FIFA 13 - Antevisão
Que comece a pré-época.
Enquanto as seleções nacionais disputam o europeu de futebol na Polónia e na Ucrânia, os principais gigantes da simulação futebolística entram também na pré-temporada de uma batalha que, como sempre, promete ser bastante disputada. Tive a possibilidade de assistir a uma pequena apresentação durante a E3, onde um representante da equipa de produção de FIFA 13 falou das novas funcionalidades do simulador de futebol para este ano, e logo de seguida pude ver e depois jogar uma partida, ainda de uma versão bastante "crua" do simulador.
A direção de design de FIFA 13, pelo menos em termos teóricos, propõem-se a, e cito, "capturar o drama e imprevisibilidade do futebol real". Para ilustrar o que os produtores pretendem dizer com isto, deram o exemplo da última jornada do campeonato Inglês (Premier League) deste ano, onde o Manchester City conseguiu assegurar o título de forma dramática nos últimos minutos de jogo.
Claro que isto soa a conversa de RP, mas há algo importante a reter desta intenção. Realmente, um dos maiores problemas dos simuladores de futebol nos videojogos, é que assim que atingimos um determinado nível de competência, a imprevisibilidade vai desvanecendo, especialmente quando jogando contra a inteligência artificial (IA). Vamos conhecendo as melhores formas de marcar golos, como marcar as bolas paradas ou como adaptar a tática para determinado tipo de adversário.
É por isso que a IA é dos pontos fundamentais sempre que nos apresentam um novo título de futebol, e todos os anos temos um novo. Já falei sobre isto várias vezes, se é verdade que por vezes a versão final é francamente superior à do ano anterior, muitas vezes surgem apenas pequenas melhorias gráficas, e uma atualização da base de dados das equipas, muito discutível para justificar o preço de um jogo novidade (e nem me ponham a falar sobre os simuladores de treinador).
Mas a IA não é importante apenas para que o oponente torne o jogo imprevisível, mas é também fundamental para que os nossos colegas de equipa se comportem como alguém com o mínimo de massa cinzenta. Para isso a EA trabalhou num sistema chamado "Attacking Intelligence" (inteligência atacante?), que possibilita que os nossos colegas analisem as jogadas que fazemos e procurem se posicionar de forma inteligente, para abrir uma linha de passe, para se desmarcar ou apenas para quebrar a linha defensiva do adversário.
Outro elemento particularmente importante em que os produtores se concentraram, foi em implementar uma forma para que os nossos colegas consigam adaptar a sua velocidade de desmarcação para não cair em fora de jogo. Estou certo que todos sabemos o quão irritante é quando um colega continua a correr desenfreadamente, caindo em fora de jogo mesmo depois de termos conseguido espaço suficiente para o passe.
Uma das funcionalidades que gostei mais tem haver com as novas animações das mudanças de velocidade, alternando entre dribles curtos, para depois "explodir" no espaço deixando o oponente para trás. A proteção da bola com o corpo obstruindo o espaço entre o adversário e a bola também foi melhorado, aproveitando o que os produtores chamam de segunda geração do motor de impacto utilizado nos jogos da franquia FIFA.
As colisões foram expandidas para as batalhas sem bola, os defesas puxam a camisola dos adversários apenas para ganhar a posição, empurram e usam a sua força física para forçar os oponentes a más receções de bola. O motor de colisão foi ainda melhorado para que quando formos empurrados seja possível perder a compostura mas manter o controlo do esférico, apenas cambaleando e dependendo da violência do choque. Claro que tudo isto se realizará no limite da falta, e dependerá muito do elemento preferido dos amantes de futebol em Portugal, o árbitro.
Os jogadores mais talentosos serão ainda mais perigosos, graças a um melhorado sistema de drible em 360 graus com bola, e que jogadores como Ronaldo ou Messi serão capazes de fazer com a bola muito próxima do pé, fazendo a vida negra aos defesas. Coloquem-se de frente para o defesa para ameaçar uma finta, e movam-se em qualquer direção com bola para evitar um corte ou até um carrinho.
"FIFA 13 propõe-se a capturar o drama e imprevisibilidade do futebol real."
De todas a funcionalidades e melhorias apresentadas, a que gostei mais chama-se "First Touch Control", um sistema dedicado para as receções de bola. O que este sistema faz é adaptar a qualidade da receção a vários fatores, a técnica do jogador, a velocidade da bola, a trajetória, a pressão defensiva, a distância e até determina o spin que a bola traz. Alguns dos exemplos mostrados demonstram porque é que uma correta "receção orientada" não é para todos.
Se recebermos por exemplo uma bola no peito com um jogador menos dotado tecnicamente, ela vai parar uns metros à frente dele. No caso de um jogador dotado, mesmo que o passe venha em condições complicadas, ele é capaz de "matar a bola" com a classe que os melhores nos habituaram. O exemplo ilustrado com Ronaldinho foi fantástico, uma receção de 40 metros apenas com um toque na bola.
Por último os livres também receberam uma renovação tática, com o objetivo de dar mais opções a quem ataca e torná-los imprevisíveis para quem defende. Podemos agora utilizar vários elementos para simular a marcação do livre (julgo que até 3) e temos mais opções de passe para zonas onde se encontrem colegas livres para rematar. Quem defende pode agora utilizar um jogador da barreira para correr na direção da bola (tipo kamikaze), e pode ainda avançar com a barreira na direção da bola, mas sem abusar porque arrisca o cartão amarelo.
Gostei de ver FIFA 13 em ação, e estou certo que continuará um simulador de excelência. Claro que precisava de umas boas horas para discernir corretamente todas estas alterações e a sua qualidade, mas pelo menos em termos de direção de design parecem-me no rumo certo. Agora como sempre, cabe a vocês determinarem se vale o "upgrade" em relação ao título do ano anterior, assim que chegue a versão final mais para o fim do ano.