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F1 Race Stars - Análise

A Fórmula 1 em versão cartoon.

A Codemasters é uma conhecida veterana no que aos jogos de simulação automóvel diz respeito, no entanto, esta entrada no agitado mundo dos jogos de Karting com F1 Race Stars é uma absoluta surpresa. Não só pelo diferente estilo de gameplay que se espera de um jogo desta natureza, mas também pelo facto de juntar este estilo frenético, com aquela que é provavelmente a modalidade mais disciplinada e menos tolerante ao erro do automobilismo, a Fórmula 1.

Apesar de este casamento me parecer estranho e pouco apelativo à partida, tinha alguma curiosidade em saber até que ponto se notaria a influência do funcionamento de uma corrida de Fórmula 1 no próprio gameplay com os Karts. A verdade é que se nota esta influência, mas sempre adaptada para uma experiência bastante mais próxima da que conhecerão de títulos como Mario Kart ou Diddy Kong Racing.

Os pilotos oficiais marcam presença caricaturados numa versão animada, que acompanha o estilo dos cenários e dos carros. Esta época que terminou teve direito a um rooster de respeito com vários campeões do mundo, Fernando Alonso, Jenson Button, Kimi Raikkonen, Sebastian Vettel, Lewis Hamilton e Michael Schumacher, por isso se são fãs da modalidade e quiserem uma experiência diferente, este é o vosso jogo.

Para o resto dos jogadores, a ideia poderá não parecer tão apelativa. Não existe diferença estética entre os pilotos, e por isso para quem não se interessa, nem conhece os nomes dos pilotos a fundo, as corridas transformam-se em competições entre bonecos iguais, indistinguíveis e por isso irrelevantes. Por outras palavras, para os que não são fãs da modalidade a personalidade de F1 Race Stars desaparece, tornando-o num jogo para um nicho de um nicho.

As pistas são provavelmente o elemento mais importante destes jogos, e felizmente são também estas o ponto forte de F1 Race Stars. Não são iguais às reais, nem seria interessante se assim fosse, mas passam-se nas mesmas localidades. Existem ainda algumas referências a marcas e segmentos importantes das pistas, se a meu conhecimento sobre Fórmula 1 fosse maior certamente que tinha reparado em muitas mais.

São na sua generalidade muito mais largas para acomodar as zonas de boost no chão, os diferentes obstáculos a evitar e os “power ups” que são fundamentais nestes jogos. Os ambientes são razoavelmente variados e sempre muito coloridos, com a condução a variar entre a pista tradicional, zonas estilo montanha russa, desertos e até em água onde o carro apenas desliza.

Sinceramente não gostei da sensação de condução do kart, os carros viram muito pouco, são muito duros de manobrar e tal como na Fórmula 1, é obrigatório utilizar o travão e entrar na curva na altura e velocidade certa. A penalização por bater nas paredes, obstáculos e adversários é pesada, o kart fica visivelmente danificado, e progressivamente mais lento por consequência.

Para reparar os karts temos que parar nas boxes, como numa verdadeira corrida de Fórmula 1. É uma forma engraçada de inserir um elemento importante da modalidade num jogo deste género, e torna a ação mais imprevisível pois nunca saberão quando vão precisar de reparar o veículo e o quão longe estarão as próximas boxes quando essa altura chegar.

Esta é curiosamente a melhor mecânica do jogo, aquela que lhe dá mais personalidade e ironicamente ao mesmo tempo, é a que acaba por condená-lo. Não tenho grandes dúvidas que a jogabilidade com o kart é propositadamente mais dura, ou pesada, exatamente para que existam danos, para que o elemento central de vitória seja o de visitar as boxes o número mínimo de vezes possível.