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Fable 3 era para ter uma mulher negra na capa

Mas a Microsoft acreditava que colocando um homem branco o jogo vendia mais.

Nestes últimos dias, a já extinta Lionhead Studios tem vindo a ser o foco de todas as atenções.

Através de um extenso artigo especial publicado pelos nossos colegas britânicos do Eurogamer, temos vindo a ficar a conhecer algumas desavenças entre a Microsoft e a equipa de desenvolvimento do estúdio britânico, entre as quais alguns problemas que a Lionhead teve com a companhia norte-americana por quererem incluir uma mulher negra homossexual na capa de Fable 3.

"O jogo não é indicado para crianças de oito anos," explicou John McCormack, antigo director artístico da Lionhead. "É um jogo que estava classificado para adultos, por isso o problema não era realmente nosso. Era deles," esclareceu. Grande parte da polémica, surgiu quando foi revelada a capa do jogo que a Lionhead queria incluir. O próprio McCormack explicou que, "Diziam-nos 'Não, não podem colocar alguém de raça negra na capa, nem tão pouco uma mulher e tu queres incluir uma mulher negra nela'. Eu respondia podemos fazer isso pois, porque queremos fazer um jogo onde tu possas ser o herói que quiseres".

Os argumentos, segundo McCormack, caíram em saco roto. A Microsoft dizia-lhes que a capa devia ser mudada. "Não, tem de ser um homem branco. Tem de ser desta forma. Nós sabemos o que vende. A discussão pode dar-se como terminada," relembrou o produtor. A Microsoft argumentou que um dos filmes da Disney que teve menos sucesso foi a Princesa e o Sapo, por terem usado uma protagonista de cor negra. McCormack sentiu-se irritado com a situação e reconheceu que a discussão acabou aos berros.

McCormack contou que acreditava que a Microsoft não tinha percebido o conceito que eles queriam apresentar. "Criámos o primeiro jogo da história a ter um casamento homossexual. Estávamos a quebrar barreiras. Fable 3 tinha que ser um jogo divertido e ao mesmo tempo maduro. Eles não quiseram saber disso e colocaram o típico homem branco com uma espada na capa, não perceberam a ideia!", finalizou.

Apesar de todas as discussões, McCormack reconheceu que a relação com a Microsoft foi bastante positiva, já que, apesar de haver grandes disparidades a nível criativo, "estavam dispostos a manter a essência, a magia e o sentido humor britânico do primeiro Fable," acrescentou.

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