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El Shaddai: Ascension of the Metatron - Análise

Mais que um simples jogo.

O aspeto em que El Shaddai brilha como nada antes visto, é nos seus incríveis cenários e visuais, e nada mais consegue aproximar-se tanto de arte, pelo menos a nível visual. Jogar El Shaddai é como estar num museu rodeado de quadros coloridos e que transmitem ao mesmo tempo várias sensações. Cada um dos seus níveis é único e completamente em estilo, design e tonalidade de cores do anterior. Nunca antes um jogo me consegui espantar desta forma, e o regalo para os olhos é tanto, que em cada nível perdi alguns minutos só para apreciar a beleza em meu redor.

Com Takeyasu Sawaki, designer de personagens em Devil May Cry e Okami, a liderar a equipa de produção, El Shaddai é sem dúvida um título japonês e que goza de um estilo e personalidade única. Títulos como este são cada vez mais uma raridade, principalmente no Ocidente. Títulos com temas verdadeiramente originais e diferentes do resto são cada vez menos viáveis a nível comercial, pelo que é necessário coragem para apostar em algo como El Shaddai, e por esta mesma razão, há que dar mérito à Ignition.

Os confrontos com os bosses, sendo cada um deles um dos sete anjos caídos, é onde o combate atinge a sua excelência. Nestes momentos, é de grande importância perceber qual a arma correta a utilizar. A percepção é dada a nível visual, se o circulo por cima do boss for de cor avermelhada, significa que a arma equipa não terá qualquer efeito. Para cada boss será necessária uma estratégia diferente, pois os seus ataques são também diferentes. O ritmo nestes confrontos é crescente, e as coisas vão ficando mais interessantes. No início os bosses têm uma aparência humana, estando protegidos apenas de uma armadura como Enoque, mas alguns deles, conseguem transformar-se em criaturas bem maiores e poderosas.

El Shaddai - Trailer de gameplay

É pena que estes grandes momentos de combate estejam limitados aos bosses. A variedade de inimigos que aparece ao longo dos níveis é pouca. É tanta quanto o número de armas existentes, ou seja, três. Inevitavelmente, os que ocorrem ao longo dos níveis acabam por se tornar repetitivos.

Mas felizmente, o combate não é tudo em El Shaddai, havendo uma grande quantidade de secções de plataformas para ultrapassar, podendo estas aparecer a duas ou três dimensões. Seja como for, há partes um tanto desafiantes, mas se caírem, num estalar de dedos voltam imediatamente ao sítio onde estavam antes de caírem.

Por fim, temos uma banda sonora divinal, em ambos os sentidos da palavra, primando por uma qualidade excelente e combinando na perfeição com a temática. A música adequa-se às situações em que nos encontramos, sendo calma no percorrer nos níveis, e mais rápida quando em confronto com os bosses. A banda sonora é sem dúvida algo fundamental na experiência de El Shaddai e que ajuda a aumentar o efeito criado no jogador, mostrando que a Ignition soube combinar os elementos na perfeição.

Diria até que El Shaddai utiliza estes vários elementos para conquistar o jogador e afundá-lo cada vez mais na experiência. Os visuais, sendo a primeira coisa que vemos, é aquilo que nos cativa. A seguir entra em cena a jogabilidade, que por ser simples e eficaz, torna-se agradável. A seguir temos a banda sonora que completa experiência, cativando ainda mais o jogador. Com tudo isto conjugado e algumas horas de jogo, notamos que El Shaddai penetra em nós e mexe qualquer coisa cá dentro, criando uma sensação agradável.

Dito isto, El Shaddai prima sobretudo pelo seu conceito e pela mistura de sensações que cria no jogador, a nível visual, sonoro e até espiritual, e deverá ser levado em conta por aqueles que procuram algo mais que um jogo. A sua simplicidade é um dos seus pontos fortes, mas ao mesmo tempo, sente-se que algo mais elaborado teria sido possível, pois existe alguma repetitividade. Quem sempre esteve interessado no jogo, já o deve ter adquirido por esta altura, tendo em conta que o lançamento teve lugar em setembro. Se nunca tinham ouvido falar e ficaram intrigados, mas têm medo de arriscar, existe sempre uma demo para experimentar.

8 / 10

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