EA Sports 2014 FIFA World Cup Brazil - Análise
Força Portugal!
Lançado a meio da temporada de FIFA 14 e a não muitos meses de distância da próxima fornada da série da EA Sports, 2014 FIFA World Cup Brazil não deixa de ser um jogo revestido de uma grande sazonalidade, com o que isso tem de bom e mau. Se o tempo que antecede a competição desportiva mundial cria uma expectativa e aguça o interesse de muitos fãs da bola virtual, é normal que depois da entrega da taça o entusiasmo e convívio entre os apoiantes do jogo não seja o mesmo. Muitos jogadores destas versões são adeptos casuais de FIFA, o que leva a EA a acreditar neste jogo como uma ponte para o próximo jogo da série. Enquanto produto oficial de um torneio de natureza mundial, a natureza efémera do evento tem sido considerada pelos produtores, determinados em fabricar modos de jogo e opções adequadas a prolongar o tempo de vida útil do jogo.
Não é que os jogos FIFA do europeu e do mundial sejam criados tendo em mente uma audiência específica, mais casual e adepta de criação de jogadas menos complexas e exigentes. Isso seria deitar por terra um esforço percorrido até aqui, mas percebe-se que a EA Sports faça alterações no sentido de acolher os principiantes, através de níveis de dificuldade que lhes permitam criar oportunidades de golo sem grande esforço, sem nunca afastar os veteranos e jogadores experientes da mais recente entrega da série, que vão encontrar nesta edição do mundial algumas alterações, visando sobretudo a produção de mais lances ofensivos a partir de um sistema de drible mais realista.
A exclusividade do jogo para a PS3 e Xbox 360 também se compreende. A criação de mais versões para a "next-gen" só aumentaria desnecessariamente os custos de produção, com duplicação de produções que poderiam não encontrar o mesmo nível de qualidade e que a consumirem-se num curto período de tempo só dariam origem a custos desnecessários. Além disso, a grande quota de mercado ainda é detida pela anterior geração, especialmente no Brasil, país acolhedor do evento.
Mas enquanto produção focada unicamente no torneio do mundial de futebol e nas qualificações de acesso ao mundial, não leva muito tempo até se detectar o bom trabalho produzido pela EA Sports, especialmente ao nível da atmosfera contagiante que emana a partir do primeiro dia de competição do torneio mas também no design particularmente festivo e colorido dos menus. Houve um esforço significativo em englobar o que gravita e mais atenção desperta à volta da quatro linhas. Os estádios são talvez o cartão de visita mais emblemático e nisso estabelecem uma imediata empatia, por força da sua arquitectura e dimensão a tocar o admirável e imponente. O Maracanã é naturalmente o que desperta mais emoção, mas não é único, e nem só com estádios se faz a festa de futebol.
O preenchimento dos lugares com um público mais agitante e ruidoso potencia um estímulo adicional, com mudanças regulares da perspectiva de câmara para os gestos de satisfação ou nervosismo treinadores, prosseguindo para os adeptos, no interior do estádio, sempre vibrantes e equipados com adereços invulgares. Nas praças das cidades mais conhecidas existem as "fan zones", espaços de concentração dos adeptos que seguem o jogo à distância. Lisboa está representada. No Brasil, a cerimónia de abertura faz-se ao ritmo do Samba e nem foram ignoradas as duplas de comentadores para os "bitaites" antes e depois das partidas, como quem segue as incidências do torneio a partir de uma frequência de rádio sintonizada. Andy Goldstein e Ian Darke, ou Michael Davies e Roger Bennett, têm mais de 50 horas de edição. Em alternativa, uma banda sonora escolhida pela produção ocupa o tempo quando avançamos entre os menus e grelhas com dados estatísticos sobre os jogadores da nossa selecção.
No relvado e diante de um oponente com os mesmos ou superiores indicadores da nossa selecção, rapidamente nos abstraímos desses detalhes e começamos por verificar que não há grandes alterações em termos do ritmo de jogo. A deslocação da bola entre os jogadores continua a ser um processo cauteloso e a requerer alguma destreza técnica para que os jogadores do meio campo recuado e menos capacitados possam driblar com eficácia a primeira muralha defensiva da equipa adversária. No entanto, é mais fácil lançar bolas para a entrada da área e criare mais lances ofensivos individuais na última linha defensiva do adversário ou numa troca de bola rápida, deixando cravados defesas experientes. O papel dos avançados foi melhorado, com especial incidência sobre avançados como Ronaldo, Messi e, claro, o jogador-emblema da canarinha, Neymar.