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Fable III

De súbdito a líder.

O ponto alto das visitas ao santuário acaba por ser o mordomo – cuja voz é a de John Cleese – que nos recebe com piadas ou comentários sobre o desenvolvimento da história. Tudo dependerá da frequência com que seja necessário aceder a esta localização.

Chegando a certos patamares no número de seguidores, são-nos dadas a escolher novas habilidades, num processo que é comparável à habitual subida de nível quando se acumula determinada quantidade de experiência. Também este processo ocorre sem recorrer a menus. O herói é magicamente transportado para um corredor fantasmagórico, pontuado por imponentes portões metálicos, com o castelo (afinal, como nos disse Peter Molyneux "o objectivo é ter a coroa na cabeça") em fundo. Cada "patamar" abre o próximo portão e no espaço que vai de um portão para o outro podemos encontrar várias arcas que contêm as habilidades. Quando nos aproximamos de cada baú aparece uma pequena legenda a explicar a função dessa habilidade, sendo necessário optar por apenas algumas das várias habilidades disponibilizadas.

As armas que utilizamos desenvolvem-se de acordo com o uso que lhe damos. Ou seja, conforme o nosso estilo de combate, a arma desenvolverá um diferente punho, curvatura, comprimento e até um efeito de partículas próprio a envolvê-la. Um profuso utilizador de bloqueios provavelmente desenvolverá uma espada coberta de pequenas marcas e falhas. Já a lâmina da espada de alguém que consiga utilizar os flourishes com frequência (em vez de simplesmente pressionar o botão sem prestar atenção ao ritmo) será muito mais trabalhada. A relevância deste processo reside no facto de ser o tipo de espada que define as habilidades que ela tem. Normalmente relacionadas com a forma de combater que a gerou, e úteis a esse estilo. O mesmo se aplica às magias e armas de longo alcance.

Molyneux confirmou também que será possível trocar armas por dinheiro entre jogadores, mas apenas quando um jogador entra no mundo do outro através do co-op, estando para já abandonada a ideia de uma casa de leilões através do Xbox Live.

A nível da entrega da narrativa o jogo progrediu muito, especialmente com a grande aposta a nível do trabalho de voz, recorrendo a vários actores famosos. Por outro lado, os modelos dos personagens conseguem realmente transmitir emotividade às sequências e reflectir aquele que seria o estado de espírito do personagem. A julgar pelas etapas iniciais do jogo e as suas cutscenes a componente narrativa do jogo será um dos seus pontos altos.

Fable III pretende inovar, especialmente na sua intenção de se afastar de elementos que são já convenções "obrigatórias" nos videojogos. No entanto muitas das opções tomadas aparentam ser pouco úteis, resultando apenas num acréscimo de tempo gasto para o jogador, sem que este retire dessa perda ganhos que vão além de uma apresentação visual dos mesmos elementos mais cuidada e interessante.

A sina da saga Fable tem sido exactamente a de juntar elementos verdadeiramente inovadores e de elogiar com puros dejectos conceptuais, numa destrinça que muitas vezes apenas é clara após se experimentar o jogo na sua totalidade. Talvez por isso mesmo se acabe por verificar que a reacção à saga é tão díspar, oscilando entre a adoração e a indiferença.

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