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Dragon Ball Z: Extreme Butoden - Análise

Será que os fãs devem dar atenção a este jogo de luta da 3DS?

Este Dragon Ball da 3DS tem um sistema de combate robusto, mas a reduzida lista de personagens e falta de online cortam-lhe as asas.

Dragon Ball Z: Extreme Butoden tinha todos os ingredientes para funcionar. Em primeiro lugar usufrui da licença de Dragon Ball, que tem milhões de fãs espalhados pelo mundo e que com a nova série, Dragon Ball Super, estão ansiosos para jogar com as novas transformações e personagens. Em segundo lugar, é um jogo de luta, o que encaixa que nem uma luva no universo de Dragon Ball. E por último, o estúdio escolhido para a produção foi a Arc System Works. Foi deste estúdio que surgiu Guilty Gear e Blazblue, dois excelentes jogos de luta, pelo que naturalmente o presságio para Dragon Ball Z: Extreme Butoden era favorável.

No entanto, algumas decisões questionáveis comprometem a diversão que se pode extrair do jogo. Uma das decisões mais incompreensível vem da lista de personagens jogáveis. Extreme Butoden conta com uma extensa lista de personagens, o problema é que a maioria delas apenas nos podem assistir durante os combates. Ou seja, na realidade não podemos jogar com elas. Na lista de personagens que apenas nos podem assistir estão Goku SSJ4, Gogeta, Gogeta SSJ4, Omega Shenron, Cooler, Mecha Frieza, Vegeta SSGSS4, as primeiras formas do Buu Buu, Dabura, Turtle, Tien, Yamcha, e muitas outras. A lista de personagens verdadeiramente jogáveis é muito reduzida, e uma parte delas são apenas transformações, já que não é possível fazer transformações enquanto jogamos.

Pelo menos, o sistema de combate não é tão linear quanto parece. Inicialmente parece bastante limitado já que a combinação de botões para alguns combos é igual em todas as personagens. Todavia, há alguma profundidade. Não é imediatamente evidente, até porque não existe qualquer tipo de tutorial, o que dificulta ainda mais conhecer o sistema de combate a fundo. Embora existam combos pré-definidos que são iguais para todas as personagens, podem ser criativos recorrendo aos ataques / habilidades únicas. Por exemplo, o Son Goku em Super Saiyan consegue tele-transportar-se para trás do adversário. O ataque especial de Napa é uma bola de energia que sai do chão e que pode ser usada para continuar um combo.

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Outra das técnicas avançadas no sistema de combate são os cancels. Basicamente, isto permite que cancelem a animação de um ataque e comecem de imediato outro, sem dar oportunidade de contra-ataque ao oponente. Curiosamente, o cancel apenas funciona depois de um combo específico, e além disso, custa 25 porcento da vossa barra de KI, pelo que não podem usar esta técnica sempre que desejam. Algo que é particularmente difícil de dominar é o botão de esquivar. Quando pressionado normalmente, a vossa personagem rebola pelo chão do cenário, mas caso o pressionem imediatamente antes de um ataque, tele-transportam-se para trás do adversário, deixando completamente exposto.

A maioria das personagens jogáveis estão desbloqueadas logo de início. As únicas personagens desbloqueáveis são Goku SSGSS4 (ou Super Saiyan Blue para facilitar), Beerus e Brolly. Como já referido, as restantes personagens desbloqueáveis, que são bastantes, apenas podem participar nos combates com ataques de assistência. Apesar do seu papel secundário nos combates, não é fácil desbloquear as personagens de assistência. A grande parte delas requer que obtenham a classificação "S" nos combates do modo aventura. Acreditem, obter a classificação "S" não é fácil.

O problema da classificação "S" nos combates do modo Aventura é que depende de vários parâmetros, como fazer um combo com um certo número de hits, terminar com ataque final, executar o ataque especial da personagem, terminar o combate em pouco tempo, entre outras variáveis. Para obterem esta classificação precisam de seguir obrigatoriamente uma lista de coisas a fazer, o que acaba por retirar toda a diversão dos combates, tornando-os numa rotina. Apesar do processo requerer na maioria das vezes repetir o mesmo combate para obter esta classificação, existem algumas personagens que valem a pena, como é o caso do Gogeta SSJ4, que tem um ataque de assistência especialmente útil para fazer um grande combo.

Embora possam optar por escolher uma só personagem antes dos combates, Dragon Ball Z: Extreme Butoden funciona de certa forma como Marvel vs Capcom e outros jogos de Tag Team. Se quiserem podem escolher até três personagens. Recorrendo ao ecrã inferior, podem trocar a qualquer momento de personagem. No entanto, se escolherem três personagens, ficam sem nenhuma vaga para as personagens de assistência. Cada personagem de assistência ocupa meio slot, ou seja, se escolherem duas personagens jogáveis, podem selecionar duas personagens de assistência. Dado o grande número de personagens de assistência e a sua variedade de ataques / efeitos, há muitas combinações interessantes.

Os gráficos são um mimo para quem consegue apreciar jogos retro.

Apesar de oferecer uma boa quantidade de conteúdos a solo, como o tradicional modo história e o modo de aventura, em que uma anomalia que une o presente, passado e futuro traz de volta todos os inimigos de Son Goku e companhia, a ausência de um modo online é imperdoável. Com um sistema de combate que tem uma profundidade escondida, seria sem dúvida interessante testar as nossas habilidades contra outros jogadores e até descobrir mais combinações / combos. A Bandai Namco anunciou que a versão japonesa do jogo, que está disponível desde junho, receberá o modo online, mas para o Ocidente ainda nada sabemos.

O modo online também era imperativo para prolongar a longevidade. É possível completar todos os modos em cerca de seis horas, se bem que podem esticar-se até às 10 / 12 horas se quiserem desbloquear tudo, nomeadamente as dezenas de personagens de assistência. Apesar das falhas vincadas, este ainda consegue ser o melhor Dragon Ball que jogámos nos últimos anos, em grande parte graças ao sistema de combate. É uma pena que as transformações e fusões a meio das lutas tenham ficado de fora, já que são uma das partes mais entusiasmantes de Dragon Ball.

Por outro lado, a Arc System Works não se esqueceu de incluir coisas como embates de ataques corpo-a-corpo a elevada velocidade, nos quais precisam de metralhar furiosamente nos botões para vencer, e também os embates entre os ataques de energia. Os ataques especiais são os momentos mais espetaculares do jogo, e embora as personagens jogáveis não sejam muitas, as características dos seus ataques foram preservadas.

Dragon Ball Z: Extreme Butoden é assim um jogo de altos e baixos. O melhor é o sistema de combate, que consegue ser profundo e representar, em parte, a identidade do universo criado por Akira Toryama. Do lado negativo está a falta do modo online e as poucas personagens jogáveis. É realmente incompreensível por que que razão existem tantas personagens de assistência, ainda por cima quando os fãs gostariam que várias delas fossem jogáveis. Dito isto, Dragon Ball Z: Extreme Butoden tem boas bases para crescer. Já que os jogos de luta costumam receber novas edições com revisões, estaríamos de braços abertos para uma revisão ou sequela com mais personagens jogáveis e com um modo online.

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