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Dynasty Warriors 9 Empires review - crise política na fronteira

A série Musou original precisa reinventar-se.

A série Musou principal está a precisar de urgentes melhorias. Seguir os habituais moldes apenas reforça o quão para trás ficou.

Após o lançamento da versão original em fevereiro de 2018, a Koei Tecmo apresentou agora Dynasty Warriors 9 Empires, o mais recente exemplar na sua tradição de apresentar "expansões" táticas para os jogos Musou da linha principal. Enquanto ávido fã do género Musou, que sente curiosidade por tudo o que é feito pela Omega Force e recebe de braços abertos cada colaboração que é anunciada, este é o quinto jogo Musou em cerca de 2 anos que jogo e não senti cansaço ou fadiga em qualquer uma das outras experiências, mas confesso que a linha principal, os jogos Dynasty Warriors, são os únicos que não me conseguem satisfazer em pleno.

Colaborações como Persona 5 Strikers e Hyrule Warriors: Age of Calamity são jogos que adorei e nos quais fiquei viciado, não conseguindo parar de jogar, enquanto títulos como Warriors Orochi 4 Ultimate e Samurai Warriors 5 também me conquistaram pelas suas especificidades dentro do estilo Musou. Seja nas variações do interpretar deste gameplay, na introdução de mecânicas alternativas ou até pela diferenciação na estética visual, as colaborações têm revelado o melhor do gameplay Musou e das capacidades da Omega Force. Mas mesmo os seus títulos como Orochi 4 e Samurai Warriors 5 conseguem divertir porque diferenciam. Depois temos a linha principal, os Dynasty Warriors, que já ultrapassaram a linha da fadiga há muito tempo.

Dynasty Warriors 9 tentou sacudir o peso da repetição na fórmula ao enveredar por uma fórmula de mundo aberto e isso resultou num título difícil de digerir a diversos níveis. Tecnicamente fraquíssimo, desde os visuais à performance, apenas serviu para mostrar o quão acima estão as colaborações e para sugerir que a equipa não sabe o que fazer com a linha principal. Após essa aposta falhada num mundo aberto, talvez pela inexperiência da equipa, ao invés de um descanso ou a procura por algo fresco, temos a habitual expansão Empires para DW9 que tenta corrigir alguns dos seus problemas.

A versão Empires de DW9 aposta, como seria de esperar, na vertente estratégica e tática, deixando os combates para segundo plano. Isto significa que poderás escolher um entre centenas de personagens para gerir um reino. Terás de tomar decisões que moldam o futuro do reino e o contentamento das tropas e cidadãos, algo que ajuda a traçar um perfil de benevolente ou malvado governante. Existem imensas facetas curiosas e intrigantes deste gameplay estratégico, mas é uma experiência de nicho dentro de uma experiência de nicho. Passarás muito tempo a olhar para menus, a escolher o que fazer e a visualizar os resultados de cada decisão.

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Longe de ser um Romance of the Three Kingdoms, a expansão Empires mostra-te um lado tático e isso significa que existem recompensas e contra-partidas em cada decisão. Podes perseguir o contentamento do teu povo através de maior comida, mas poderás deixar as tuas fronteiras desprotegidas. Além disso, num período de instabilidade política, poderás optar por invadir vizinhos e isso mudará a tua reputação. Esta gestão do reino é intrigante, mas senti que foi feita de uma forma mais fluída e interessante noutras experiências, como Samurai Warriors 4 Empires. Quando estiveres cansado de estar sentado a tomar decisões políticas, poderás optar por invadir um reino vizinho ou ser forçado a defender o teu de uma invasão e aqui o gameplay Musou entra em cena.

Quando entras num nível Musou, nos segmentos de combate, notas de imediato que a experiência em mundo aberto foi colocada de lado para dar lugar a níveis mais ao estilo tradicional. Aqui, poderás descobrir a primeira experiência Musou com uma versão de atual geração e ficarás desiludido. Além de evidentes glitches gráficos, os visuais continuam pobres e datados, apesar da incrível fluidez da experiência. Jogar um Musou a 60fps continua altamente empolgante. É pena que não tenha sido feito mais para elevar a qualidade visual e o maior feito de DW9 e DW9 Empires é evidenciar o quão acima estão as colaborações que a Koei Tecmo está a apresentar.

Crise política

A expansão Empires sempre representou um maior foco na estratégia e gestão do que propriamente na ação pela qual a experiência Musou é conhecida. Dynasty Warriors 9 Empires implementa o modo Conquest onde terás de tomar diversas decisões táticas e pensar no combate como uma medida de segundo recuso. Isto significa que é um título de nicho dentro de uma experiência de nicho. Torna-se difícil recomendar Dynasty Warriors 9 Empires. Somente os que devoram tudo o que é Musou e sentem algum fascínio pela cultura chinesa vão encontrar satisfação neste jogo, que falha terrivelmente em evoluir tecnicamente e apenas mostra como cresce o fosso que separa a série principal das colaborações.

Prós: Contras:
  • Melhorias de nova geração como loadings altamente rápidos
  • Jogar uma experiência Musou a 60fps é frenético
  • Gestão do reino engloba mecânicas curiosas
  • Visualmente fraco e existem glitches visuais
  • A experiência em si não empolga tanto quanto outros do género

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