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F1 2011

Segurar o triunfo da época passada.

Contudo, a Codemasters tem feito um esforço para tornar mais atractivo e real o aspecto dos circuitos. Com particular destaque para as zonas envolventes e fundos, nota-se um aumento do detalhe, também evidente na zona das boxes, ainda que ocorra alguma instabilidade gráfica que se espera resolvida a tempo da versão final. As corridas disputadas à chuva têm agora mais alguns efeitos como o reflexo provocado pelo asfalto que permite uma descrição imediata dos veículos quando passam sobre essas partes alagadas.

Os carros oferecem um aspecto mais detalhado, vivo e visualmente atraente. Com a carroçaria bastante polida, até os reflexos das luminosidades exteriores causam nuances e uma aplicação em tempo real das sombras e luzes. No Mónaco, por exemplo, ao entrar no túnel do Hotel, o aspecto polido e claro da pintura fica temporariamente baço e turvo. À chuva nota-se o salpicado. O volante (se colocarem a visão de piloto) reproduz todos os botões e nas rodas - os novos pneus Pirelli que lançaram o caos das escolhas no começo da temporada -, diferencia-se bem um pneu macio de um duro, assim como uma borracha para piso intermédio ou de chuva, neste caso com muitos sulcos.

A condução mantém boa parte dos predicados que conhecemos da época passada. Apesar de estarmos perante um jogo que aposta na simulação, o jogador poderá recorrer a uma série de afinações que permitem um controlo automático do veículo e ajustado para situações de maior dificuldade (as corridas à chuva continuam uma dor de cabeça se mantiverem o controlo de tracção num grau intermédio). Em alternativa, ao seleccionar diferentes graus de dificuldade, terá como efeitos o acrescento ou diminuição de assistências.

É claro que a intenção da Codemasters para esta franquia passa não apenas por transmitir toda a sensação inerente a estes espantosos veículos, nomeadamente a estonteante capacidade de aceleração e travagem, mas também as reacções em curva. E aqui notamos o aumento da dificuldade no controlo dos carros durante a travagem e na transmissão de energia às rodas na rota de saída, quer em baixa ou média velocidade. A linha certa de trajectória pode ser encontrada com recurso à linha ideal assinalada no asfalto, porém esgota-se mais depressa a margem de segurança que há desde o momento que se retira a força do travão, se encontra que o carro está equilibrado e dentro do "apex" e se acelera com firmeza. Estas três coordenadas devem ser escrupulosamente respeitadas nas curvas de baixa e média velocidade. Uma escorregadela numa é suficiente para colocar o carro em sentido contrário ao da corrida.

Por outro lado o factor da qualidade da borracha pode ditar o sucesso ou fracasso de todo um fim-de-semana. Respeitar os "sets" de pneus e conservar os melhores para a qualificação e corrida é uma das novas regras para este F1 2011, onde a degradação dos pneus será um factor determinante. Na qualificação levam um conjunto de macios para 2 voltas. Excedam o número de passagens pela meta ou causem mais algum desgaste provocado por peões e terão o carro altamente preparado para chegar mais depressa à gravilha. Isso dar-vos-á a oportunidade de equacionarem Dirt 3, assim lembrará um troféu.

A comunicação com as boxes será determinante para que possam compreender o estado do, pelo que estarão em constante ligação com o engenheiro de pista, podendo até mexer nalgumas configurações do carro enquanto correm. Os produtores estão apostados em colocar mais alguns imponderáveis como avarias ou problemas de motor nas equipas menos cotadas do pelotão. A ideia não é afastar ou impedir que os jogadores não possam começar a correr num HRT ou Virgin, antes inscrever alguma imprevisibilidade causada por avarias mecânicas. As avarias mecânicas são tangíveis à F1 pelo que podem esperar situações como liderar uma corrida com o Team Lótus até à entrada para a última volta, quando um problema no motor retira o pão da boca a Jarno Trulli.

Ao nível dos danos, há uma tendência para traduzir com melhor eficácia os grandes e pequenos embates. Nos choques a grande velocidade contra uma barreira de pneus os carros ainda não ficam totalmente desfeitos, o que até nem deixa de ser verdadeiro já que estas viaturas estão concebidas para manter o piloto intacto dentro do espaço onde está alojado e quem viu o acidente de Sérgio Perez no Mónaco conhece a realidade.

Nova realidade para F1 2011, a entrada do sistema Kers e DRS. O primeiro possibilita o ganho de velocidade suplementar por força da energia cinética (excesso de calor que é armazenado e posteriormente convertido em potência) acumulada pelos travões. Especialmente indicado para as grandes rectas, há que aproveitar ao máximo a energia disponível pois desta forma acaba por favorecer a aproximação aos pilotos que seguem à nossa frente. O segundo é a outra novidade implementada este ano, envolta nalguma controvérsia (como é sempre qualquer alteração nos regulamentos da F1). Activando o respectivo botão poderão mudar o ângulo de uma asa traseira permitindo um aumento do fluxo de ar para diminuir a carga aerodinâmica. O objectivo de ambos os sistemas é facilitar as ultrapassagens.

A Codemasters está determinada em reforçar e aprofundar a experiência que encetou no ano passado. As alterações ligadas ao "gameplay" não serão tão óbvias numa primeira passagem, mas à medida que se desliga a corrente de assistências para um nível intermédio ou alto, nota-se que o comportamento do carro reflecte mais imprevisibilidade e tentar fazer uma volta para a pole sem erros é agora mais exigente. Todavia, há mais modos de jogo e funções previstas para a versão final. Convidativo e estimulante a nível visual, F1 2011 é um concorrente especial e bem-vindo no género dos simuladores de automóveis.

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