Duke Nukem Forever
O rei está de volta e a idade faz-se sentir.
Não é todos os dias que um jogo praticamente morto regressa à produção e passado uns meses é lançado para as lojas, mas foi precisamente o que aconteceu com Duke Nukem Forever, o que só prova uma coisa, estamos perante algo especial. Duke Nukem Forever tem uma história, e não é a estória incluída na campanha. Foram precisos quinze anos para que o título da 3D Realms chegasse às nossas mãos, se calhar até tem a mesma idade ou é mais velho que alguns dos nossos leitores, por esta razão, é impossível não ficar nostálgico e lembrar os velhos tempos. O jogo passou por tanto durante esse tempo, que o simples facto de estar à venda neste momento é quase um milagre.
Devido ao comprido período de produção, Duke Nukem Forever debate-se para estar ao mesmo nível que os jogos atuais, algo compreensível porque quinze anos é imenso tempo, e desde 1996 os videojogos progrediram imenso. Apesar de compreensível, não podemos desculpar o atraso de Duke Nukem Forever em relação a outros jogos, afinal de contas, foi lançado em 2011 e deve ser analisado como jogo atual. Mesmo que quiséssemos analisá-lo com parâmetros antigos, não seria possível. Com o progresso dos videojogos, nós também progredimos, ficamos mais exigentes, e coisas que antes adorávamos, agora odiamos e são insuportáveis.
Mas Duke Nukem Forever não é insuportável, longe disso, para dizer a verdade, gostei do tempo que passei a jogá-lo. Alguns de vocês também gostarão, outros talvez não. É importante separar as águas aqui, Duke Nukem Forever é sobretudo um jogo para fãs, se quando pensam em FPSs a primeira coisa que vos vêm à cabeça é Call of Duty ou algo do género, então esqueçam Duke.
Para o bem e para o mal, Duke sobreviveu ao passar dos anos e continua exatamente com a mesma atitude que o tornou famoso, é um badass sem medo de nada e um tarado sexual. Para o bem porque é tudo aquilo que os fãs sempre quiseram, para mal porque atualmente existem personagens muito mais complexas e não agradará a novos jogadores. Mas é melhor ter o clássico Duke, do que ter um Duke adaptado para atualidade, isso seria arruinar completamente a personagem e o jogo em si.
O maior problema é a imprecisão da mira, é demasiado sensível e é difícil conseguir acertar em algo que esteja em movimento. Na campanha, nem se nota muito, geralmente os inimigos não tendem a fazer movimentos bruscos. No multiplayer, é completamente frustrante. Chega-se ao ponto de estarmos quase frente-a-frente com um outro jogador, e nem nós nem ele, conseguimos acertar um no outro. Também depende da arma que estamos a utilizar, com uma bazuca o problema fica resolvido. Claro que parte deste problema é minimizado na versão para o PC, devido à maior sensibilidade do combo rato-teclado.
Uma parte considerável da campanha é constituída por secções em que combatemos contra os aliens que estão a atacar Las Vegas. Não posso dizer que não seja divertido mandar os aliens com aspeto de porco pelos ares, no entanto acaba por se tornar repetitivo. A variedade de inimigos não é muita, o único aspeto novo que Duke Nukem Forever vai oferecendo ao longo da sua campanha é vagas de inimigos cada vez maiores. Mesmo os bosses, que deviam ser algo espetacular, tornam-se enfadonhos.
A dificuldade de Duke Nukem Forever é mais elevada que a maioria dos jogos atuais. Já não me lembrava de perder tantas vezes, e escolhi a dificuldade normal (existem ainda mais duas acima desta). Basta alguns segundos para morrermos nas mãos dos Aliens. A solução que encontrei para sobreviver foi acobardar-me e esconder-me dos objetos que encontrava, e sempre que surgia a oportunidade, atacava. O que está errado aqui, é que isto não combina nada com Duke, não devíamos entrar a disparar feitos malucos e levar tudo à nossa frente? Era isso que esperava.