Enemy Territory: Quake Wars
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O PC, ao longo dos anos, foi sempre a plataforma de eleição no tocante ao desenvolvimento de first person shooters (FPS), desde logo a pensar no sentido de comunidade potenciado pelas ligações em rede, mas também pela possibilidade dada aos programadores de beneficiarem, tantas vezes em primeira linha, de poderosos motores gráficos. A transição para as consolas domésticas destes jogos concebidos de raíz para o PC assenta principalmente numa tentativa de alargamento da comunidade, numa fase em que jogadores do PC e das consolas partilham em definitivo o acesso à rede.
Enemy Territory: Quake Wars (ET:QW) é um jogo destinado à exploração da componente múltipla, de cooperação e estratégia de equipa, mas numa revisão à época passada damos conta que dois jogos abocanharam e de que maneira a manta dos FPS em rede nos aparelhos caseiros; Halo 3 e Call of Duty 4, dois baluartes de inequívoco êxito.
Perante este quadro de afectação dos jogadores a dois títulos – um deles exclusivo Xbox 360 – essenciais neste género, que margem sobra para a versão 360 de ET:QW, saída quase nove meses depois da estreia no computador? Terá a Nerve Software, (produtora e mãe de outros títulos como Doom XBLA, Return to Castle Wolfstein: Tides of War – Xbox,...), encontrado forma para assegurar um título capaz de se imiscuir com os melhores da 360 e assegurar a confiança dos “consoleiros”, geralmente menos propensos a este género? ET:QW é praticamente a sequela de Wolfstein: Enemy Territory, também pela mão da Splash Damage, conhecedora dos meandros do PC (a estrutura de jogo é bastante similar) mas aqui a base é o universo futurista de ficção científica do mundo Quake.
Servindo como prequela de Quake II, a comunidade alienígena denominada de Strogg expandiu as fronteiras do seu território pela galáxia e alcançou o planeta terra no ano 2065, provocando a destruição e semeando o caos. Em situações de catástrofe nada melhor que promover uma aliança entre tropas terráqueas, aqui baptizada de liga GDI, para bloquear as pretensões dos invasores. Mas o argumento pouco vai para além desta ensaboadela. Não esperem por momentos cinematográficos, diálogos filmados e heróis em pose. Aqui a transição é imediata para a acção: a vista na primeira pessoa, com uma arma em punho num terreno aberto e com a comandita a nosso lado.
O esquema de jogo está orientado para a estratégia em equipa, juntando quase duas dezenas de jogadores nos vários mapas que completam o tomo. Se a versão para o PC possibilita a reunião de 32 jogadores, em guerrilha mais explosiva de 16 contra 16, a versão Xbox 360 reduziu o número de militares a metade, descontando o fervilhar e intensidade dos combates, num oito vs oito nem sempre repleto de comparsas nos confrontos plurais, já que os adversários programados com inteligência artificial – os boots - servem de emenda quando há falta de jogadores na sala de espera e não sobra paciência para aguardar mais tempo.
Antes de se sujeitarem aos combates em rede (o suco do jogo) podem melhorar as vossas capacidades e experiência no modo campanha individual, algo curto. À disposição estão dois exércitos com características e maquinaria distintas: os Stroggs, mais poderosos no equipamento e os aliados GDI. A missão é vencer os conflitos iminentes em diversos pontos do planeta; Escandinávia (para a neve), África, América do Norte e Ásia.
Para levarem de vencida devem alcançar os objectivos propostos para cada missão e a partir deste ponto o jogo desperta para uma boa dimensão de entretenimento alicerçada na existência de classes no seio de cada tropa. Isto significa que é possível desempenhar um papel específico dentro do exército que patrocinam, sendo fundamental que entre todos os membros se gere um espírito de solidariedade e companheirismo.