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DmC - Devil May Cry - Antevisão

Anjo e Demónio.

A atuação de Dante em Limbo causa reflexos no mundo humano. A destruição provocada pelos combates de Dante contra os demónios lança o pânico e o terror no outro lado. Acusado de ser ele o terrorista (identificado por uma rede de circuitos que monitorizam as pessoas), Dante fará tudo o que estiver ao seu alcance para pôr um fim nos planos de Mundos, o grande antagonista do jogo.

Apesar de manter uma jogabilidade próxima do gameplay original, temos grandes mudanças no combate e fora dele. Uma das características dominantes é a navegação que Dante pode fazer por Limbo. Desdobrando-se entre características de um anjo, através do gatilho esquerdo e de um demónio a partir do gatilho direito, tanto pode executar combinações e golpes específicos de acordo com a variante escolhida, como pode transitar entre plataformas, lançando-se na direção de certos pontos fixos. Outras vezes pode puxar na sua direcção algumas plataformas. É interessante este funcionamento dual, que tanto permite ao nosso herói puxar para o solo demónios que beneficiam da capacidade de voo, como também pode servir-se deles para se aproximar deles, numa oportunidade perfeita para aplicar mais combos

O sistema de pontuação é um dos atrativos. O jogador será premiado com grandes pontuações e subidas de ranking se, durante o combate, conseguir imprimir variedade, combinações especiais e não sofrer danos. E variedade de golpes é coisa que não vai faltar. É que para lá da Rebellion e das tradicionais pistolas Ebony e Ivory, Dante vai ter outros pesados e valiosos instrumentos de combate. A ceifeira Osiris fica disponível assim que ativamos as suas propriedades de anjo, enquanto que a Arbiter, uma espécie de machado demoníaco e pesado, limita a agilidade de Dante, mas inflige mais dano nos inimigos.

Progredindo pela campanha, Dante irá recolher mais poderes e armas, nomeadamente uns braços demoníacos que libertam uma força redobrada e lhe acrescentam uma jogabilidade do tipo “beat em up”. Mais à frente, Dante irá receber uma especial transformação em demónio que lhe garante, durante um curto período de tempo, uma capacidade especial de combate. Este “estado” de demónio, ativado através de um premir dos botões analógicos em simultâneo, levanta todos os inimigos e é incrível usarmos este poder para lançarmos combinações rápidas entre cada um dos adversários.

Mas não só impressiona a lista de armas que Dante irá dispor, como os upgrades existentes para cada uma conferem um alcance vastíssimo às nossas manobras ofensivas. Para os puristas do género, vai ser uma corrida até se completarem os poderes. Em fases intermédias do jogo, junto de certas estátuas, poderemos efetuar os upgrades e ainda comprar objetos úteis. A qualquer altura podemos até treinar esses ataques e ficar com uma ideia da combinação. O resultado disto é que o sistema é tão vasto e profundo, que dominar Dante no seu melhor será uma tarefa especialmente aguda. A pensar nos jogadores veteranos, a Ninja Theory desenvolveu vários níveis de dificuldade. Alguns ficam disponíveis depois de completarem o jogo cumprindo diversos requisitos, enquanto que na dificuldade mais elevada de origem, têm um desafio à maneira.

"Para já, DmC vai cativando cada vez mais. A Ninja Theory pode ter tido um começo conturbado quando recebeu as duras críticas dos fãs que não ficaram agradados com a nova imagem de Dante."

A entrada para os combates faz-se sentir quando as vozes demoníacas dão lugar a uma trilha sonora do tipo heavy metal, bem ritmada, e a perspetiva na terceira pessoa começa por captar a dimensão da arena. Se tivermos de combater um novo demónio, vemos um ecrã com arte da personagem e qual a denominação. Segue-se um combate endiabrado, sob uma sonoridade bem hardcore, de marcha imparável. O bestiário é um dos pontos mais fortes do jogo. Constantemente são lançadas novas criaturas. Algumas usam escudos e têm proteções que exigem uma escolha criteriosa quando ao tipo de arma a utilizar. Outras são esponjosas e libertam líquidos que afetam a barra de saúde de Dante. Os bosses de fim de capítulo exigem mais concentração e aplicação prática da matéria aprendida e lá mais para o miolo do jogo, exigem uma constante atenção.

Uma pequena demo está disponível para poderem comprovar o estado de produção.

A Ninja Theory articulou bem as fases de progressão em plataformas com combate. Certas áreas de jogo causam surpresa pela sua magnitude, levando Dante a dar uso às suas capacidades de movimentação entre os espaços. A técnica do duplo salto em voo altera um pouco o paradigma de movimentos a que estávamos habituados, mas raramente prejudica a mecânica dominante da personagem. A exploração será recompensada para os mais persistentes. Haverá imensos colecionáveis e saídas alternativas que promovem combates especiais, visando certos objetivos.

O motor de jogo é o músculo de uma boa fluidez e animação gráficas. Não encontramos problemas preocupantes nos combates, apenas algumas complicações nos segmentos do jogo em que o cenário tende a desfazer-se. Com demónios pelo meio, plataformas em explosão e um herói em movimento, tende a ocorrer algum efeito de arrastamento em certas ocasiões. Outros problemas ao nível do toque e física também são sentidos. Contudo, esta versão que temos em mãos, serve para efeitos de preview, pelo que podemos esperar que a versão final corrija e possa melhorar estas deficiências.

Para já, DmC vai cativando cada vez mais. A Ninja Theory pode ter tido um começo conturbado quando recebeu as duras críticas dos fãs que não ficaram agradados com a nova imagem de Dante. Mas quanto mais tempo passámos com o jogo, melhor conseguimos perceber o alcance imposto. Fruto de um cunho pessoal, a Ninja Theory responde com segurança ao pedido da Capcom e lança um DmC mais seu e adapta o herói para a nova década. Mantendo o carisma e mecânica de combate típicas do original, aprecie-se mais ou menos o look do novo Dante, ele ainda continua a ser uma rock star dos videojogos. Se o final será divinal ou infernal, cá estaremos para o dizer daqui por um mês.

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