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Dragon Ball Xenoverse - Antevisão

Será desta que a Bandai Namco cumpre as promessas?

Como fã incondicional de Dragon Ball, nunca consigo evitar ficar entusiasmado quando um novo jogo é anunciado pela Bandai Namco, apesar de nos últimos anos não haver qualquer motivo racional para tal. Dragon Ball Ultimate Tenkaichi tinha uma jogabilidade parca escondida por uma quantidade absurda de QTEs, que acabavam por tornar o jogo monótono, e mais recentemente, Dragon Ball Z: Battle of Z, embora o conceito tivesse potencial, a execução era terrível. Olhando para este historial, há poucas razões para confiar na Bandai Namco e longe estão os gloriosos dias da PlayStation 2, em que Budokai 3 e Tenkaichi 3 foram os expoentes máximos dos jogos de Dragon Ball.

As transformações a meio dos combates regressam.

Pelo menos com Dragon Ball Xenoverse, anunciado recentemente para PlayStation 4, Xbox One, PlayStation 3 e Xbox 360, temos a garantia que a Dimps está a produzir. E isto é positivo porquê? A Dimps foi responsável pelos jogos Budokai da PlayStation 2 e entrou na geração da PlayStation 3 e Xbox 360 com Dragon Ball Burst Limit, que apenas pecava na narrativa e lista de personagens, deixando completamente de fora a saga de Buu e Dragon Ball GT. A demo jogável de Dragon Ball Xenoverse que presenciei na E3 2014, estava num estado precário, mas pareceu-me que o jogo está encaminhado num bom caminho.

Apesar dos jogos anteriores da Dimps, Dragon Ball Xenoverse apresenta um estilo de jogo mais próximo da série Tenkaichi, com os combates a ocorrerem em grandes áreas abertas em que a movimentação para qualquer uma das direções é livre. Pessoalmente, este é o estilo que mais me agrada e penso que retrata as lutas épicas deste anime mais fielmente, embora esteja consciente que também há fãs que preferem o estilo Budokai. Na demo, jogada pelo produtor, vi várias combinações de golpes e foi-me dada a certeza que o combate terá profundidade graças a estas combinações e também devido à possibilidade de fazer cancel aos ataques especiais.

De volta estão as transformações a meio dos combates, que por razões incompreensíveis, tinham sido removidas de Dragon Ball Z: Battle of Z. Mas creio que a maior novidade para este jogo será a introdução de uma personagem nunca antes vista. A personagem foi criada pela Bandai Namco e prontamente perguntei se tinha sido aprovada pelo criador da saga, Akira Toriyama. Não foram dadas certezas, mas asseguraram-me que pelo menos foi aprovada pelos detentores da licença de Dragon Ball.

Mas quem é afinal esta personagem? Virá do futuro, tal como Trunks?

A personagem ainda não foi revelada completamente, falta conhecer a sua cara, mas facilmente qualquer fã de Dragon Ball consegue identificar traços característicos de outras personagens. Para começar temos o casaco da Capsule Corp, usado por Trunks, o radar de energia usado pelos primeiros Saiyans e soldados de Friezer, a capa de Piccolo, e por fim, o cabelo vermelho associado à transformação Super Saiyan God, até agora apenas alcançada por Son Goku no filme Battle of Gods. Juntamente com esta personagem mistério, foi mostrado um cenário de uma cidade futurista também inédita no universo de Dragon Ball, que especulamos que seja a casa deste guerreiro.

Dragon Ball Xenoverse está em desenvolvimento apenas há meses, logo não são poucas as variáveis por definir, uma delas sendo quais personagens incluir. Perguntei se estavam a pensar em incluir personagens de Dragon Ball GT, que ultimamente têm ficado de fora dos jogos, mas apenas consegui obter um "não sabemos". As personagens já confirmadas, entre elas Goku, Vegeta, Cell, Buu, Friezer, Gohan, Krillin e Piccolo, apresentam já um melhor aspecto do que em jogos anteriores, mas pode ser feito mais, sabendo que este se trata de um jogo a ser desenvolvimento tendo em mente a PlayStation 4 e Xbox One. Os cenários precisam claramente de ser retocados, o contraste de detalhes em comparação com as personagens são evidentes.

Os produtores quiseram sublinhar que uma das principais diferenças de Dragon Ball Xenoverse será a expressividade das personagens. Antes as caras estavam estáticas, ausentes de expressões. Com este novo jogo, vamos assistir a sorrisos, caras malvadas e outras expressões no decorrer dos combates. É apenas um pequeno pormenor e face às falhas mais profundas dos jogos anteriores, parece quase irrelevante. Todavia, é bom ver que os produtores estão atentos aos pormenores. Resta esperar tenham igual atenção noutros aspetos.

Será que finalmente teremos direito ao derradeiro jogo de Dragon Ball? É muito cedo para dizer. Há sempre esperança, mas dependerá de diversos fatores: da fluidez e variedade da jogabilidade, da apresentação da história, da quantidade de personagens, do nível de destruição dos cenários, dos ataques e de tudo aquilo que os fãs sempre quiseram. Se a Bandai Namco estiver disposta a ouvir o feedback, é meio caminho andando para Dragon Ball Xenoverse suceder na sua tarefa.

"A história será completamente nova dentro do universo Dragon Ball, o que pode ser muito bom mas em simultâneo é uma jogada de risco."

A história será completamente nova dentro do universo Dragon Ball, o que pode ser muito bom mas em simultâneo é uma jogada de risco. Também foi confirmado que haverá um modo multijogador, mas a equipa não está preparada para falar abertamente sobre ele. Sobre detalhes mais técnicos, temos a informação de que a tecnologia YEBIS 2 está a ser usada para alcançar melhores efeitos de partículas, tornando os ataques especiais mais espetaculares. O Havok está a ser usado para a física.

A adopção do estilo Tenkaichi significa por si só menos profundidade que outros jogos de luta, ao tornar os controlos das personagens e os seus ataques padronizados, isto é, não vão precisar de saber os comandos especiais para cada uma dos lutadores. Para um jogo com tantas personagens como Dragon Ball, é uma necessidade. Criar controlos diferentes para tantas personagens é impensável, e além disso, os jogos Naruto da CyberConnect 2 utilizam um esquema igual e ainda assim cada personagem consegue ter as suas particularidades e vantagens nos combates.

Um lançamento ainda em 2014 para Dragon Ball Xenoverse está completamente fora de questão, asseguram-me os produtores, o que significa que ainda resta tempo suficiente para o jogo evoluir e tornar-se naquilo que os fãs esperam. Com a Dimps a segurar as rédeas da produção, posso concluir dizendo que temos mais confiança neste Dragon Ball do que qualquer outro que jogámos nos últimos anos.

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