Estudo explica como os videojogos alteram o cérebro
Foi encontrada uma relação entre as horas passadas a jogar e a espessura do córtex.
Entre os meios de comunicação generalistas, por vezes os videojogos são conotados de forma negativa devido ao conteúdo violento de alguns e à preocupação de que a violência assistida no ecrã possa resultar em actos violentos na vida real. Mas, apesar disto, já surgiram vários estudos que encontraram uma relação entre os videojogos e o aumento de capacidades cognitivas, provando que nem tudo é mau no que toca aos videojogos.
Um novo estudo no Plos One traz à luz evidências que são usadas para explicar por que razão existe esta relação entre aumento de capacidades cognitivas e os videojogos. O segredo pode esta na espessura do cortex pré-frontal dorso-lateral esquerdo, área associada às decisões de consciência deliberada e na análise de informações para estas decisões, e nos campos oculares frontais esquerdos, zona envolvida na integração visual-motora para a programação e execução de movimentos oculares.
No estudo participaram 152 adolescentes saudáveis de uma escola de Berlim na casa dos 14 anos, que responderam quantas horas jogavam por dia ou por semana. Em média os participantes responderam que jogavam cerca de 12.6 horas por semana. Depois de uma análise ao cérebro dos adolescentes, foi encontrada uma relação positiva nas horas passadas a jogar e a espessura cortical. Na análise do cérebro, foram levadas as variáveis que podiam influenciar a espessura cortical, nomeadamente a idade, sexo e o scanner.
Posteriormente numa comparação entre os estudantes classificados como excessivos ou viciados em videojogos, foi encontrada uma diferença significativa na espessura do cortex pré-frontal dorso-lateral relativamente aos restantes. Tal diferença não foi encontrada na região dos campos oculares frontais esquerdos.
Na conclusão, os autores do estudo dizem que teria sido interessante saber quais os géneros que os estudantes jogavam mais, estando conscientes que alguns videojogos de ação já foram associados ao melhoramento cognitivo.