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E3 08 - to be continued

O que sobrou das conferências Microsoft, Sony e Nintendo.

Então, mais uma Electronic Entertainment Expo passou diante dos nossos olhos e pôs fim a uma série de rumores e apostas que se foram acumulando nos dias imediatamente anteriores à abertura do evento com o mote de abertura dado pela conferência da Microsoft.

Durante muitos anos prevaleceu a ideia de que a E3 era a montra das grandes novidades e o local preferido para a Nintendo, Microsoft, Sony e EA (entre outras) anunciarem os mais recentes produtos em desenvolvimento que puxavam as fronteiras do entretenimento. E mais que isso, a E3 tinha um modelo de exposição quase selvagem; todas as pessoas tinham via verde no acesso, as filas de espera para jogar uma novidade faziam desesperar, os visitantes atropelavam-se e ao fim de umas horas de freima aguda sucumbiam ao cansaço. Era bom de ver pelas pontas, mas andar por lá era um pandemónio e sempre se acabou por modificar a estrutura, reformulando o evento, de modo a garantir a sua continuidade.

O modelo actual é mais pequeno, conservador, restrito aos convites à imprensa e embora esteja longe de converter em atenções o frenesim dos outros anos, continua a ser um incontornável ponto de encontro dos três grandes contendores de consolas e mais um isco para os seus directos responsáveis trocarem galhardetes à boca cheia, motivados por uma série de índices fratricidas. Coube à Microsoft arrancar a jornada tendo desde logo com um dia de antecipação perante as directas rivais Sony e Nintendo e apesar de projectar uma conferência longe de anunciar as potentes novidades de outros anos trouxe algumas surpresas de monta. Para o palco subiu um Don Mattrick da nova geração, carregado de esperança, cheio de empatia e convicto no êxito de uma dashboard renovada, toda ela na senda dos Miis e Home da Sony. Para seu mérito conseguiu, ao fim de um tempo de apresentação, ocultar a presença passada de Peter Moore, o ex homem forte da Xbox e antes dela a Dreamcast em terras do Tio Sam.

A apresentação foi suficientemente sólida, bem organizada e com pouquíssimos tempos mortos. A começar desde logo pelas big guns a lançar em 2008; os jogos que todos queriam ver e saber mais como Fallout 3, Resident Evil 5 (pela primeira vez um jogo da série da Capcom tem assento na consola de Redmond), o belíssimo Fable 2 bem promovido por Peter Molineux, Gears of War 2, Banjo-Kazooie, Viva Piñata, entre outros.

Humm, a forma daqueles bonecos lembra-me algo.

Como não podia deixar de ser a Microsoft apelou muito aos seus apoiantes, os mais fiéis utilizadores das contas Live Gold que ocupam os servidores e alargam constantemente uma comunidade que contará a partir do Outono com uma renovada dashboard, mais intuitiva, escorreita e personalizada. Apesar do descontentamento generalizado pelos pagamentos mensais de acesso à assinatura Gold, não param de aumentar os utilizadores do Xbox Live e por isso a Microsoft não os esquece e estando já prometidos novos títulos para o Xbox Live Arcade.

Interessante foi a apresentação de Lips e You’re in the Movies, jogos que apontam para o mercado de jogadores casuais, mais apostados numa de juntar os amigos para um fim de tarde ou noite em torno de uma grade de cervejas. Já a Sony o fizera com Singstar e também na promoção do Eye Toy, pelo que agora, em definitivo, a Microsoft apostou num segmento rasgado pela Nintendo Wii. Lips é assustadoramente similar a Singstar e You’re In the Movies, que se fará acompanhar de uma câmara Xbox Live Vision, volta a meter os jogadores a agitar o corpo (não tomem esta frase com sentido pejorativo) diante do televisor.