Dragon Quest: Heroes - Primeiras Impressões
Delicioso trabalho de amor.
Desde o dia 26 de Fevereiro que não tenho tido outra companhia nos tempos que passo com a consola. Já lá vão mais de 15 horas e só peço que dure pelo menos mais 15 horas. Assim tem sido o meu tempo com Dragon Quest Heroes: The Dark Dragon and the World Tree Castle, o mais recente jogo da Square Enix para a PlayStation 4 e PS3. A estreia da mítica série Japonesa da Enix na mais recente consola da Sony não poderia ser mais ousada e espectacular. Por um lado marca o regresso da série às consolas PlayStation, depois de longos anos de namoro exclusivo com as plataformas Nintendo, por outro porque arrisca sair dos moldes tradicionais (tal como Dragon Quest IX e X diga-se) e envereda por um estilo de jogo completamente diferente do habitual.
Dragon Quest Heroes não é o tradicional RPG por turnos no qual vamos passar pelo menos mais de 100 horas de forte grinding em combates duros. Heroes é o primeiro Action RPG na série Dragon Quest e é o mais recente crossover desenvolvido pelo estúdio Omega Force da Koei Tecmo. Depois de dois fantásticos One Piece: Pirate Warriors e um não menos inspirado Hyrule Warriors, o estúdio Japonês mostra porque é aclamado no que faz e apresenta-nos este Heroes que poderá facilmente tornar-se num dos produtos predilectos de quem adora este tipo de experiências.
Tal como aconteceu com o esforço colaborativo em One Piece e Hyrule Warriors, o Omega Force trabalhou em conjunto com os criadores responsáveis pela série Dragon Quest e assegura-se que é sentida toda uma autenticidade que até parece estranho este ser apenas o primeiro. Sente-se como um produto perfeitamente natural, apesar de ser uma estreia em diversos sentidos. Yuji Horii e Koichi Sugiyama estiveram envolvidos no desenvolvimento, o primeiro como director e o segundo como compositor, e asseguram assim que duas das mentes mais brilhantes da série Dragon Quest estejam envolvidas com este novo produto.
O trio maravilhoso fica completo quando temos companhia de Akira Toriyama e a confirmação que este é um jogo que recebeu todo o devido respeito por parte de todas as entidades envolvidas. Incluindo claro a Sony Computer Entertainment que em sintonia com a Square Enix fizeram toda a questão de promover com pompa e circunstância o regresso de Dragon Quest à PlayStation. Mas então como será que funciona esta junção da série Dynasty Warriors com Dragon Quest? Como foi gerido na balança o peso de cada uma destas séries? Será que o ADN de cada uma foi conciliado na perfeição?
Tal como referi, Dragon Quest Heroes é um produto inédito em vários parâmetros e até mesmo para os adeptos da série Dynasty Warriors será algo novo. A frescura deste novo jogo sente-se na forma como a estrutura está montada. Sentimos que é um RPG, na forma como decorre e é feita a progressão, mas ainda assim sente-se a todo o momento como um jogo Musou. Quer isto dizer que parecem ter conseguido uma conjugação mais do que equilibrada que aproveita o que um precisa do outro, e vice-versa, para funcionar.
Dragon Quest Heroes transporta-nos para o reino de Erusaze, onde reside o Castelo debaixo da Árvore do Mundo cuja importância pode ser constatada ao ler o título do próprio jogo. A vida é pacífica e pode até espantar a forma como os humanos vivem lado a lado em harmonia com os monstros que conhecemos dos jogos da série. Um dia, um estranho e mal intencionado homem, Helmut, decide virar todos os monstros do mundo contra os humanos e instala-se o caos num mundo outrora pacífico.
Act e Meer, os dois protagonistas estreantes, juntamente com Homiron e o rei Dirk, iniciam uma jornada que os vai levar a percorrer todo os cantos do mundo. Pelo caminho vão percorrer locais repletos de fantasia, povoados por furiosos monstros que bem conhecemos e onde iremos encontrar algumas das maiores figuras da série, como Alena ou Kyril de Dragon Quest IV ou até Jessica e Yangus de Dragon Quest XIII. Acreditem que se são fãs das duas séries, não vão conseguir controlar a alegria.
Até ao momento tem sido uma delícia conhecer esta nova jornada no mundo de Dragon Quest. Entramos em missões bem ao estilo de Musou nas quais controlamos um personagem e teremos que cumprir um ou vários objectivos. Pelo meio temos missões que nos obrigam a proteger pontos específicos ou a derrotar os monstros responsáveis pelos portais de onde chegam mais monstros mas a certeza é que existe desafio apesar de toda a simplicidade dos controlos e mecânicas de jogo.
Tal como num jogo Musou, ou RPG de acção se preferirem, controlamos livremente o personagem e além dos ataques normais existem ataques especiais. Act, Meer e Dirk são apenas o ponto de partida pois em cada novo local mais duplas se juntam à nossa causa. Para tornar o jogo mais ao estilo de um RPG, a fórmula Musou foi implementada nos combates e nos níveis em si porque no resto temos o que consideraria um RPG em pleno.
Nos intervalos de cada nível temos um local, uma base se preferirem, onde fazemos a gestão dos nossos personagens, aceitamos missões secundárias e ficamos mais a par de todo o universo criado em torno desta aventura. Existe muito para descobrir e muitas horas de jogo mas para isso teria que escrever mais sobre Dragon Quest Heroes. Nestas primeiras quinze horas de jogo, fiquei com um produto que me conquistou e sobre o qual ainda tenho muito mais a dizer por isso fiquem atentos.