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Exclusivo: Entrevista SeedStudios

Nós criamos videojogos.

O mundo dos videojogos tem crescido a passos largos, tornado-se na presente data como um dos media com maior crescimento na indústria do entretenimento. Envolvendo milhões de euros quer na produção bem como no consumo, é sempre bom sabermos que existem projectos e equipas portuguesas a lutar por um lugar ao Sol, neste mundo cada vez mais competitivo.

Foi nesta base de crescimento da indústria portuguesa, que fomos até à margem do rio Douro, nas encostas da ribeira do Porto, encontrar uma equipa de criadores de videojogos, dinâmica e acima de tudo trabalhadora. A SeedStudios é uma de muitas empresas em Portugal na área dos videojogos, já com alguns jogos no seu portefólio. Entrevistámos Filipe Pina, produtor da Seed Studios, onde conversámos sobre um pouco de tudo, desde o estado da industria em Portugal até ao seu novo projecto para a PlayStation 3, Under Siege.

Eurogamer Portugal Pode efectuar uma síntese do vosso passado e quem são?
Filipe Pina

A Seed Studios foi fundada em 2006 por mim, Bruno Ribeiro e Jeffrey Ferreira em conjunto com o António Gonçalves e Filipe Roquette da LT-Studios e o Artur Mendes da Norhold. Juntos trabalhámos no desenvolvimento de vários projectos e software nos últimos 6 anos os quais nos permitiram aprender e desenvolver as tecnologias e conhecimentos que usamos hoje diariamente na empresa.

Actualmente a Seed Studios emprega 14 pessoas internamente e externamente trabalhamos numa base diária com 6 pessoas para serviços de consultadoria, advocacia e contabilidade. Contamos também com o apoio constante das empresas que fazem parte desta sociedade, a LT-Studios e a Elec3city (através da Norhold).

Eurogamer PortugalUm dos projectos que obteve maior notoriedade foi o Toy Shop, para a Nintendo DS, o qual foi lançado primeiro nos EUA, e agora na Europa. Porque escolheram a DS como uma plataforma de eleição no desenvolvimento de alguns dos vossos jogos, e como correu as vendas/aceitação do público de TS?
Filipe Pina

Escolhemos a Nintendo DS por duas razões: A 1ª por ser mais fácil conseguir publicação no mercado, as editoras aceitariam mais facilmente uma proposta para esta consola do que para qualquer outra. A 2ª porque somos uma equipa pequena, e financeiramente para uma empresa Portuguesa teria sido difícil começar com projectos grandes. Uma consola portátil é o ideal para se começar porque os valores de produção podem ser bem mais pequenos. Isto não significa necessariamente que é mais fácil fazer um jogo pois as limitações técnicas são enormes.

A musa inspiradora. Ribeira do Porto.
Eurogamer PortugalComo qualquer produto que desenvolvemos, aprendemos sempre algo no seu processo. Como é o antes e depois de Toy Shop na Seed Studios?
Filipe Pina

Durante a produção do Toy Shop éramos 5 pessoas, agora somos 14. Aprendemos que isto permite-nos fazer Lan Parties mais complexas e divertidas pois as equipas de Team Fortress 2 cresceram e o campeonato de Pro Evolution Soccer demora mais tempo a chegar ao fim.

Eurogamer PortugalSabemos que tinham até à pouco tempo uma relação próxima com a GamesInvest. Esta opção de trabalharem de uma forma independente, deveu-se a quê?
Filipe Pina

A Seed Studios sempre foi uma empresa independente, nunca pertenceu à GameInvest. Os logótipos no site são meramente informativos das empresas com quem a GI se relaciona.

Eurogamer PortugalQue importância tem uma GamesInvest na criação/produção e crescimento da indústria de videojogos em Portugal? Se é que tem.
Filipe Pina

Todos temos importância. A GameInvest, tal como a RTS e tantas outras arriscam e impulsionam o crescimento da indústria cá. Apostam e investem nos seus jogos e, ao fazerem isso, apostam também na formação e desenvolvimento das pessoas que lá trabalham. Este conhecimento que vai sendo adquirido por todos os envolvidos é fundamental para a profissionalização do nosso mercado. A GameInvest tem a particularidade de, além de produzir os seus títulos, financiar e apoiar projectos de outras empresas.