F1 2012 - Análise
Edição campeões.
Sendo possível disputar corridas rápidas apenas pelo prazer da velocidade sem grande preocupação com os embates, a verdade é que o melhor fica reservado para os adeptos da simulação. Naturalmente a exigência é maior e atravessa os modos principais do jogo, nomeadamente o modo carreira. Com os parâmetros da condução ajustados para a simulação o mínimo toque pode provocar o desprendimento da asa ou quebra de suspensão. Os efeitos no carro foram retocados de molde a traduzir mais algum realismo, embora aqui não sejam visíveis grandes diferenças nos estragos para o que vimos no ano passado.
De volta estão também os flashbacks, que ajudam os menos precavidos. Através das repetições podem voltar atrás alguns segundos e, ativando o flashback, prosseguir na corrida real a partir desse ponto. Isto permite corrigir erros e situações menos agradáveis que acontecem ao longo da corrida, como ultrapassagens falhadas e saídas de pista, mas lembrem-se que isto tem um custo, nomeadamente a perda do tempo no final da volta. Por outro lado esta técnica só pode ser usada um número fixo de vezes.
Se a sensação de velocidade e o estilo de condução continuam a ser dimensões triunfantes do jogo, não é menos importante o grafismo e sobretudo a caracterização dos carros. Para este ano muitas marcas optaram por seguir um design diferente quanto ao nariz do automóvel, criando um degrau que, na ótica de muitos fãs, deixou os carros menos bonitos. Goste-se ou não do resultado, a Codemasters conseguiu reforçar bem a dimensão geral dos carros. O que se destaca mais agora são as pinturas e os reflexos causados pela luz. Isto confere mais algum brilho e torna os carros mais bonitos. Até os pneus de chuva exibem melhor os sulcos para passagem da água.
No que respeita ao número de equipas, vão encontrar as mesmas doze do ano passado, embora com a alteração da designação da Lotus por Catherham, tendo a Renault ficado com os direitos de Lotus F1 Team. Pela primeira vez irão disputar a temporada composta por vinte provas, na qual a única pista nova é o circuito das Américas montado em Austin, no Texas e que irá funcionar como GP dos Estados Unidos. Isto dá-vos a oportunidade para experimentarem o circuito antes da realização da prova. Contudo, está longe de ter um desenho fascinante. Uma volta rápida faz-se perto dos dois minutos, mas são muitas as curvas lentas e médias longas que travam a marcha impiedosa destes bólides. Por isso, Monza, SPA, Barcelona, Suzuka,Valência e Melbourne ainda continuam a ser as pistas mais apelativas.
O Young Driver Test é o cartão de visita que a Codemasters nos entrega assim que acedemos ao jogo. Trata-se de um programa de preparação para a F1 destinado aos jovens pilotos que militam nas categorias de acesso como GP2 ou GP3. Trocando por miúdos, este modo de jogo faz parte do modo carreira e funciona como "tutorial". Os seus desafios repartem-se por dois dias de treinos. Neles os candidatos irão conhecer o funcionamento básico dos automóveis, a saber como utilizar o KERS e DRS, a passar pelos apex das curvas, a pilotar à chuva, entre outras provas que garantem prémios para os mais rápidos. Os jovens pilotos participaram na produção do jogo e por isso verão alguns nomes associados.
"Nas corridas será importante a estratégia a definir quanto aos pneus. As regras do ano passado mantêm-se pelo que terão sempre de efetuar pelo menos uma paragem nas boxes para mudar de pneus. "
Ainda dentro do modo carreira outra grande novidade é o Season Challenge. Este é um campeonato mais curto composto por dez corridas, com uma volta para qualificação e uma mão cheia de voltas por corrida. Aqui o objetivo passa por ganhar a corrida ao rival e ficar à frente dele no final da prova. O rival é selecionado no começo do campeonato e haverá uma competição ao longo de três provas, até que seja escolhido outro adversário, dependendo da classificação alcançada. Com novas temporadas e dentro de equipas de ponta, os rivais escolhidos promovem mais dificuldade. O modo carreira dispõe de uma estrutura algo similar. Nesta opção terão que disputar a temporada inteira, alcançando determinados objetivos para provas específicas no calendário.
Quanto ao modo Proving Grounds, junta-se aos habituais Time Attack e Time Trial o modo Champions. Consiste num conjunto de desafios contra os seis campeões presentes no campeonato. Desafios esses que acontecem em momentos especiais de uma corrida. Algumas vezes o jogador deverá recuperar posições e outras vezes terá de impedir que um campeão o ultrapasse. Ao chuva e em diferentes cenários, para o fim está reservado o desafio supremo no qual o jogador deve vencer não um mas seis campeões ao mesmo tempo.
O modo multiplayer divide-se entre on-line, lan e split screen. O on-line será talvez o mais solicitado, já que permite agregar 16 jogadores numa mesma prova, sendo que haverá ainda mais seis a juntar pelo computador e comandados pelo mesmo. É quase um pelotão completo. À semelhança da edição passada poderão adaptar as condições de prova para cada Grande Prémio e incrementar ou reduzir o realismo. Por fim as Quick Races são sempre uma opção para quem não quer perder grande tempo em configurações e quer avançar para a corrida.
Nas corridas será importante a estratégia a definir quanto aos pneus. As regras do ano passado mantêm-se pelo que terão sempre de efetuar pelo menos uma paragem nas boxes para mudar de pneus. Os reabastecimentos continuam cancelados, daí que se quiserem apostar numa estratégia de longa duração para superar adversários que partem na frente terão de compatibilizar da melhor forma os pneus prime com outros à escolha. Os alertas via rádio voltam a assumir importância ao ponto de percebermos se os penus montados se mantêm eficazes.
Como já devem ter percebido, F1 2012 não é um jogo de grandes transformações. No tocante à condução e aos efeitos visuais do jogo, as mudanças passam sobretudo por retoques e meros detalhes. Mas isto também significa que em termos de jogabilidade F1 2012 continua a ser um prazer e uma boa opção para os amantes do desporto. Depois há mais novidades e muitas delas avançam para um plano de maior rivalidade entre os pilotos, quer nos campeonatos, quer no modo Champions no qual enfrentamos os pilotos de topo. F1 2012 possui também a maior temporada de sempre, com 20 provas espalhadas pelo globo a disputar. No fundo é uma edição que fica marcada por particularidades relevantes. A Codemasters continua a fazer um bom trabalho e os fãs agradecem.