney Magical World 2 - Análise

Nas mãos de uma criança.

Não é muito diferente do original e a sua natureza "sandbox" é bastante simples. Os constrangimentos gráficos não ajudam.

O encerramento do estúdio Avalanche Software foi recebido na indústria como um duro golpe sobre uma das mais populares franquias da Disney. O fim abrupto de Disney Infinity foi o culminar de uma franquia que nos últimos anos se tornou menos competitiva. Os encantados mundos da Disney, repletos de heróis e princesas em formato videojogo, são diferentes dos tempos dos icónicos Ducktales, Castle of Illusion Starring Mickey Mouse e Fantasia, só para citar algumas franquias desenvolvidas por intermédio de estúdios dominantes como a Sega e Capcom. É verdade que para dois ou três jogos bons eram lançados uns quantos péssimos, só que as vendas dos melhores compensavam o desastre proporcionado pelos restantes e alguns dos maus até venderam bem.

Mas se alguns estúdios se ressentem perante a força implacável do mercado, outros permanecem activos, lançando novas sequelas, como sucede com Disney Magical World 2, uma produção da Bandai Namco para a 3DS, que volta a capitalizar em torno do conceito simulador, o mesmo que terá dado ao original um certo sucesso entre a audiência infanto-juvenil.

A Bandai Namco volta à carga com um título muito igual ao primeiro. A audiência mais interessada neste produto é a mesma, pelo que as hipóteses de encontrar sucesso numa portátil são apesar de tudo idênticas, ainda que o jogo nos volte a oferecer um conteúdo fraco, que não escapa a alguns problemas em termos visuais e gráficos. No fundo é um jogo com mais oferta e mais variedade de missões, mantendo o estilo do original, marcado pelas diferentes séries da Disney e mundos.

No mundo Frozen.

O jogador volta a assumir o papel de um cidadão que chega a Castleton, uma espécie de mundo encantado...da Disney. O objectivo passa por responder aos apelos e missões solicitadas por inúmeras personagens da Nintendo. À medida que se avança na história, mais mundos ficam disponíveis, por intermédio dos heróis e princesas que encontramos, como o Pinóquio, a Belle, Frozen, Mickey, Aladino, Donald, Pateta, entre outros. O jogo contempla uma área central, onde podemos fazer compras e interagir com as personagens computorizadas, embora seja nos mundos desenvolvidos em torno dos filmes e personagens centrais que a experiência ganha interesse.

Até abrirem os diversos mundos que servem de base a Castleton, ainda levará muito tempo. Algumas missões são custosas, lineares e banais. O jogo está orientado para facilitar a vida aos mais pequenos, podendo no entanto o inglês constituir uma barreira no nosso caso (não existem legendas em português), excepto se jogado com a supervisão de um adulto. Muitas missões são intuitivas e quase que se descobrem quando jogadas, através de dicas abundantes e uma linguagem acessível. Na verdade, a dada altura o jogo torna-se num grande mundo aberto, que nos deixa saltitar livremente entre mundos, consoante o nosso interesse. Existem imensas encruzilhadas e dilemas para resolver, através de mini jogos e alguns desafios que envolvem acções corporais ou resolução de puzzles.

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No entanto, é um jogo marcado por uma grande simplicidade no quadro dos desafios. Nem sequer é particularmente inventivo ou brilhante. Os mundos capturam a essência dos filmes e assumem uma representação elementar mas a qualidade dos visuais é pobre e as constantes quebras de frame rate impedem que mergulhemos facilmente. Nesta altura do campeonato um jogo mais bonito e fluído ajudaria a demarcar a sequela, o que infelizmente não acontece. O "guião" que serve de base é elementar e pouco aprendemos neste jogo que não saibamos já do anterior. Para um adulto, Disney Magical World 2 depressa se torna num jogo monótono e aborrecido, marcado por uma série de problemas técnicos que claramente não ajudam. Nas mãos de uma criança a sua simplicidade pode no entanto ser bem recebida, desde que um adulto supervisione e acompanhe a progressão.

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