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DJ Hero

A alma da festa!

Para a FreeStyleGames, DJ Hero foi provavelmente o maior desafio que lhe poderia ser destinado. Adquirida pela Activision Blizzard em 2008, a equipa reuniu esforços e aglutinou bastantes pessoas que nunca tinham feito um jogo para a tarefa de encontrar um paralelo à experiência de Guitar Hero. Foi tentador e ao mesmo tempo arriscado, mas quando se entra numa casa que toca, ao tempo, harpejos e escalas de olhos vendados, dá para sentir um entusiasmo imediato, embora as malas e bagagens estejam arrumadas numa secção específica.

As equiparações com Guitar Hero não se fazem apenas na perspectiva da adaptação do periférico enquanto elemento central para a interpretação dos temas. A forma como se formata mentalmente uma grelha rítmica tem por base uma similar sequência de linhas coloridas e bolhas que não é novidade para os versados em guitarradas. Como expansão da mecânica de jogo que ganhou timbre em Guitar Hero, o processo de relação com a mesa de misturas opera-se de uma forma bastante natural e plausível, com a mão direita predominantemente deslocada para os “scratches” em torno do disco e a esquerda para uma série de efeitos de fundo como o cross-fader e outras técnicas mais avançadas destinadas a incrementar a pontuação final.

Luzes, ritmo, batida, multidão em êxtase; DJ in teh house!

O eixo central do jogo levará aos jogadores a percorrer cerca de 93 misturas inéditas, num modo individual ou para dois jogadores (podendo juntar-se uma guitarra), cuja progressão se faz por intermédio da acumulação de pontos para desbloquear novos cartazes de actuações, temas seleccionados com dificuldade crescente e locais de actuação, sendo que neste jogo o público e o DJ adquirem uma particular empatia na criação de um ambiente festivo e sobretudo rítmico. Pelo menos durante o tempo em que experimentámos uma versão praticamente final, sentimo-nos tentados a abanar a cabeça à medida que as batidas ganhavam cadência e todo o processo de aprendizagem começava a fluir com mais naturalidade.

Os segmentos musicais e misturas oscilam entre géneros como Hip-Hop, R&B, Pop, Rock, Electrónica. Depois há as misturas exclusivas de DJ’s conceituados como DJ Shadow, Benny Benassi, Jay-Z e outros cujas actuações nas grandes pistas de dança são uma marca absoluta e geradoras de um entusiasmo que pode agora ser partilhado em casa sobretudo se aumentarem o volume do televisor. E esta colisão de temas é particularmente tocante nas misturas entre temas dos anos oitenta, noventa e projectos mais actuais. O mote rítmico atravessa composições de Gorillaz, Bestie Boys, Marvin Gaye, David Bowie, inevitáveis Queen, Beck, 50 cents, em colisões verdadeiramente esfuziantes.

Cada DJ pode acrescentar os seus efeitos especiais e podem escolher uma série de acessórios antes da actuação.

Começando a romper pelo jogo, darão conta que a mesa de misturas não é muito maior que um arcade stick de dimensão comum, nem os mecanismos se revestem de tanta complexidade quanto possam inicialmente pensar. Em pouco tempo começam a dar conta do recado e nem precisam de perder muito tempo no demonstrativo para iniciantes. O gira-discos do lado direito com rotação assegurada é constituído por 3 botões justapostos, sendo que os botões das laterais funcionam para fazer “scratch”, assim como batidas, e o botão vermelho activa um conjunto de efeitos do DJ que tenham seleccionado antes da actuação, podendo ser escolhidas expressões e outras notas individuais do artista.