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FIFA 14 - antevisão E3 2013

Salto geracional.

Este ano, e numa iniciativa inédita da Electronic Arts, já viajámos até Madrid, ao estádio Santiago Bernabéu, para conhecermos antecipadamente as coordenadas da próxima temporada da série Fifa. Mas nesta E3 também encontramos demonstrações para a actual geração de consolas e para a próxima geração, nomeadamente as versões PS4 e Xbox One. É mais uma fase de transição que se opera, justamente quando a série comemora os seus vinte anos de existência. Fifa International Soccer chegou no final de 1993, atirando para o televisor nomes como Luís Figarros na selecção das Quinas. Tal como há vinte anos, FIFA dirá sempre mais aos fãs do futebol virtual, agora com a emoção do golo e da atmosfera em campo a ganharem primazia em mais um salto geracional.

Curiosamente, nesta E3 pude experimentar as duas versões de forma consecutiva. Primeiro numa área privada superior da EA tinha a demonstração para as consolas da actual geração e depois, num piso abaixo e fechado, com alguns produtores por perto, pudemos sentir como será o futebol da EA Sports para a próxima geração de consolas. Ambas as versões estavam limitadas aos jogos imediatos, pelo que não pudemos ver outros modos de jogo. Contudo, primeiro aspecto a merecer consideração prende-se com a interface. Mais limpa e perfeitamente clara em termos navegação. No entanto, já na fase de preparação do jogo, os menus ainda se mostram muito semelhantes ao que vimos nas anteriores edições.

A versão para a PS3 foi a primeira que experimentei e é a partir deste desafio, que opôs o meu AC Milan ao PSG, que pude observar algumas das principais melhorias postas em FIFA 14. A mais ressonante é precisamente e melhoria das animações na recepção e preparação do corpo, por parte do jogador, antes de efectuar um remate ou um cruzamento para longe. Anteriormente era notória uma animação quase automática. Agora, o movimento é mais suave e fluído, e isto mantém-se mesmo que estejamos à entrada da área onde tende a ser maior o número de jogadores ao redor da bola. Por outro lado, as recepções também estão melhores, com descrições mais precisas dos movimentos, nomeadamente a colocação do pé para receber a bola e preparação do corpo para prosseguir a jogada. Em suma, há um realismo que sobressai desde o primeiro instante.

Apreciei também as melhorias nos jogadores reconhecidos mundialmente. Ter o Ibrahimovic, um dos mais proeminentes avançados do futebol, faz toda a diferença e acabei por sentir dificuldades em lidar com os seus potentes remates, mas também com os desequilíbrios que ele causava dentro da área do Milan. De resto, rematar de longe abre novos desafios, ainda que não seja à primeira que se conseguem projectar os efeitos pretendidos. Todavia e na posse de jogadores com elevado potencial de remate, a possibilidade de surpreender o guarda redes adversário é maior. Aconteceram alguns golos e no final a sensação era similar à de um jogo de pré época. Ainda falta muito treino e investimento até se aquilatarem definitivamente as grandes inovações. Todavia, os aspectos mais salientes mostram-nos que a EA Sports ainda quer deixar uma marca no futebol para as consolas da actual geração.

Minutos depois, desci para outra divisão do stand da EA, onde uma boa parte dos ecrãs transmitiam partidas de futebol do mesmo Fifa 14, mas para a PS4 e Xbox One. Que impressões? Primeiro a sensação de profundidade e realismo gráfico, especialmente na marcação de um canto, o ângulo perfeito que permite uma identificação maior da bancada, plena de adeptos, e do relvado, onde os protagonistas, divididos por cores de camisola, se concentram na área, à espera de uma oportunidade para concretizar o golo ou então para sacudir a bola.

Fifa 14 para a PS4 e Xbox One ganha destaque sobretudo pelo novo motor gráfico. Na verdade, o campo de futebol nunca recebeu uma definição virtual tão imersiva e vibrante. Olhando de perto as bancadas, vemos rostos nos adeptos, onde cada um assiste ao jogo e apoia o clube em cada jogada. As animações surpreendem e a atmosfera é realmente impressionante. No relvado, saltam as semelhanças dos jogadores aos seus congéneres. Todavia, parece-me que este salto para a nova geração, especialmente ao nível da definição gráfica, ainda não está isento de algumas fragilidades, particularmente na permanência de alguns movimentos robôticos. No meio de tanta definição e realismo, encontrar corridas e aproximações à bola que ainda parecem movimentos em forma de tesoura, não estávamos à espera. Na verdade, esta versão para a PS4 e Xbox One é distinta da actual geração e isso pode explicar porque ainda se requer mais algum trabalho até que as duas versões tenham o mesmo grau de equilíbrio.

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