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Donkey Kong Country 3: Dixie Kong's Double Trouble - Wii U Virtual Console

A última gema da Rare para a SNES antes da Nintendo 64.

Num ritmo afincado e de rápida produção, a Nintendo editou no final de 1996 a terceira e última obra da série Donkey Kong Country para a Super Nintendo. Mesmo no final do seu ciclo de vida e com a Nintendo 64 a espalhar magia através dos seus cartuchos e jogos a três dimensões, os britânicos da Rare ainda encontraram arte e engenho para incluir mais algumas das suas ideias nos pequenos cartuchos da consola 16-bit da Nintendo.

Com os olhos atentos à Nintendo 64, a despedida da Super Nintendo dá-se com este Donkey Kong Country 3: Dixie Kong's Double Trouble (DKC3), que agora conta com um novo protagonista, ao lado de Dixie: o seu primo Kiddy Kong. É uma personagem diferente dos anteriores mas algo próxima do líder da série Donkey Kong. Roliça, pesada e capaz de rebolar com facilidade, diverge da ligeireza, agilidade e cabelos compridos adaptáveis a hélice de Dixie Kong, a melhor personagem para atravessar aquelas secções de plataformas mais melindrosas e infestadas de adversários.

Kiddy e Dixie em missão.

O motivo para a longa campanha que levará o novo duo a percorrer diferentes territórios, tem que ver com o desaparecimento de Donkey Kong e Diddy Kong no kremisfério norte. Dixie Kong parte em seu auxílio mas rapidamente descobre que a área está coberta de kremlings, liderados por um novo imperador chamado Kaos. O apoio dado por Kiddy Kong, o grande bebé gorila e pela primeira vez envolto nestes níveis e desafios, é decisivo.

Em termos de estrutura e mecânicas de jogo, DKC3 não é muito diferente dos jogos anteriores. Como jogo tradicional de plataformas a duas dimensões e perspectiva a roçar o 2D e ½, o jogador continua a investir contra os inimigos, saltando sobre eles, e entre plataformas. Pelo meio há dezenas de itens para recolher, medalhas, pipos, bananas, vidas extra, animais e um sistema de cooperação que coloca Kiddy e Dixie em apoio. Esta, sendo mais leve e ágil, usa o seu longo cabelo comprido como hélice, mas também pode ser arremessada por Kiddy para longe. Por seu turno, este é capaz de rebolar, causando danos nos inimigos, enquanto ganha espaço para um salto em secções de plataformas mais afastadas.

No ecrã de Game Over podem usar os botões do comando para obter sons.

A estrutura dos níveis é relativamente similar à dos anteriores, assim como o design. Por isso, DKC3 oferece mais da mesma matéria, mas nem por isso deixa de atingir aquele brilhantismo e qualidade de produção. A progressão dentro dos níveis é variada. Tanto pode tomar forma de uma escalada como um avanço em linha recta horizontal, como um misto de ambas. Não faltam secções dentro de água e de regresso estão também os animais, operando uma mudança na engrenagem. Por exemplo, com o elefante Ellie podem absorver água com a tromba e projectá-la nos adversários. Entre regressos e algumas novidades, estas pequenas investidas a partir destes protagonistas refrescam a jogabilidade mais tradicional.

O mapa mundo recebeu algumas transformações. Até aqui as personagens apenas se moviam através de um trilho linear, como que a unir pontos. Neste mapa, mais ao jeito do que vemos em Super Mario 3D World (só para dar uma ideia de liberdade), podemos controlar as personagens na direcção de qualquer ponto, inclusive nadar num lago e navegar através de uma canoa. Existem imensos locais secretos a descobrir e pontos a visitar, como as casas onde se encontram os membros da família Kong. A Rare há muito que injectava nestes contactos um particular humor no jeito das conversas, mas desta vez incluiu uma série de "cameos". Se visitarem a cave da Wrinkly Kong, para efectuarem save, poderão encontrá-la a jogar Nintendo 64, e ela solicitará ajuda para passar um nível complicado, enquanto escutam o tema do castelo da Peach do jogo Super Mario 64, lançado poucos meses antes no Japão e Estados Unidos.

Mapa mundo mais aberto.

Na loja do Bazaar, igualmente próxima da cave da Wrinkly, certos itens podem ser adquiridos, como uma carapaça, uma caixa de chocolates ou um espelho. Se lhe perguntarem pelo castelo e recusarem pagar pela história, ele responde assim: "Are you sure? Some cheeky lad called Link was in just last week and he asked about the castle too. He didn't have enough coins, but he seemed such a nice fellow that I agreed to accept 500 rupees instead. After that he left... muttering about my shells being the wrong shape or something. Oh well".

Em termos gráficos, DKC3 mantém a fasquia elevada. Os fortes nevões que isolam de branco as montanhas e os trilhos por onde avança o duo, as cores, os efeitos de luz, ainda hoje continuam a surpreender. De resto, este é um dos jogos essenciais a militar nas fileiras da SNES e mais uma grande produção com o carimbo da Rare, antes de passar ao desafio seguinte, a Nintendo 64, uma consola sobre a qual deixou tão grandes e intensas memórias.

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