Dragon Ball FighterZ é eletrizante diversão que não envelhece
Intemporal Genial.
Dragon Ball FighterZ comemora hoje 3 anos de vida e apesar das divergentes posturas sobre o uso de lutadores adicionais pagos como forma de prolongar o tempo útil de um fighting game, não existem dúvidas que o trabalho da Arc System Works permanece eletrizante e delicioso. Lançado a 26 de Janeiro de 2018 para a PlayStation 4, Xbox One e PC (mais tarde para a Nintendo Switch), Dragon Ball FighterZ é uma explosão de adrenalina que passados estes anos ainda continua incrivelmente divertida.
A chegada de novos personagens, em temporadas de conteúdos, permitiu ao longo destes anos manter os mais dedicados entretidos a descobrir os segredos sobre como os usar, enquanto os mais casuais continuam a desfrutar de gratificação imediata. Dragon Ball FighterZ está desenhado de forma altamente astuta e apesar dos personagens serem todos controlados de forma muito comum, todos eles são diferentes e exigem exploração.
Além disso, as constantes promoções já permitiram comprar Dragon Ball FighterZ por menos de 12€, frequentemente por menos de 20€ com os 8 personagens extra do primeiro FighterZ Pass, o que ajuda a manter o jogo apelativo a novos jogadores a longo prazo, que continuam a preencher os servidores. No entanto, já me estou a adiantar pois neste artigo comemorativo dos 3 anos de vida de Dragon Ball FighterZ da Bandai Namco e Arc System Works, o que mais quero enaltecer é como o trabalho original ainda continua brilhante e singular, com camadas acrescentadas ao longo dos anos que tornam o gameplay explosivo e frenético ainda mais glorioso.
Recuperando a análise escrita pelo Jorge Loureiro em Janeiro de 2018, Dragon Ball FighterZ é descrito como "parece ser um sonho tornado realidade" e ainda como "um jogo de luta competente com todas as excentricidades de Dragon Ball. É o jogo que os fãs merecem e pelo qual esperaram tanto tempo!" Sim, tal como o Loureiro descreveu há 3 anos atrás, FighterZ é um jogo que merecemos e não existem dúvidas sequer que os responsáveis pelos excêntricos e eletrizantes Guilty Gear e BlazBlue, abordaram a propriedade Dragon Ball com enorme sede de triunfo.
Além de imensos easter eggs, a fidelidade os movimentos, a forma como foram recriados e os que foram recriados fazem deste um trabalho excecional. Especialmente porque a propriedade Dragon Ball é aclamada mundialmente por pessoas de diversas faixas etárias, o que significa criar um gameplay capaz de conquistar fãs de fighting games, mas ainda assim permitir diversão a quem nunca jogou algo similar e ainda assim adora Goku.
O carisma de personagens como Goku, Gohan ou Frieza (há quem goste de vilões!) conquistaram seguidores em todo o mundo, mas a Arc System Works faz mais do que deixar o seu trabalho entregue ao saudosismo, aposta num gameplay eletrizante que pode ser explorado com satisfação fácil, mas com camadas para explorar por quem deseja ir além dos auto combos e obter mais controlo. Não existem dúvidas que os auto combos permitem sequências vistosas que terminam com um explosivo ataque bem familiar para os fãs de Dragon Ball. No entanto, o pedigree da Arc System Works foi comprovado quando conseguiram ir além disso, introduzindo diversas mecânicas que podem ser exploradas para tornar mais gratificante o controlo total sobre os combos.
Este molde é o que se torna instantaneamente satisfatório num jogo como Dragon Ball FighterZ e lhe possibilitou assumir-se como um jogo intemporal e genial, capaz de figurar entre os melhores fighting games da geração. Tendo em conta que pode ser jogado na PlayStation 5 e Xbox Series, poderá até transcender a sua geração como um fighting game singular e divertido, capaz de agradar mesmo passados tantos meses após o lançamento. Com a mesma edição, sem comprar mais nada e com o elenco base, ainda é possível alcançar imensa diversão. Isto porque, como referido, o gameplay é rei e os gráficos o seu par perfeito.
Dragon Ball FighterZ é o perfeito jogo para qualquer fã da obra de Akira Toriyama, um fighting game de grande espetacularidade visual, no qual te podes safar facilmente recorrendo ao martelar de botões. Esse button-mashing permite despoletar combos vistosos e tendo em conta que entras em combates 3 vs 3, até podes executar 3 especiais em simultâneo e criar parcerias explosivas, muitas delas impensáveis. Desta forma, vês recriações dos inesquecíveis e explosivos ataques especiais como Kamehameha a preencher o ecrã com grande fúria, mas antes disso vês as personagens a executar movimentos acrobáticos como viste na anime.
É essa fidelidade ao material original, seja no gameplay seja nos visuais, que fazem com que Dragon Ball FighterZ se erga acima de tudo o resto que já foi feito nesta propriedade, em conjunto com o quão imediata e acessível é toda a experiência. No entanto, como já referido, martelar botões leva-te até certo ponto e apesar dos auto-combos conseguirem tirar imenso dano e entusiasmar em rota para a vitória, um jogador mais paciente, capaz de ajustar a sua capacidade de interpretação e reação à velocidade do majestoso caos em que se tornam os combates 3 vs 3 a este ritmo, conseguirá ir além e obter mais controlo para prolongar combos.
É essa gestão deste eletrizante gameplay que permite a Dragon Ball FighterZ manter-se glorioso, mesmo passados 3 anos do lançamento original, pois sentes que existe profundidade e liberdade suficiente para ir além dos auto-combos e começar a criar as tuas próprias combinações de personagens para prolongar e diversificar os combos. É uma gestão sensacional e totalmente enquadrada com o gameplay em si, pois por mais frenético e veloz que seja, se te dedicares, o hábito vai-te permitir ganhar memória muscular e reflexos rápidos o suficiente para te libertares e começares a criar o teu bailado com as personagens de Dragon Ball. É um monstro totalmente diferente de jogos 1 vs 1, com estratégia, abordagem e forma de estar totalmente diferentes.
No entanto, é impossível elogiar Dragon Ball FighterZ sem falar do trabalho que tem sido feito desde que o jogo foi lançado. Este é um perfeito exemplo da face moderna dos videojogos, uma era na qual a edição original ainda continua viva passado 3 anos e que não te exige comprar uma nova. Não existe Ultra Dragon Ball FighterZ ou Super Dragon Ball FighterZ, a edição original ainda hoje te permite desfrutar de todos os conteúdos, melhorias no gameplay e novas funcionalidades. Podes gastar mais dinheiro em personagens extra, divididos em temporadas nos FighterZ Pass, mas não és obrigado. No entanto, esta é a forma encontrada pela Bandai Namco de manter o jogo vivo, de manter a Arc System Works a trabalhar em Dragon Ball FighterZ ao invés de deixar o projeto de lado.
A popularidade de Dragon Ball torna-o propício a receber DLCs, mas o caso de Dragon Ball FighterZ mostra como se aplica o conceito de "dar e receber" na relação entre a comunidade e os criadores. Dragon Ball FighterZ permanece ativo e vibrante, apoiado pelos jogadores que continuam a comprar o jogo nas promoções e pelos veteranos que querem as novas personagens. Esta relação suportada pelo apoio financeiro dos fãs permite a Dragon Ball FighterZ manter-se vivo e não ser descartado para o lado. Como mencionei em cima, é possível comprar o jogo por menos de 20€ com 8 personagens extra e os FighterZ Pass 2 e FighterZ Pass 3 (6 + 5 personagens, respetivamente), também podem ser adquiridos em frequentes promoções e até podes comprar os personagens em separado, se só te apetecer um específico.
O elenco original de 24 personagens em Janeiro de 2018 transformou-se num sensacional elenco de 42 personagens, graças às 19 personagens extra e ainda falta chegar Gogeta SSJ4, cobrindo Dragon Ball Z, Dragon Ball GT e Dragon Ball Super. O elenco é de grande qualidade e o mais espantoso é pensarmos que ainda faltam alguns nomes importantes e merecedores de presença. Se pensarmos que Street Fighter 4, o último grande fighting game de uma geração com o modelo de negócio anterior, recebeu 4 edições em 5 anos de vida, este novo molde tem os seus benefícios. As atualizações e novidades gameplay são gratuitas, com personagens extra que podes pagar e ter. Para mim, esse modelo trouxe energia pois permitiu-me desfrutar de novidades e sentir que jogava um jogo vivo e atualizado, enquanto esperava por promoções para comprar os novos personagens.
Estes visuais que mais parecem anime interativa e gameplay fulminante são explorados em diversos modos de jogo, através dos quais a Arc System Works mantém a sua aposta tradicional para o Story Mode, apoiado por diversos outros modos. O Story Mode coloca-te em combates numa história contada em diversas cinemáticas e apesar de não ser totalmente satisfatório o design, existem momentos divertidos. O Arcade Mode é um vício pessoal e permite ligar o jogo para umas partidas rápidas quando há pouco tempo para jogar, mas o vício persiste. Existem os modos online, modos Vs e outros que permite enfrentar jogadores localmente. Mais recentemente, foi adicionado o Party Battle no qual 3 jogadores online se juntam para enfrentar poderosos adversários. É um pequeno modo no panorama geral, mas que se tornou numa novidade bem divertida.
Era difícil deixar passar o 3º aniversário de Dragon Ball FighterZ e não o assinalar, especialmente porque é um dos jogos que mais tenho jogado de forma recorrente ao longo destes 3 anos. Seja na PS4, Nintendo Switch e agora na PS5, não consigo resistir a desfrutar deste gameplay que vibra com pura eletricidade, glorificada por uma admirável fidelidade na recriação dos movimentos, falas e golpes, sem esquecer os visuais de grande qualidade que tornam um prazer assistir aos combates. Nas mãos dos melhores jogadores, Dragon Ball FighterZ é um espetáculo na forma de caos interpretado por quem tem reflexos para o coreografar. Nas mãos dos restantes, é um entusiasmante fighting game com o qual nos divertimos facilmente.