FIFA Manager 13 - Análise
Vida de um treinador é dura.
Ao contrário do ano anterior, não sou mais um novato na série Fifa Manager, já não existe aquela magia em experimentar algo novo e diferente daquilo a que o meu cérebro estava habituado no género, mas confesso que continuo a tirar um especial prazer em jogar o simulador de treinadores da Eletronic Arts. E não é o mesmo prazer que conhecemos nestes simuladores, em fazer evoluir uma equipa ao longo dos anos, na sua dimensão tática e estrutural, isso também existe em Fifa Manager, mas não aí que está o seu apelo, pelo menos para mim.
Como sempre acontece, em FIFA Manager 13 tomamos controlo dos vários aspetos que definem um clube de futebol moderno, decidimos as contratações, tratamos das renovações, da tática, do treino da equipa e até expandimos as infraestruturas do clube. As opções de como queremos abordar a simulação continuam extremamente flexíveis, com a possibilidade de delegar a maioria das competências para a equipa técnica, ou com a possibilidade de sermos nós a criar o nosso próprio clube, tirando até partido de um modo editor bastante completo.
Ao criar a nossa representação virtual de treinador continuamos a poder ajustar as várias opções de dificuldade, que se dividem entre quatro campos diferentes. O primeiro são as transferências e contratos, como é óbvio quanto menor for o nível que escolhermos, mais fácil será contratar jogadores e renovar os contratos. O segundo é relativo à rigidez como somos tratados pela direção do clube. O terceiro campo está ligado à moral e confiança dos jogadores. E finalmente o último campo da prospeção, que determina a facilidade a que temos acesso às verdadeiras competências e potencialidades dos jogadores que procuramos.
"Eventualmente juntei uma fortuna engraçada, e tinha já vários apartamentos arrendados, dois carros e uma quantidade ridícula de bens de luxo."
Podemos também definir o nosso aspeto, desde os tradicionais, nome, idade e género, até ao limite do editor de rosto para moldar a nossa aparência física, ou fazendo o upload direto de uma fotografia se assim preferirmos. Logo a seguir vem a parte hilariante, que é quando definimos a nossa base social, se somos casados e qual é o nome e até a aparência da nossa companheira (ou companheiro).
Este é um dos aspeto que distingue Fifa Manager dos seus concorrentes mais diretos, e este ano foi alargado para ter um impacto mais significativo no jogo. Agora não só podemos brincar com estes algoritmos morais na nossa vida privada, como também existe todo um conjunto de relações pessoais e estados emocionais para gerir na equipa, mas já lá vamos. Como no ano anterior decidi criar e jogar com o meu próprio clube (os Taliban de Braga na altura), este ano decidi abraçar o modo carreira em Portugal, tendo-me calhado o Beira-Mar para começar. Tenho alguma dificuldade em julgar o realismo inerente à qualidade das equipas, mas para o que vale, acabei a primeira época no sexto lugar, e o campeão nacional da época 2012/13 foi o Sporting CP, seguido de perto pelo SC Braga. Parece que pelo menos no Fifa Manager o Hulk e o Witsel fizeram falta aos seus clubes anteriores.
Uma das novidades desta versão de 2013 que vai de encontro ao que falava anteriormente sobre as relações pessoais e estados emocionais na equipa é o Team Dynamics, uma zona onde podemos não só saber quais as preocupações de cada jogador individualmente, como temos acesso a uma pirâmide de hierarquias dentro do balneário. Num clube modesto como o Beira-Mar, não existem grandes egos e os líderes são relativamente unânimes (Hugo e Rui Rego), mas se quiserem formar uma equipa de galácticos esta zona ganha outra importância.
Mas isto não é tudo, através do menu Team Matrix é possível verificar as relações dos jogadores entre si, fundadas em pequenos detalhes ou em grandes diferenças. Claro que apenas temos algumas opções de diálogos para atenuar todos os problemas que cada jogador oferece durante a época, mas podemos por exemplo fazer de psicólogo, ganhar a confiança de cada jogador aos poucos, com uma palavra de encorajamento ou apenas perguntando como está a família. Nas contratações também é aconselhado pedir um relatório psicológico do jogador em que estamos interessados, de forma a não colidir com a estrutura emocional do próprio grupo de trabalho, ora ai está algo que nunca tinha experimentado assim tão a fundo num simulador destes.
O meu salário inicialmente era de cerca de 13 mil euros mensais, e por isso comecei por comprar um apartamento modesto, aprendi a navegar depois de um desastroso encontro amoroso em alto mar, investi em bolsa moderadamente e comprei um Hyundai dos mais baratos. Ora o complicado é que como estava a jogar um simulador de treinadores de futebol, me esqueci completamente da data de aniversário da minha companheira, e fui penalizado por isso. Melhor ainda é que a certa altura surgem dilemas em que precisamos escolher claramente entre a carreira e o amor, lembro-me por exemplo de ter que decidir entre ir a um jantar de família da minha companheira, ou marcar presença noutro jantar com o principal grupo de adeptos do clube. Optei pelo segundo porque quero ganhar no jogo, e não estou a jogar Sims.