ESL promete apertar o cerco a quem usa drogas nos torneios
Organização reage a comentários de jogador profissional que afirma ter usado drogas.
A Electronic Sports League, a maior organizadora de eventos eSports da Europa, está a tomar medidas para tentar controlar os jogadores e as equipas que usam drogas nos seus torneios para obter melhor desempenho.
Os passos necessários para controlar o uso de drogas começaram na semana passada, quando numa entrevista publicada no Youtube, Kory "Semphis" Friesen, ex-jogador da equipa Cloud9, admitiu que tanto ele como a sua equipa tinham tomado Adderall, uma droga normalmente usada para tratar quem tem défice de atenção, mas também serve para aumentar as capacidades cognitivas, o que num torneio de videojogos tem as suas vantagens.
Em resposta às declarações de Friesen, Anna Rozwandowicz, responsável pela comunicação da ESL, disse ao Wired que "a integridade do nosso desporto será sempre a nossa maior preocupação."
"Quando vimos os comentários de Friesen, concentramos-nos imediatamente em iniciar um processo de criação de políticas e a ajustar as regras. Trabalhámos em mudanças para as nossas regras, contactamos as autoridades para apoio, e estaremos prontos para anunciar os nossos próximos passos dentro de alguns dias."
De momento, não existe qualquer punição definida para os jogadores que usam drogas, pois nunca foi necessário tomar medidas até agora.
"As nossas regras proíbem a participação sob o efeito de drogas, mas não temos uma lista de repercussões que possa corresponder a cada incidente de uma forma direta," explicou Rozwandowicz.
Apesar das alterações às regras, Rozwandowicz deu a entender que Friesen pode estar a mentir para prejudicar a reputação da sua ex-equipa, da qual foi retirado devido ao seu fraco desempenho, acrescentando que já houve casos em que jogadores disseram que usaram batotas, mas depois de verificarem, vieram a descobrir que tal não era verdade.
"Não temos forma de saber se está a dizer a verdade, ou se apenas está zangado por ter sido removido da equipa e quer irritá-los," foi dito. "Tivemos casos de jogadores a admitir que fizeram batota, mas depois negaram tudo quando descobriram que podiam ser desqualificados e banidos por isso. Depois de investigarmos, tornou-se claro que as partidas foram jogadas de acordo com os requisitos e que estavam protegidos com software anti-batotas, pelo que fazer batota não era possível."
Tanto Friesen como a sua ex-equipa não terão qualquer punição. O torneio no qual supostamente foram usadas droga, o ESL One Katowice, já decorreu há meses, e mesmo que fossem feitos testes, as substâncias já teriam desaparecido.
"Se entrar numa esquadra da polícia e disser que matei alguém, certamente serei presa, mas não serei condenada sem provas e um julgamento em tribunal."
Saltem para o minuto 7:45 para ouvirem a parte sobre o uso de drogas.