FIFA 19 é a edição dos campeões
Novas funcionalidades de jogabilidade e os novos modos de jogo.
Ao abraçar em exclusivo a Liga dos Campeões, a EA Sports dá um passo muito significativo no posicionamento do novo FIFA 19 como um dos mais completos agregadores de competições desportivas. Ainda há dois meses, a EA Sports lançou um update gratuito em FIFA 18 com o mundial da Rússia, com todas as selecções, jogadores, hinos e estádios presentes, naquela que é vista por muitos como a competição maior do futebol, e agora, a praticamente dois meses do lançamento da sua nova temporada de futebol, renova as esperanças de sucesso tendo como ponto de partida a Champions League.
Trata-se da mais importante competição de clubes, uma prova que não só permite aos clubes capitalizar em termos internacionais um plantel, partindo para uma competição que lhes dá glória e fama mas também proveitosas receitas financeiras, indispensáveis à viabilidade das aquisições milionárias e manutenção das maiores estrelas do futebol. A EA Sports vê na entrada da Champions League e na adição da UEFA League a FIFA 19 como a oportunidade para cruzar a mais importante competição de clubes com o modo carreira e o já popular modo Journey. Nesta edição, essa jornada conhecerá o seu desfecho, o ponto final na caminhada de Alex Hunter, ele que há duas temporadas começou o seu trajecto no Manchester United de José Mourinho.
A entrada em exclusivo da Champions League permitiu à EA Sports adicionar uma série de novas funcionalidades em FIFA 19. Para além do próprio torneio que dará acesso a todos os grupos alinhados no sorteio ainda no mês de Agosto, os jogadores poderão criar os seus grupos e formar as equipas que estarão presentes. A atmosfera da prova está bem evidente, com novas sequências de animação no acesso aos túneis, quando vemos os jogadores esconderem o nervosismo e a postos para subirem ao relvado. Enquanto a perspectiva de jogo acompanha em revista as equipas, já no relvado, escuta-se o hino da prova.
Após o apito inicial, uma nova dupla acompanha a partida, com novo comentador e relatador, em específico para os jogos da Champions, com destaque para os comentários de Darek Rae Dixon. A apresentação das equipas, através dos menus, também se compatibiliza com o formato visto nas televisões, o que confere um aspecto mais autêntico e dá uma dimensão oficial à prova. O mesmo aplica-se à UEFA League, a prova secundária, em grau de importância, mas nem por isso menos relevante, um troféu sempre tentador no plano internacional.
Embora a Champions League permaneça como um dos grandes atractivos de FIFA 19 no quadro das competições, a EA Sports pretende um jogo mais aberto, compatível com jogadores casuais e ao mesmo tempo desafiante para os jogadores veteranos, que com a sua experiência poderão testar as novas melhorias em termos de gameplay. No entanto, a EA Sports pretende aproximar-se do público que gosta do futebol mas não está tão interessado em experiências mais complexas.
No que respeita às novidades em termos de gameplay, não se pode dizer que FIFA 19 seja um jogo revolucionário ou que venha protagonizar grandes transformações. Assim que pegamos no comando e começamos a jogar as primeiras partidas, pareceu-nos uma experiência ainda próxima das recentes evoluções, mas com mais animações e um conjunto de funcionalidades que gradualmente vão revelando as nuances. Continua a ser um jogo predominantemente cerebral, conjugando perícia com decisões no momento certo, sobretudo ao nível do passe e elaboração do jogo.
Mas são bem visíveis as alterações, desde logo através do novo "active touch system" que permite ao portador da bola ganhar um conhecimento imediato dos adversários que o rodeiam, preparando-se para eventuais embates, deslizes ou toques. Dantes o jogador executava a mesma animação quer tivesse um adversário à sua frente ou de lado prestes a roubar-lhe a bola. Agora, ao controlarmos o jogador, a IA escolhe a melhor animação de acordo com as circunstâncias, algo revelador de uma melhoria da inteligência artificial, conjugada com novas animações.
São pequenos toques, desvios e operações de identificação da jogada que criam mais oportunidades. A recepção de bola, o toque e o passe estão mais fluídos e dinâmicos, criando mais incerteza e possibilidades de ruptura quando aberto um espaço com sucesso. No entanto, as defesas continuam a fechar muito bem e a exercer uma pressão quase imediata sobre a bola, o que dá pouca margem e espaço para isolar algum colega, também alvo de uma grande marcação.
Não é que seja difícil de marcar golos, mas se marcarem é bem provável que um adversário com qualidade também faça golos, tirando proveito dos mesmos efeitos, das mesmas camadas de gameplay que adensam ainda mais o jogo. Entre as novas animações estão aqueles pequenos toques com a parte posterior do pé para dominar a bola (uma recepção com o calcanhar levantado, por exemplo), e aqueles saltos artísticos como vimos Ronaldo executar diante da Juventus, ou Bale na final da Champions contra o Liverpool. Há uma série de situações novas, de enquadramentos e posicionamentos que claramente abrem o jogo e tornam as partidas mais entusiasmantes.
Uma opção implementada que há muito vinha sendo reclamada pelos fãs e jogadores de FIFA é o sistema de tácticas dinâmicas. Isto permite definir a intensidade do jogo, em termos defensivos e ofensivos, com mais facilidade e resultados imediatos, tendo em conta o posicionamento dos jogadores. Todas as tácticas podem ser configuradas e ajustadas numa escala de efeitos, através de um quadro que exemplifica os movimentos. Como fazer posse, jogar rápido, táctica ao ataque rápido, defesa com alta pressão, tudo isso é possível numa configuração rápida e acessível.
No meio campo, espaço do relvado onde muitas vezes o jogo é mais disputado pelos jogadores possantes, as batalhas 50/50 assumem um novo significado. Trata-se de situações nas quais dois jogadores disputam a bola quando a mesma quase fica prensada entre dois blocos e foge por um espaço aberto ou uma zona mais frágil. Este tipo de lances está tratado com mais rigor e novas animações, devido a uma melhor física, sendo que factores secundários como o jogador com mais força na perna, podem ditar um desfecho favorável. Por vezes a bola foge ao controlo ou evade-se para mais adiante, mas a incerteza e indefinição deste tipo de lances, sobre qual o jogador que acabará por levar a melhor, introduz uma nuance e um factor importante no quadro dos confrontos.
Algo que a EA Sports preparou para a edição de FIFA 19 é o chamado "timed finishing" que consiste, como o nome indica, num quadro de tempo para finalizar um lance. Consiste em pressionar duas vezes o mesmo botão, de forma a tornar mais eficaz o lance. Num dado momento do remate, o jogador prime o botão e oportunamente, quando o indicador ficar verde, deverá apertar o botão novamente, o que dá origem a remates com melhor colocação e um aproveitamento superior. Este sistema não é obrigatório, mas enquadra-se como uma ferramenta a ter em conta sobretudo no quadro das competições.
Por enquanto ainda não podemos abordar outros modos de jogo, nomeadamente o FUT, que ficará para breve, pelo que nos cingimos às impressões da jogabilidade. Neste quadro, as conclusões a retirar são bastante positivas. Verificamos sobretudo uma série de melhorias no quadro das animações e da física, corrigindo alguns processos automáticos das edições passadas. Parece aberta uma porta para partidas mais disputadas e de maior imprevisibilidade, o que poderá ser um sinal de acolhimento do feedback registado pelos produtores nos torneios de eSports. Com o aliciante da Liga dos Campeões, a UEFA League e o modo Kick Off, FIFA 19 perfila-se como um jogo com opções para todos os jogadores, dos iniciados aos experientes.
O Eurogamer viajou até Madrid, a convite da EA, onde pôde jogar uma demonstração de FIFA 19, tendo a editora custeado a viagem.